Alberto S Santos, um escritor nortenho e autor de três obras de sucesso já publicadas, aceitou responder a a algumas questões. Descobri a sua escrita através do seu mais recente livro “O Segredo de Compostela” e confesso que fiquei fascinada não só pela sua escrita como pelo rigor com que pontua a sua história. O meu muito obrigada ao autor pela simpatia e disponibilidade. Conheçamos então Alberto S Santos.
Fala-nos um pouco sobre ti:
Sou um curioso pelo mundo que me rodeia, um peregrino das rotas que nos levam a uma melhor compreensão da nossa identidade e um observador da condição humana.
Como caracterizas o teu estilo e ritmo de escrita?
Nunca parei para pensar nisso. Escrevo uma história com o ritmo que ela me pede. Uma narrativa longa não dá necessariamente uma boa história, mas os meus livros precisam de respirar pelos vários poros que o respetivo tempo histórico e as personagens exigem. Do estilo, outros falarão. Só sei dizer que conto ficção histórica a partir de factos reais de um passado menos conhecido do grande público.
Quais as tuas maiores influências?
Gosto das lendas e dos velhos mitos, desde os clássicos greco-latinos, aos de matriz céltica e egípcia. Ao longo da vida, as minhas leituras nunca pararam numa paisagem única, muito embora sempre me fascinassem as narrativas que navegavam pelo realismo fantástico.
Contas já com três livros publicados, fala-nos um pouco de cada uma.
São histórias cujo eixo comum geográfico é a história da península ibérica (antes e depois do nascimento de Portugal e de Espanha) e que abordam igualmente a relação do Homem com a transcendência e respetivas implicações na vida humana e no desenvolvimento da civilazação. Em “A Escrava de Córdova” (Sec X), a temática girava à volta das relações entre cristãos, muçulmanos e judeus na península ibérica, com um especial enfoque para a nossa herança islâmica. “A Profecia de Istambul” procura recriar os ferventes ambientes mediterrânicos do século XVI, com a temática dos cativos, dos renegados e da diáspora dos judeus sefarditas ibéricos para Istambul e Salónica. “O Segredo de Compostela” está ambientado na segunda metade do século IV, no final do Império Romano do Ocidente, o tempo da oficialização do cristianismo por oposição ao chamado paganismo clássico e das lutas internas entre as várias tendências do cristianismo primitivo. A proposta é de que esse tempo poderá justificar o aparecimento, mais tarde, de um dos fenómenos religiosos mais relevantes do Ocidente, mas que poderá igualmente ser o maior paradoxo da cristandade: o culto de Santiago em Compostela.
O Segredo de Compostela é o teu mais recente romance. Como tem sido a reação dos teus leitores? Sei que no país vizinho tem gerado alguma polémica…
Até agora, tem suscitado muito interesse junto dos leitores. Vai já na segunda edição e continua nos tops nacionais e o retorno pessoal de quem me fala da experiência da sua leitura é muito gratificante. Em Espanha é natural que o tema possa suscitar estranheza ou polémica, mas só compreenderei eventuais críticas à forma como a história está a abordada depois de lerem o livro.
A forma como toda a trama se desenvolve nesta tua obra é notável. Qual o teu processo de escrita? Ou seja, quanto tempo demoras a fazer a pesquisa necessária, em média que quantidade de bibliografia consultas, etc?
Esta história anda a habitar-me há cerca de oito anos, mas, até há dois anos, não me senti capaz de a poder escrever. É necessário um longo processo de investigação, de recolha de muitas dezenas de fontes primárias e secundárias, ir aos locais, refletir sobre a melhor abordagem.
Normalmente, medeiam dois anos e meio entre a publicação de casa livro, mas não tenho rotinas e métodos especiais para a escrita. Investigo e escrevo nos tempos livres, que nunca são iguais.
Que projectos tens para um futuro próximo e o que é que nos podes revelar sobre isso?
Em termos literários, tenho algumas personagens a bater-me à porta, de vários tempos históricos. Estou, neste momento, a debater com elas para decidir quais as que devem entrar primeiro.
Pergunta da Praxe: O que achas do blog Morrighan? (Sente-te à vontade para dizer mal!)
O blog é o rosto da autora: divertido, atualizado, jovem, dinâmico, despretensioso, interventivo, apaixonado pela vida e pelos livros.
OPINIÃO BLOG MORRIGHAN O Segredo de Compostela: http://www.branmorrighan.com/2013/05/opiniao-o-segredo-de-compostela-de.html
Tenho uma prenda para ti 🙂
http://saboreiaoslivros.blogspot.pt/2013/07/selos.html
Tenho uma prenda para ti 🙂
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Obrigda 🙂