O festival Super Bock Super Rock foi o primeiro festival a que assisti na minha vida. Tinha acabado de fazer 16 anos e o cartaz, para a música que eu ouvia na altura, era do melhor. Sei que no SBSR já vi bandas como System of a Down, Linkin Park, Muse, Tool, Alice in Chains, Arcade Fire, Prodigy, Deftones, Placebo, Soulfly, Incubus, etc, tudo até 2006 e no Parque das Nações.
Entretanto a vida complicou-se e só voltei às plateias deste festival em 2011, desta vez já no Meco. Mais uma vez o cartaz era algo que tão cedo não verei num festival: Arctic Monkeys, The Kooks, The Strokes, Arcade Fire, Portishead, Paus, Slash, Elbow, e muitos mais. Foi um cartaz estrondoso, mas também estrondosa foi a quantidade de pó que engoli durante esses três dias, para não falar nos parcos recursos quando comparados com a proporção de pessoas que ali se encontravam.
O ano passado voltei a marcar presença, mas o cartaz já não era a mesma coisa. Vi Apparat, que queria ver mais do que tudo; estava com expectativas para The Horrors que se confirmaram e o resto do cartaz foi sendo uma descoberta. Ouvi pela primeira vez Alabama Shakes, Little Dragon, Regina Spektor e mais umas quantas. Uma coisa boa que este cartaz proporcionou, foi um campismo mais saudável. A quantidade de pessoas era bem menor que no ano anterior, os recursos – aka chuveiros e casas de banho – aumentaram e a pseudo relva conseguiu aguentar um dia. Podia ter sido pior, foi porreirinho.
Ok. Chegamos finalmente a 2013 e aqui não sei se ria, se chore, se ache que foi a melhor coisa do mundo, se só acabou por ser bom por causa do último dia… Cheguei ao campismo no primeiro dia pela hora de almoço e arranjei logo espaço para a tenda. Só por isso dei logo conta que pelo menos não ia haver uma enchente insuportável. Depois de me instalar decidi dar uma volta pelo campismo e recinto e consegui constatar umas quantas coisas.
Sendo o terceiro ano consecutivo em que acampo no SBSR, penso que a lotação dos últimos dois anos é a ideal. Tomou-se sempre banho sem stress, as casas de banho estavam suportáveis, não se via a quantidade de lixo descomunal que se via nos anos anteriores e ainda houve uma novidade mesmo super – o refrigerador de latas Super Bock. Podíamos levar as nossas próprias latas e trocar na hora por latas frescas. Serviço impecável em que não tenho nada a apontar. Ah! Os cafunés da Studio Line no campismo também estão aprovados! Que continuem assim!
Em termos de cartaz, confesso que não foi um cartaz que me fizesse delirar completamente, mas que ainda assim tinha nomes que me atraíam: Arctic Monkeys, Johnny Marr, BRMC, Kaiser Chiefs, The Killers, Gary Clark Jr., We Are Scientists e, claro, Queens of the Stone Age.
Arctic Monkeys, na minha sincera opinião, foi mais do mesmo. Adoro-os, não me canso de os ver ao vivo, acho que o vocalista tem uma presença de palco notável, mas em termos de sonoridade, alinhamento e show em si, foi um pouco à semelhança de 2011. Com uma pequena diferença, o público deste ano pareceu-me ter uma faixa etária ainda mais jovem do que há dois anos. Adolescentes completamente histéricos e ao rubro matavam-se para conseguir chegar um pouco mais à frente.
Ainda no primeiro dia, adorei descobrir Efterklang. Criaram um ambiente mesmo muito bom e adorei a ideia de trazerem e recolherem recuerdos de país para país. Owen Pallet foi outra boa surpresa.
No segundo dia Johnny Marr foi Grande. Acabou com duas músicas dos The Shins e sinceramente foi uma bela surpresa. Black Rebel Motorcycle deram um bom concerto e Kaiser Chiefs estiveram imparáveis. O vocalista até em cima de uma das barracas da Super Bock se foi enfiar enquanto cantava um dos últimos temas. Nessa mesma noite seguiu-se The Killers. Nunca os tinha visto ao vivo apesar de ter imensa curiosidade. Foram uma banda extremamente simpática que puxou imenso pelo público que não tardou em responder. Como seria de esperar em temas como Mr. Bightside, Somebody Told Me e Human, o público ficou ao rubro e foi bastante bonito de se ver o pessoal a dançar e a divertir-se.
O Rei |
Do último dia o que realmente fica na memória é o concerto de QOTSA. Poderia falar das bandas que assisti antes deles: dos Tara Perdida, dos We Are Scientists e ainda Gary Clark Jr. Foram concertos muitos porreiros, mas que na memória foi impossível não ficarem abafados por Josh Homme e companhia.
Começou com You Think I Ain’t Worth a Dollar, but I Feel Like a Millionaire e realmente que estava ali presente só se podia sentir dessa maneira! Continuou com um No One Knows, e acreditem, só quem lá esteve sabe!, para depois alternar entre músicas novas e clássicos como Go With the Flow, Little Sister e The Lost Art of Keeping a Secret.
Ansiava por um concerto dos Queens of the Stone Age há tanto tempo que, enquanto estava naquele compasso de espera entre concertos, mal conseguia acreditar que finalmente o meu desejo se ia realizar. São uma banda fantástica e realmente só faltava ter ali o Dave Grohl na bateria para ser perfeito!
Logo a seguir a QOTSA vim embora. Não fiquei para Digitalism, que já tinha visto anteriormente, a minha missão no festival estava cumprida. Ficam as recordações de mais um ano, ainda com bastante pó, mas acima de tudo boa disposição.
Próxima misssão: Festival Vodafone Paredes de Coura de 13 a 17 de Agosto!
Nunca fui ao SBSR mas pareceu-me pelas fotos que este ano havia mais relva que nos outros anos.
Também nunca acampei num festival mas pelo que descreves parece que não é nada mau. E só tenho mesmo pena de não ter ido em 2011, isso sim foi um cartaz!
Bom Paredes de Coura 😉
Olá Marta! 🙂
Há dois anos foi doloroso acampar por lá. Saías do banho e já estavas cheia de pó, as casas de banho eram menos e estavam constantemente nojentas, lixo empilhado, etc.
Este ano até um reforço na segurança me pareceu haver. Assim vale a pena 🙂