Ai que ele vem aí…! [Diário de Bordo XXX]

Sexta-feira. Fim-de-semana a chegar e um sentimento de que em vez de 5 dias de semana, passaram 30. Aquela sensação de camiões que passam por cima de nós e nos deixam em papa, mas ainda assim colocamos um sorriso no rosto, olhamos em frente e seguimos. Porque é só isto que adianta, chora-se o que se tem a chorar, resmunga-se o que se tem a resmungar, só não serve de nada prolongarmos isso mais do que o estritamente necessário. 

Esta semana tornou-se pública uma situação que, por ter uma relação próxima com a pessoa em causa, já acompanho há meses. Não é segredo – o nosso escritor Luís Miguel Rocha está, neste momento, na fase da quimioterapia na luta contra o cancro. Quando o Luís decidiu revelar o que se passava, foi como se levasse novamente uma chapada na cara. Não que para mim fosse novidade, já não o é há muito, mas entre o não se saber e, de repente, toda a gente saber, naquele momento parecia que se tinha tornado ainda mais assustador, do género – isto está mesmo a acontecer – como se se ninguém soubesse, tudo passaria mais depressa. Não sei explicar. Sentimento parvo, talvez, mas quem segue o blogue sabe que adoro o Luís. Mais do que um dos melhores escritores portugueses é, para mim, um amigo sem igual, daqueles que trazemos sempre no peito e cujo carinho, admiração e respeito, não conhecem limites. No entanto, no fundo nada muda, a luta continua, o meu apoio também, e vamos ultrapassar isto tudo demore o tempo que demorar. O Luís é das pessoas mais fortes que conheço e tanto eu como os seus leitores e amigos, estamos cá para lhe transmitirmos toda a nossa força e coragem.

Como tenho escrito poucos Diários, vou já adiantar algumas notícias. Este fim-de-semana, no pavilhão do Técnico, mais precisamente no Sábado, vai ser a apresentação das equipas do Núcleo de Basquetebol do Instituto Superior Técnico, no qual decidi jogar este ano. Vou jogar o campeonato universitário e, tudo indica que também, federado. Nem tinha dado conta, mas nunca deixei de ter os equipamentos do IST em casa, mesmo sem ter jogado lá o ano passado. Seria o destino a mandar-me de volta para casa? Ahahah, brincadeiras à parte, estou contente. Não tenho conseguido treinar todas as vezes com elas, o trabalho tem sido mesmo muito, mas aos poucos pode ser que a velhota aqui consiga ficar minimamente em forma. Quem sabe? O nosso primeiro jogo é então Sábado, pelas 17h, no pavilhão AEIST, Técnico, com churrasco a partir das 14h30 e até os jogos terminarem todos. A equipa masculina também irá ter a sua apresentação nesse dia. 

Voltei a ter aulas!! Três anos depois do último ano em que tive aulas (no ano da tese não fiz cadeiras), lá me sentei eu na F8 para ter a apresentação da cadeira Tópicos de Investigação. Engraçado como quando chegamos ao doutoramento tudo toma novas proporções, pelo menos no doutoramento de Engenharia Informática. É que cada cadeira, e temos de fazer 6 fora a proposta de tese e a tese, é como se fosse uma tese de mestrado… Escolhe-se um tema, trabalha-se sobre o tema, discute-se com júris, etc. etc. Têm-me dito que os três primeiros anos do doutoramento (em média são quatro) são os melhores anos da nossa vida. Eu, para já, estou só assustada! Vá, a verdade é que estou super entusiasmada. Vou lacrar, brevemente, a candidatura à FCT, por isso “fingers crossed”! Venham daí esses desafios que estou pronta a comê-los ao pequeno-almoço! 

“(…) os livros só se criam com o fim de unir as pessoas para além da sua própria existência e, assim, de se defender do inexorável oponente de tudo o que vive: fugacidade e o esquecimento.” – Stefan Zweig, em Mendel dos Livros. Li este livro esta semana e fiquei completamente transtornada, ao mesmo tempo que maravilhada com a capacidade do autor em fazer sentir tanto em tão poucas páginas. Espero, sinceramente, que um dia possam ter a oportunidade de pegar nele e de o admirarem. 

Outro grande elemento de cultura que me marcou esta semana, foi o disco Cornerstone dos Brass Wires Orchestra. Enviaram-me o disco no início da semana e na Terça-feira, antes de sair para o trabalho, tive o impulso de me sentar a escrever sobre ele. Para quem gosta de Beirut ou Mumford & Sons, vai encontrar alguns cruzamentos, mas a verdade é que na sua totalidade acho-os parecidos a eles mesmos. Ainda não me cansei de ouvi-los e o mais engraçado é que uma das minhas preferidas é daquelas que menos info ou vídeos tem na internet. The Lost King. Adoro essa música, acho que é tão rica em significado e em melodia que já dei por mim a ouvir em repeat. Fica esta a minha sugestão musical para o fim-de-semana. O disco está disponível no Spotify.

Por hoje é tudo. Numa semana de inundações em Lisboa e também em mim mesma, acho que o que importa é crescermos com tudo o que vivemos, fortalecermos as nossas defesas, mas sem nunca deixarmos de apreciar o que nos rodeia, os pequenos pormenores, a beleza das pequenas coisas e dos gestos simbólicos. O meu obrigada aos Brass Wires Orchestra por terem partilhado na sua página de Facebook a minha opinião do seu disco e, consequentemente, esta se ter tornado o post mais visualizado da semana. O meu obrigada ao Luís, por ser um amigo tão bom, tão importante para mim, por ser tão forte e inspirador a quem o rodeia. Por último, mas não menos importante, obrigada a vocês, os meus leitores, que continuam desse lado e me acompanham neste longo percurso com quase seis anos de existência. 

Beijos e até ao próximo Diário de Bordo. 

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    Olá a todos, sejam muito bem-vindos! O meu nome é Sofia Teixeira e sou a autora do BranMorrighan, o meu blogue pessoal criado a 13 de Dezembro de 2008.

    O nome tem origens no fantástico e na mitologia celta. Bran, o abençoado, e Morrighan, a deusa da guerra, têm sido os símbolos desta aventura com mais de uma década, ambos representados por um corvo.

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