Entrevista aos Norton, Banda Portuguesa [Banda Fusing]

Dez anos já se passaram desde o seu primeiro disco Pictures From Out Thoughts. Este ano, apresentaram-se com o single Magnets antes de nos darem o prazer de ouvir o seu quarto disco de longa duração homónimo – Norton. Também eles são quatro e, seja no nosso país ou, certamente, no Japão!, começam a ser poucas as pessoas que nunca ouviram falar dos Norton. Nos últimos tempos, têm andado na sua Summer Tour e irão actuar no Fusing Culture Experience já no dia 15 de Agosto. Aproveitei esse pretexto para roubar um bocadinho de tempo a esta malta que aceitou responder a umas perguntinhas sobre os seus 12 anos de carreira. Ora verifiquem. 

Olá malta! Contem-nos, como surgiu o projecto Norton e de onde é que esse nome teve origem? 

Olá! Os Norton surgiram a partir de duas bandas, os Alien Picnic e os Oscillating Fan, que entretanto se fundiram numa banda nova com o objectivo de levar a música um pouco mais a sério. Queríamos um nome que pudesse ser pronunciado da mesma forma em todas as línguas e que fosse um nome próprio, tal como se estivesse a dar um nome a um filho.

Estão juntos desde 2002, faz 10 anos que lançaram o vosso primeiro LP, tem sido uma longa caminhada. Que balanço fazem do vosso percurso?

É verdade, tem sido uma grande viagem. É engraçado que nos conhecemos todos muito antes dos Norton aparecerem. Parece que foi ontem que saiu o “Pictures From Our Thoughts”! Já passámos por muitas experiências, boas e más. Todas elas nos deram muita força para podermos continuar a fazer o que mais gostamos: estar juntos, compor, gravar e tocar a vivo.

Foi difícil formar uma banda no interior do país?

Difícil não foi. Formámo-nos da mesma maneira que outras bandas. Sempre houve muita música por perto que nos chegava através de irmãos e de amigos mais velhos. No interior estamos é longe da imprensa e os locais onde podemos mostrar as nossas canções estão maioritariamente no litoral do país. No entanto, temos mais-valias. Estamos a cinco minutos a pé da sala de ensaios e estamos tão perto de Madrid como do Porto ou de Lisboa. O nosso cantinho acaba por ter algo de muito especial.

Quais são as vossas maiores influências? 

Tudo o que experienciamos é uma influência, principalmente as pessoas que fazem parte do nosso percurso, as viagens e os locais que conhecemos.

E as vossas letras, em que se inspiram?

Em tudo o que nos rodeia. Nas relações e nas nossas vivências.

Se um escritor escrevesse um romance inspirado na vossa música, de que género literário seria?

Uma novela gráfica.

Muitas vezes o primeiro álbum tem o nome da banda, mas vocês decidiram fazê-lo ao 4º álbum. Porquê?

Na verdade, não conseguimos chegar a um consenso entre todos sobre o nome que queríamos dar ao disco. Mas quando nos chegou a capa às mãos pensámos que representava muito bem as canções e os Norton de agora. É uma década de banda e este é um disco de afirmação disso mesmo. Um título iria desvirtuar as atenções daquela imagem.

Que história é que este último álbum nos conta? Como está a ser a sua recepção?

Conta a história de todo o nosso percurso. Acima de tudo, é um álbum muito positivo. Penso que canalizámos toda a nossa carreira num só disco e isso é curioso. Quanto à sua recepção, tem sido óptima! Já tínhamos saudades de estar no activo e poder partilhar a nossa música. As pessoas, a rádio e a imprensa têm tratado muito bem o nosso último rebento.

Já é o terceiro álbum que editam no Japão. Como é que tal se proporcionou? 

Como dizes e bem é o terceiro álbum editado no Japão. A história começou com um contacto via MySpace de um A&R inglês que promove bandas europeias noutros continentes. Foi assim que o “Kersche”, o nosso segundo disco, foi editado no Japão. Com o “Layers” já foi outra editora que o lançou, a This Time Records, que também editou o último disco.

E uma viagem ao Japão, para conhecerem os vossos fãs de lá? 

Um dos nossos maiores sonhos é que isso possa finalmente acontecer com este disco! Quem sabe se para o ano haverá novidades.

Uma das maiores diferenças de há 10 anos para cá, a meu ver, é o impacto que as redes sociais vieram a ter nas bandas. Ainda são do tempo do MySpace? Sei que têm uma forte presença tanto no Instagram, Tumblr, Twitter, Facebook, etc. Acham que, hoje em dia, é fundamental estar presente nas redes sociais?

Acho que fomos das primeiras bandas portuguesas a usar o MySpace. Sem dúvida, é mesmo fundamental estar presente nas redes sociais para promover o nosso trabalho. É uma forma de podermos estar mais perto das pessoas até porque somos nós que gerimos todas essas plataformas.

Como tem sido voltar aos palcos para a apresentação do novo disco? Já tinham saudades?

Muitas saudades! Voltar a subir a um palco foi uma sensação de preenchimento pessoal, algo que fazia muita falta. Os concertos têm corrido muito bem e as novas canções soam em pleno ao vivo. 

Fotografia David Francisco

Existe algum palco que seja especial para vocês?

Todos foram especiais à sua maneira, mas a Sala Apolo em Barcelona e o Ateneu Comercial do Porto, aquando do Vodafone Mexefest, ficaram nos nossos corações.

Este Verão vão actuar no Fusing. Alguma vez tocaram em plena praia privativa? Quais são as expectativas?

Acabámos de tocar na praia de Santa Cruz. Relativamente ao Fusing, estamos muito entusiasmados com o concerto. Ficámos mesmo contentes com o convite e por fazer parte de um cartaz de luxo. Vamos abrir o palco principal por isso tocamos no lusco-fusco, com uma paisagem deslumbrante. Está quase!

O Fusing tornou-se num festival bastante único ao conjugar a música com desportos náuticos, gastronomia e arte urbana. O que é que vocês acham deste conceito de festival? Vão poder usufruir e explorar o recinto e as actividades oferecidas?

Achamos que é um conceito muito curioso e atractivo e que é também uma forma de aproximar as pessoas a todas essas actividades e complementá-las. Vamos estar a trabalhar, no entanto vamos fazer os possíveis por visitar o recinto dignamente.

Que planos têm para o futuro?

Continuar a tocar ao vivo este disco e posteriormente compor e gravar um novo.

Vemo-nos pelo Fusing!

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    Olá a todos, sejam muito bem-vindos! O meu nome é Sofia Teixeira e sou a autora do BranMorrighan, o meu blogue pessoal criado a 13 de Dezembro de 2008.

    O nome tem origens no fantástico e na mitologia celta. Bran, o abençoado, e Morrighan, a deusa da guerra, têm sido os símbolos desta aventura com mais de uma década, ambos representados por um corvo.

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