Opinião: Convergente (Divergente #3) de Veronica Roth

Convergente (Divergente #3)

Veronica Roth

Editora: Porto Editora

Sinopse: A sociedade de facções em que Tris Prior acreditava está destruída – dilacerada por actos de violência e lutas de poder, e marcada para sempre pela perda e pela traição. Assim, quando lhe é oferecida a oportunidade

de explorar o mundo para além dos limites que conhece, Tris aceita o desafio. Talvez ela e Tobias possam encontrar, do outro lado da barreira, uma vida mais simples, livre de mentiras complicadas, lealdades confusas e memórias dolorosas. Mas a nova realidade de Tris é ainda mais assustadora do que a que deixou para trás. As descobertas recentes revelam-se vazias de sentido, e a angústia que geram altera as vontades daqueles que mais ama. Uma vez mais, Tris tem de lutar para compreender as complexidades da natureza humana ao mesmo tempo que enfrenta escolhas impossíveis de coragem, lealdade, sacrifício e amor. Convergente encerra de forma poderosa a série que cativou milhões de leitores, revelando os segredos do universo Divergente.

Opinião: Passaram-se quase dois anos desde que iniciei a aventura no mundo criado por Veronica Roth. Chegada a altura de ver concretizado o desfecho desta história, foi inevitável não sentir aquele nervoso miudinho de expectativa e temor. De cada vez que se fecha uma trilogia existe algum sofrimento por antecipação, pois sabemos que após a leitura deste volume final não haverá mais nenhum, e são frequentes os momentos de acção em que nos vemos divididos perante a escolha do autor e o desejo inconsciente do leitor. Convergente reflecte o expoente máximo dessa dualidade, desse sentido de dever perante os personagens, mas que nem sempre segue o rumo que poderíamos esperar.

Se em Divergente nos foi apresentado um mundo de facções, cada uma com as suas características em que se tentava conciliar todas para uma convivência comum pacífica, em Insurgente as coisas complicam-se e as acções aí perpetuadas mudaram, para sempre, o rumo de alguns dos personagens principais. Tris e Tobias continuam a ser os protagonistas narrando, cada um a sua perspectiva num estilo de acção continua, mas em que a aproximação com o leitor acaba por se tornar mais íntima. 

Quando a história rompe no exterior das barreiras, a ansiedade chega para ficar. Sendo o ambiente novo, rapidamente tudo se torna familiar – os preconceitos, as sobrancerias, os medos, as mentiras, as traições, mas também o amor (já estabelecido e o redescoberto), a compaixão, o sacrifício. Divergente tem sido uma série que se alimenta de emoções, de batalhas interiores sobre o que está certo e errado, testando os limites éticos constantemente e levando ao extremo a análise de moralidade humana. 

Uma das grandes diferenças deste livro para os anteriores é o ritmo da narrativa. Enquanto os acontecimentos no passado quase que se atropelavam para terem lugar, este tem uma abordagem mais táctica, mais pensada, as conspirações estão sempre prestes a explodir, mas há sempre ali pequenos picos de adrenalina que acabam por voltar a acalmar a acção logo a seguir. É apenas no fim, nesse fim que tanto faz chorar a maioria dos leitores, eu incluída, que as páginas já não se percorrem linha a linha pausadamente, mas quase voam. Eu só me lembro de pensar “Não pode ser, não acredito, a autora não faria isto.” Bem, deixo-vos na dúvida se fez ou não e o quê.

A verdade é que pousado o livro, ao pensarmos um pouco sobre o mesmo, sobre toda a evolução da trilogia, faz todo o sentido que tenha acabado como acabou. Indo mais ao encontro do que tem sido a história ao longos dos séculos e contrariando um pouco o romance previsível de que tudo está bem quando acaba bem, Veronica Roth confronta o leitor com uma realidade perfeitamente possível, mesmo que não nos dias de hoje. Tris e Quatro serão sempre um casal querido, com uma história de amor posta à prova mais vezes do que eles desejariam, mas cujas provas de amor, do verdadeiro amor, nunca faltaram. E enquanto termino esta opinião, um nó se forma na garganta e um ardor me assalta os olhos, pois é impossível não ter flachbacks dos vários momentos marcantes ao longo dos três livros. Para reler mais tarde, sem dúvida. 

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3 Comentários
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Unknown
Unknown
10 anos atrás

De tantos livros que tive ao longo da minha vida a honra de ler, essa saga sem duvida foi cativante o suficiente para também me levar as lágrimas com o fim que leva, ainda não consigo acreditar rs. Mas sem dúvida excelente livro.

Morrighan
Morrighan
10 anos atrás

Ariane, é verdade, o fim não é fácil de aceitar!

grande beijinho e boas leituras.

Unknown
Unknown
10 anos atrás

Obrigada e igualmente (:

  • Sobre

    Olá a todos, sejam muito bem-vindos! O meu nome é Sofia Teixeira e sou a autora do BranMorrighan, o meu blogue pessoal criado a 13 de Dezembro de 2008.

    O nome tem origens no fantástico e na mitologia celta. Bran, o abençoado, e Morrighan, a deusa da guerra, têm sido os símbolos desta aventura com mais de uma década, ambos representados por um corvo.

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