[Os Artistas Portugueses no Vodafone Paredes de Coura III] – Dia 3 – Killimanjaro & Linda Martini

Chegou a vez do terceiro dia do Festival Vodafone Paredes de Coura e com ele a actuação de mais duas bandas portuguesas – Killimanjaro e Linda Martini. Em horas de abertura de festival, ambas tocaram no palco principal, o que de si já tem significado.

Fotografia Hugo Lima

Começando com abertura do palco, com os Killimanjaro, José Gomes na voz, Joni Dores na bateria e Luís Masquete no baixo, encontrámos uma banda jovem a apresentar vários dos temas do novo trabalho – Hook. Na sua página de facebook estão categorizados como Heavy Rock, mas a verdade é que o seu som roça claramente o metal e, em laivos mais potentes, chega mesmo a lembrar algumas malhas de Metallica ou até Dream Theater. Num anfiteatro ainda a carecer de algum público, e sendo a luz do dia um pouco aversa ao estilo de música, foi o bastante para colocar os pescoços e cabeças a mexerem. Com um vestuário contraditório com o seu estilo de música, Killimanjaro é aquela banda que tem todo o potencial para que com o tempo, e uma boa dose de concertos, percam todas as inibições e se deixem levar pelo som que tocam. A interacção com o público não foi má, mas ficou a faltar essa liberdade e à vontade que só com a experiência se adquire. Ponto positivo – apesar de um ou outro precalço, a banda reagiu com naturalidade, continuando o concerto como se nada tivesse acontecido. Um futuro risonho, parece-me, é o que aguarda a estes três jovens.

Fotografia Hugo Lima

Começar uma nota sobre os Linda Martini é sempre algo ingrato. Volvidos três anos após a última estadia no Festival Paredes de Coura, em 2011 e no qual estive igualmente presente, coube aos Linda Martini sucederem aos Killimanjaro e, supostamente, abrirem terreno para os restantes. O problema aqui, que para mim não é problema, mas antes um orgulho enorme, é que os Linda Martini não sucederam ninguém, nem abriram para ninguém – foram reis e senhores de si mesmos, mostrando que aqui quem manda são eles e que têm o poder de influenciar qualquer público, afirmando-se e confirmando-se assim a soberania despretensiosa de uma banda que se tornou de culto em Portugal.

Se as primeiras músicas foram bastante calmas, com o pessoal a curtir cada um na sua, bastou uma intervenção de Hélio Morais para a revolução acontecer. O que eram músicas calmas, passaram a ser pretextos para moches e para toda uma manifestação de adoração à banda de outro mundo. Com o André na guitarra, a Cláudia no baixo, o Pedro na outra guitarra, o Hélio na bateria e todos na voz, não foi um concerto que surpreendesse, mas antes um que deliciasse os seus fãs e que colocasse o auditório principal de Paredes de Coura à Pinha e completamente frenético. Como bons anfitriões que são, não só se deram à música, como o mergulho de piscina do Hélio na multidão não faltou, tal como o do Pedro Geraldes. A invasão do público no palco, foi a cereja no topo do bolo e uma estreia nos concertos todos que vi de Linda Martini até hoje – que não foram poucos. Com a multidão em palco, foi bonito quando a Cláudia se sentou no pequeno avanço a tocar virada para eles e de costas para o público. Numa palavra – Memorável! Ah! E, claramente, foram os Cabeças de Cartaz do dia de ontem. Melhor que Black Lips, com certeza mil vezes melhor que Cut Copy e, com todo o respeito que tenho pelos outros, completamente superiores aos restantes. 

Fica a nota para o orgulho no que é nosso, principalmente das nossas bandas, e porque foi a isso que me propus quando me deram a credencial para Paredes de Coura. Hoje temos Sequin e Sensible Soccers!

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    Olá a todos, sejam muito bem-vindos! O meu nome é Sofia Teixeira e sou a autora do BranMorrighan, o meu blogue pessoal criado a 13 de Dezembro de 2008.

    O nome tem origens no fantástico e na mitologia celta. Bran, o abençoado, e Morrighan, a deusa da guerra, têm sido os símbolos desta aventura com mais de uma década, ambos representados por um corvo.

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