Foi na passada Terça-feira que se realizou a segunda edição dos Portugal Festival Awards. Com o intuito de premiar o esforço que é feito pelas promotoras nacionais na divulgação dos seus festivais, mas também dos seus artistas, esta entrega de prémios, desde cedo, prometia ser um momento especial. Para além da coragem para com pouco fazer muito, todos os pormenores fizeram a diferença.
“Foi uma noite de festa que celebrou todos os players da indústria dos festivais em Portugal, que movimenta mais de 2 milhões de espectadores por ano. Estamos muito satisfeitos com a cerimónia deste ano e por verificar que os promotores, marcas e músicos estão cada vez mais despertos para a importância de premiar que mais se destacou no panorama festivaleiro nacional”, referiu Rita Pires da organização.
Cheguei às 19h, com entrevista marcada com um dos artistas nomeados para Artista Revelação. D’Alva, é este o nome com o qual a dupla Alex D’Alva Teixeira e Ben Monteiro se apresenta e foi com eles que estive à conversa antes de toda a cerimónia começar. Foi um autêntico gosto conhecê-los – pessoas simples e directas, com uma paixão transparente sobre aquilo que fazem. Não ganharam, mas podiam muito naturalmente ter sido os escolhidos e, para mim, a sua actuação foi das mais bonitas da noite. Mas já lá vamos.
Após a entrevista com os D’Alva, aos poucos foram chegando alguns convidados e caras conhecidas. A recepção foi feita de forma dinâmica e até classy, com uma passadeira vermelha que não foi muito respeitada por quem lá andava a passear. Se está previsto chegarem artistas, que até poderiam ser fotografados neste momento especial, não seria de as pessoas terem noção e abrirem espaço? Talvez na próxima edição a organização se possa focar também neste pormenor e ter alguém nessa área, até mesmo para os fotógrafos poderem registar estes momentos sem atrito. Ultrapassada a passadeira, uma zona de entrevistas e de registo de momentos divertidos com os CTT era o que os esperava. Já no andar do auditório, não faltou imaginação para a criação de bebidas e até distribuição de alguns petiscos. Foi uma área que facilmente encheu, mas o ambiente era de alegria e alguma expectativa.
Iniciada a cerimónia, com introdução da West European Symphony Orchestra e apresentação da Luísa Barbosa e do Diogo Dias, foi a vez de começar a entrega de prémios. Entregaram-se três seguidos:
Melhor Campismo
Vodafone Paredes de Coura (Vencedor)
Melhores WC’s
NOS Alive (Vencedor)
Melhor Festival Não Urbano
Vodafone Paredes de Coura (Vencedor)
É claro que o meu orgulho pelo Vodafone Paredes de Coura é infinito. Para quem leu o meu post sobre a edição deste ano, ou até mesmo os das edições anteriores, consegue perceber facilmente a experiência única que é viver este festival. Muitos parabéns também ao NOS Alive, as mulheres agradecem as boas casas de banho! (Prémio entregue pela fotógrafa Rita Carmo que tão bem ilustrou o quão diferentes podem ser os dias das mulheres, em relação aos dos homens!)
Aqui deu-se a primeira pausa na entrega de prémios com a actuação dos D’Alva. O tema – Primavera – conjugado com a orquestra, proporcionou um momento intenso, harmonioso e muito genuíno. Se alguém duvidava da nomeação para Artista Revelação do Ano, penso que facilmente essa duvida se desfez.
Passou-se a mais quatro categorias, sempre de muito bom humor, com dois apresentadores simpáticos e muito interactivos. Foram elas:
Melhor Festival Académico
Queima das Fitas de Coimbra (Vencedor)
Festival Mais Sustentável by Level Up
Bons Sons (Vencedor)
Melhor Festival Urbano
NOS Alive (Vencedor)
Melhor Micro-Festival
Indie Music Fest (Vencedor)
Em relação a estas quatro categorias, não houve grandes surpresas. Mais uma vez temos o NOS Alive a ganhar o Melhor Festival Urbano e foi dada a devida atenção à edição do Bons Sons que tanto tem inovado em relação à sustentabilidade do festival.
Mais quatro galos que chegaram ao destino, mais uma actuação. Foi a vez de outra nomeação para Artista Revelação subir ao palco – Sequin. Ana Miró fez-se acompanhar de Tiago e Filipe para se juntarem à orquestra e interpretarem “Hiraku Garden”. De realçar que a artista foi recentemente premiada em Espanha como “Melhor Artista Revelação Europeia”, do Festival Cáceres Pop Art.
