Foi ontem, pelas 19h que a equipa sénior feminina de basquetebol do Benfica conquistou mais um título. Pelo segundo ano consecutivo, para além da subida a uma divisão superior, desta à principal, também a conquista do primeiro lugar de ambos os campeonatos teve lugar.
O jogo de ontem não começou fácil, duas boas equipas a disputarem com tudo o que tinham o título. Felizmente o nosso querer, garra e ambição acabaram por mostrar a nossa superioridade dentro de campo. Foi fundamental o apoio das dezenas de pessoas que estiveram lá ontem e para elas o meu muito obrigada! São o meu primeiro agradecimento deste longo post e fica já um do tamanho do coração aos pais da Inês Cruz, da Joana Alves e da BB! Um trio que nos acompanhou a época toda!
Enquanto atleta, que já passou por diversos clubes e já jogou em todas as divisões nacionais, que já representou todas as selecções nacionais de formação, garanto que tem sido uma experiência diferente de todas. Foram dois anos muito distintos do que qualquer outros que eu tenha tido no passado, desde as condições ao grupo de pessoas, até ao meu percurso. Várias lesões, algumas graves, tempos de paragem, etc., mas sempre fui uma sortuda por ter uma equipa de apoio fenomenal.
Não podia deixar o campeonato terminar sem fazer um agradecimento público a todos os fisioterapeutas que de uma maneira ou de outra contribuíram para as minhas recuperações, mas em especial ao João Ribeiro por ter sido um salva vidas boa parte desta época. Sempre incansável, sempre a procurar as melhores soluções, nunca se resignando quando eu não respondia tão bem aos tratamentos como devia. Parecendo que não, esta é uma parte fundamental na vida de um atleta. Obrigada Johnny! Também quero agradecer ao Carlos Banza, que aguentou o barco a época passada e que no final desta também esteve lá quando mais precisei. Mais que um fisioterapeuta, um amigo. Ao Pedro Barreiras, aka Tesourinha (ahahah), tenho a agradecer toda a boa disposição, sorrisos e brincadeiras que ajudavam a aliviar toda a carga dos tratamentos durante os últimos dois anos. À Joana Beleza, pelas últimas semanas, pelo apoio e preocupação que tomaram lugar nos momentos certos. Por último ao João Pinto, o estagiário que esteve no jogo da final e que se portou lindamente!
O post de hoje vai ser mais longo, quanto mais não seja porque o futuro é uma incerteza e eu não quero deixar ninguém de fora.
Mafalda Borges, sim, tu, fizeste-nos falta. O teu lugar era connosco, ali, e este título também é teu. Espero que saibas e que sintas isso. Vejo-te em breve.
Ao senhor Zé, que embora nunca vá ver isto, merece um lugar no museu do Benfica por todo o fervor que a cada jogo manifestou. Um adepto fervoroso de todas as modalidades e que nunca deixou o basquetebol feminino carecer da sua presença! Espero que saiba que tem o carinho de todos nós! Obrigada por ter estado lá ontem!
Ao Nuno Rodrigues, que dinamiza o mini basquet do Benfica como ninguém, pelo apoio durante a época toda, por ter levado aquela legião ontem até Vila Pouca de Aguiar, por ser a alma de toda aquela claque incrível.
Aos seccionistas, Gizela Silva e Luís Coelho, por serem absolutamente incansáveis, por fazerem tudo para nos proporcionar as melhores condições, os melhores momentos. São duas pessoas maravilhosas que me conquistaram desde que entrei para o Benfica. São como uma mãe e um pai que acarinham as suas filhas e sentem mais orgulhos nelas que qualquer outra pessoa. Os sacrifícios feitos valeram a pena, acreditem!
À restante equipa técnica do Benfica, André Cardoso e Hugo Oliveira, Goran Nogic e toda a estrutura por trás, por acreditarem que éramos capazes, por nos fazerem manter os pés assentes na Terra e por nos conduzirem até ao nosso ponto de chegada.
Não estou a mencionar aqui algumas pessoas, porque não quero tornar este post gigante, mas fazendo um balanço destes dois anos, a maior sensação é a de concretização e dever cumprido. Encontrei pessoas fantásticas e que à sua maneira foram sempre um exemplo ou uma fonte de apoio, Sérgio Ramos, Carlos Andrade, Tomás Barroso, são apenas algumas dessas pessoas, mesmo que não tenham noção disso.
Ainda MAIS IMPORTANTE, à minha equipa maravilhosa (sem qualquer intenção na ordem): Marta Augusto, Inês Cruz, Rita Alves, Ana Roman, Paula Couto, Joana Alves, Sofia Ramalho, Sara Tavares, BB, Marta Silva, Marcela Cossermelli, Catarina Murteira e Yoyoo Nogic – a minha querida gémea (eheheh)! Foram dois anos de tanto trabalho, dedicação e sacrifício que somos uma equipa que merece o respeito de todos. Fomos incansáveis, abdicámos de muito para lutar por isto e até mesmo doentes e presas por arames não deixámos de estar de querermos ser melhores. A Liga é nossa e é merecido. Mais do que merecido, foi conquistado a pulso de ferro contra todas as expectativas.
E pronto, desculpem-me se falta alguém, mas depois dos últimos dois dias tão emotivos, é impossível estar completamente racional. Parece uma loucura o que fizemos, mas é mesmo realidade! Mais uma vez, obrigada a todos, não me podia sentir mais orgulhosa de todo o nosso trabalho, esforço e dedicação.
Falando um pouco a nível pessoal, a trabalhar a tempo inteiro como investigadora científica e ainda como professora universitária, tendo ainda o trabalho do blogue, conjugar o basquet nunca pareceu complicado por Querer tanto isto! Foi um ano de loucos, em que respirar quase parecia impossível em algumas alturas, quando as lesões começaram a chegar então… A realidade da vida de um atleta a tempo inteiro é muito diferente da vida de um atleta que trabalha 10h antes de ir treinar e é uma pena que a realidade nacional não permita que possa haver mais profissionais de basquetebol a tempo inteiro no feminino. Não me estou a queixar, adoro o que faço a nível profissional e se tudo correr bem vou começar o meu doutoramento em breve, mas é certo que muitas das lesões e desgastes não aconteceriam se me pudesse dedicar a tempo inteiro a este desporto que amo e que tanto me deu ao longo do meu crescimento enquanto pessoa.
Ao meu PAI, o MAIOR de todos. Por todo o apoio, por me ir buscar a horas indecentes aos treinos, por fazer tantas vezes fazer 40kms só para que eu pudesse chegar mais cedo a casa e descansar mais. Apesar de alguns resmungos, sei que está orgulhoso da sua filhota. E claro, ao apoio da minha mãe e irmão.
E é isto, um fechar de um ciclo que me deixa cheia de recordações e emoções que não esquecerei. Obrigada a todos os meus amigos, familiares, apoiantes, foram imprescindíveis!
É muito bonito essa união que vem da prática de uma actividade em grupo, que presumo ter começado quase nas fraldas 😉 Claro que a disponibilidade familiar conta muito. Não existindo, nenhum filho segue qq desporto.
Qd vi a foto de grupo tive uma sensação de estar a olhar para uma imagem com uns 20 anos de idade. Como alguém olharia para o passado distante com saudade.
Eheh, do meu lado começou apenas aos 12 anos, mas sim, cria laços e um ambiente incrível.
Muito obrigada pela mensagem!