O Tempo da Morte, do Renascimento e da Esperança |
Segundo a terminologia druídica, a celebração deAlban Arthan corresponde ao Solstício de Inverno, anualmente por volta do dia 21 de Dezembro.
Alban Arthan é um termo galês que significa “Luz de Artur”, fazendo alusão ao facto desta ser a noite mais longa do ano, bem como o dia mais curto. É o dia em que o sol nasce mais a sul. Assim, celebra-se o renascimento do sol no ponto de maior escuridão. Daqui até ao Solstício de Verão os dias irão tornar-se gradualmente mais longos, altura que marcará a noite mais curta do ano: Alban Heffin. Desta forma, o ponto mais baixo, o nadir da luz marca também o inicio da sua lenta subida até ao zénite.
A celebração do Natal, na tradição cristã, tem origens bem mais remotas, como podemos atestar pelo culto a Mithra de origem persa, séculos antes do surgimento do cristianismo, mais tarde importado pelo Império Romano. o cristianismo e o mitraísmo têm diversas semelhanças entre si, das quais destacamos apenas o dia do nascimento do seu “fundador”: 25 de Dezembro.
Esta altura do ano corresponde no Ogham ao sabugueiro (ruis, em gaélico). O sabugueiro corresponde ao último signo do Ogham, se exceptuarmos as cinco vogais. Representa assim, justamente, o fim de um ciclo, bem como uma reflexão consciente sobre os actos do passado.
Em termos astrológicos, Alban Arthan assinala a entrada do Sol no signo de Capricórnio, regido por Saturno e pelo elemento terra, estando associado à estrutura, à responsabilidade, à organização e à materialização.
O Alban Arthan representa o nascimento do “Filho da Luz” – quer este se chame Mabon, na tradição druídica, Cristo, no cristianismo, ou Mithra no culto mitraico – no tempo de maior escuridão, frio e desolamento. É assim um símbolo de esperança, como o próprio Rei Artur, que vive adormecido dentro de cada Bardo à espera do seu despertar. Muitas vezes, é nas alturas de maior crise que surge esta “luz” que mostra novos caminhos e novas soluções.
É interessante referirmos que são vários os monumentos megalíticos que se encontram alinhados com o nascer do sol no Solstício de Inverno, como é o caso do templo de Newgrange, na Irlanda, e de Gavrinis, na Bretanha, para além do alinhamento de Stonehenge com o pôr do sol desta data.
Alexandre Gabriel
Mandrágora, O Almanaque Pagão 2011 – No Bosque Sagrado dos Druidas
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