Um Desastre Maravilhoso
Jamie McGuire
Editora: Grupo Planeta
Sinopse: Quando se mergulha no mundo de Um Desastre Maravilhoso, fica-se irremediavelmente seduzido por uma história que pode ser doce e romântica, mas que é também obsessiva e disfuncional. Pleno de romance, paixão e reviravoltas inesperadas, foi um dos livros mais disputados na Feira de Frankfurt do ano passado, está traduzido em mais de vinte idiomas, e os seus direitos para filme já foram adquiridos pela Warner Bros.
Opinião: Desde que este livro saiu em Maio que andava em pulgas para pegar nele. Depois de uns atrasos na expedição do mesmo, mal consegui finalmente tê-lo em mãos decidi que seria a minha próxima leitura. E então começa a verdadeira epopeia de leitura que me surpreendeu por completo. Nesse dia levantei-me e, antes de sair de casa, peguei no livro para iniciar a sua leitura na viagem. Entre atrasos de transportes, li logo umas 60 páginas. Seguiu-se um dia intenso de 9h de trabalho e ao fim do dia como tinha uma consulta, enquanto esperava continuei a ler. Mais não sei quanto tempo de transportes, permitiu-me chegar a casa com metade do livro lido. Sabem o que é que se seguiu? Ler até ao jantar, jantar, verificar mails, desligar o computador e ler o resto do livro até ao fim. Ou seja, li o livro todo num único dia!
Acreditem, com a vida que levo, ler uma obra num único dia é um feito. Não pelo ler um livro num dia, mas por haver um livro que, mesmo após um dia de trabalho que normalmente me deixa exausta, ainda assim puxar por mim e obrigar-me a largar tudo para descobrir o seu desfecho.
Os protagonistas de Um Desastre Maravilhoso são completamente disfuncionais (e não o são a maioria dos jovens hoje em dia?). Ele é o bad boy que engata quem quer, quando quer como quer, mas ainda assim é de uma inteligência notável. Ela é a rapariga que foge do passado como o diabo foge da cruz e opta por adoptar um perfil mais discreto. O que é que acontece quando estes dois tipos de pessoas se cruzam? Ora pois, um autêntico desastre. Até que se apaixonam e tudo parece maravilhoso, pelo menos durante uns tempos.
James McGuire conseguiu criar um enredo tal que desde o início o leitor se sente preso à narrativa. Fora dos padrões normais dos romances, mas ainda assim com muitos dos ingrediente habituais, o escritor consegue com que esta seja uma daquelas histórias que ou se ama ou se odeia. Eu senti-me de tal maneira agarrada à trama que a leitura tornou-se um ciclo vicioso. Se tinha de parar de ler, por alguma razão, assim que tinha oportunidade voltava a espetar os olhos naquelas páginas.
Claro que em termos de perspectiva de realismo, a história não pode ser levada literalmente para a realidade; duvido que algo assim alguma vez acontecesse, mas dá-nos uma outra visão sobre a vida, potencialmente de risco, que muitos jovens levam. Desde o mundo dos casinos e apostas a relações fúteis, desde sexo sem significado a amizades falsas, enfim, esta obra é rica em todo um leque de experiências. Também as emoções que sentem, a forma como tudo é elevado a expoentes infinitos, toda essa componente de adrenalina dá um toque intenso e viciante à leitura. A escrita do autor é fluída, bem ritmada, proporcionando uma boa leitura. Gostei.