Renascida/Deusa do Mar
P. C. Cast
Editora: Asa
Colecção: 1001 Mundos
Sinopse: Christine Canady, CC, é sargento da Força Aérea e no dia do seu 25º aniversário, já depois de uns quantos copos de champanhe a mais, faz uma dança em cima do balcão do bar pedindo à deusa da terra um pouco mais de magia na sua vida.
No dia seguinte, o seu voo com destino ao médio oriente, num C-130, termina num desastre com o avião a despenhar-se no Oceano. Quando pensava que o seu destino estava traçado e a sua morte era certa, ela apercebe-se de que está a respirar debaixo de água e se encontra perante a mais bela sereia que poderia imaginar.
Concedendo à sereia o desejo de ser humana, elas trocam de consciência e em breve CC vê-se imersa nas intrigas da corte das sereias, e com dificuldade em resistir aos encantos do pretendente real.
Mas, o desejo de voltar a terra vai fazer com que CC se cruze com o cavaleiro dos seus sonhos, vendo-se envolvida num arrebatador triângulo amoroso.
Opinião: P.C. Cast é uma autora de romances paranormais/sobrenaturais já bastante conhecida. Em Portugal penso que se estreou com a série Casa da Noite e há algum tempo chegou até nós esta nova série, eu chamo-lhe a série das Deusas. Numa primeira edição pela 1001 Mundos, o título dado à obra foi Deusa do Mar, mas recentemente houve uma reedição da mesma em que o título foi mudado para Renascida. Como poderão ver acima, as capas também mudaram bastante. Uma questão de marketing? Sei que este palpite não está relacionado com a opinião da obra em si, mas apesar de achar a primeira mais “vendável”, a verdade é que a segunda (e original) está mais relacionada com o conteúdo do livro.
Neste primeiro volume, a autora começa logo por declarar que, apesar de os livros serem para os autores como os filhos são para os pais, sendo difícil escolher um preferido, esta é uma das suas séries preferidas. Cada um dos livros irá conter lendas recontadas e editadas sobre tantos deuses já nossos conhecidos, mesmo que chamados por outros nomes. Em Renascida, temos uma bela história de amor, daqueles amores improváveis, mas não imprevisíveis, entre uma sargento dos dias de hoje, que troca de corpo com uma filha de Poseidon transformando-se em sereia, e um filho dos mares de estirpe inferior, mas também ele um sereio.
A narrativa está bem estruturada, as personagens são simples, mas bem exploradas e o ritmo da acção não aborrece de todo o leitor. Adorei as descrições relacionadas com o mar e os seres que o habitam. Também o conceito de sereia/sereio está bem construído e provoca uma verdadeira afeição no leitor, pelo menos a mim provocou. A escrita da autora é fluida, simples, romântica e projecta bastante bem as imagens que pretende passar dos cenários descritos.
Não sendo uma história extraordinária, ainda assim conseguiu transportar-me para outro mundo, noutro tempo em que se transitava do paganismo para o monoteísmo, com todo aquele fervor religioso em que a mulher é vista como uma fonte de pecado. Sendo uma amante de mitologia, é claro que me agradou toda a componente e descrição dos deuses. Penso que a mistura entre os elementos que compõem o enredo foi equilibrada, mas ficou a faltar algo para ser um livro mesmo original e empolgante. No entanto, a vontade de ler os restantes se não aumentou, pelo menos manteve-se. Quero imenso descobrir os outros mitos e de que forma são explorados por esta autora.