Fotografia por Timm Ziegenthaler |
O que começou com e como Alex D’Alva Teixeira e viu nascer o E.P. “Não é um projecto” produzido por Ben Monteiro tornou-se em algo maior. A colaboração dos dois artistas que inicialmente daria fruto a um longa duração em nome próprio, tornou-se um reflexo da relação que partilham e rapidamente isso se fez sentir não só na produção mas na escrita das canções que agora compõem #batequebate e sentiram necessidade de as albergar sob o nome colectivo “D’ΛLVΛ”.
A Pop que os D’ΛLVΛ oferecem tem sido apelidada de “fresca”, sendo que os mesmos não sentem ter inventado nada de novo, apenas trabalhado com a seriedade que as canções merecem, e divertindo-se bastante durante o processo, para chegar a um resultado totalmente descomprometido mas honesto, e no mínimo eclético, esperando que as suas canções sejam ouvidas pelo que são, e não sob qualquer tipo de filtro ou preconceito, pois foi assim que foram criadas: “livres leves e soltas”.
Se, ao escutarmos o alinhamento final de #batequebate, percebemos que é entre muitas coisas uma viagem no universo da Pop, viagem essa que começa nos anos 80, passa pelos anos 90, e chega até aos dias de hoje, a mesma é feita ao contrário:
“Não fomos aos anos 80 e 90, trouxemo-los para hoje. Não foi algo propositado ou pensado, foi espontâneo, assim como a postura que D’ΛLVΛ tenta manter de fazer as coisas “porque sim”, e a etiqueta Pop é elástica o suficiente para albergar o “mash-up” contínuo que é a sua música.”
O único aspecto intencional foi o de deixar vir ao de cima elementos da música portuguesa contemporânea, assim como brasileira e africana que, no fundo, fazem parte do legado cultural e familiar do duo, e que fosse um disco tão descomprometido como seriamente divertido.
À tradição e herança na construção de canções Pop de Ben Monteiro que cresce a ouvir exclusivamente rádio dos anos 80, junta-se o “A.D.D.” frenético e tão característico da geração de agora, de Alex D’Alva Teixeira que cresce a ouvir MP3, e que está em constante busca de novas expressões musicais, e desse gap geracional resulta #batequebate (sim com # e tudo).
Um disco que junta dentro de si uns hooks certeiros de um Michael Jackson, passando por uns destemidos Da Weasel no seu auge, até à intimidade densa de um James Blake, tudo em português, e tudo com uma textura sónica de retalhos, mas que se quis própria, no fundo um reflexo dos dias de hoje.
Direccionado para ser “dançado” ao vivo, e escutado sem preconceitos, serve-se melhor “fresco”.
D’ΛLVΛ actuam hoje no Portugal Festival Awards e são um dos candidatos a Artista Revelação.