Antes de um pequeno intervalo, foram entregues ainda os seguintes prémios:
Contribuição para o Turismo
NOS Primavera Sound (Vencedor)
Melhor Comunicação
LISB/ON #Jardim Sonoro (Vencedor)
Melhor Actuação ao Vivo – Artista Internacional by Fuel TV
Arctic Monkeys (Vencedor)
Melhor Festival de Pequena Dimensão
Milhões de Festa (Vencedor)
Aqui tivemos mais um galo para o João Carvalho, com o NOS Primavera Sound, um dos melhores festivais do nosso país e ainda um reconhecimento ao Milhões de Festa que tem marcado pela diferença. Já a eleição de Artista Internacional… Bem, os Arctic Monkeys deram provavelmente o pior concerto em Portugal dos últimos três anos e a concorrerem com James Blake ou Rolling Stone, por exemplo… Hum…!
Foi a vez de Jimmy P subir ao palco, a fechar a primeira parte do Portugal Festival Awards. Não conhecia, confesso. Tendo entrevistado D’Alva naquele mesmo dia, Jimmy P foi aquele projecto com o qual nunca tomei contacto. Nos festivais a que fui também não calhei de me cruzar com ele, mas nada que a sua actuação não resolvesse.
Depois de um pequeno intervalo, em que NBC, que celebrou recentemente 20 anos de carreira, apresentou o seu novo single “Gratia”, voltámos para mais uma actuação com os For Pete Sake, também nomeados para Artista Revelação. Este sexteto era já meu bem conhecido e não só já tinha estado à conversa com eles no belo Jardim da Estrela como vê-los ao vivo durante o Verão foi uma agradável surpresa. Atitude e presença não lhes falta.
O quarto bloco de entrega de prémios levou mais alguns premiados ao palco:
Melhor Activação de Marca
Vodafone Music Sessions (Vencedor)
Melhor Cartaz by Casal Garcia
NOS Alive (Vencedor)
Melhor Actuação ao Vivo – Artista Nacional by Antena 3
Buraka Som Sistema (Vencedor)
Melhor Festival de Média Dimensão
Sumol Summer Fest (Vencedor)
Aqui quero deixar uma nota para as Vodafone Music Sessions. Tal como o João Carvalho disse quando foi receber o prémio, houve sessões em que os próprios artistas, depois das mesmas, ficaram com vontade de comprar casa, lá em Paredes de Coura. Eu fui a todas, desde o miradouro ao campo de futebol abandonado, passando pela serralharia e pela ponte romance, e cada concerto foi mesmo muito especial. Os meus parabéns aos restantes vencedores.
A última actuação da noite, e antes de se saber quem seriam então os derradeiros vencedores das categorias ditas com mais impacto, coube a Tiago Saga, em representação dos Time for T., uma bela surpresa de 2014 para a música portuguesa. Dizem que quando um português canta em inglês que se nota sempre. Por muito que consiga disfarçar o sotaque, que há algo ali que os denuncia sempre. Com o Tiago isso torna-se impossível. Foi outra grande performance que fechou de forma muito agradável as actuações da noite.
A fechar, tivemos as seguintes categorias:
Contribuição para a Divulgação da Música Portuguesa
Sol da Caparica (Vencedor)
Melhor Actuação ao Vivo – Artista Revelação by Antena 3
Jimmy P (Vencedor)
Melhor Festival de Grande Dimensão
NOS Alive (Vencedor)
Da primeira categoria, sem querer colocar em causa a atribuição do prémio, confesso que pensei que o vencedor iria ser o Fusing. No Artista Revelação a escolha não era fácil, mas reforço, não conhecia o Jimmy P e a terceira categoria, entregue ao NOS Alive, acaba por reflectir o impacto cada vez maior que o festival tem tido em Portugal e no estrangeiro.
Foi uma noite muito, muito gira, a cada passo era possível encontrar tanto novos talentos como alguns mais antigos que hoje em dia são uma referência para os mais novos. Foi um prazer rever tantas pessoas com as quais já interagi e só não as nomeio porque foram realmente muitas. Tenho que dar os parabéns à organização, correu tudo muito bem e só posso esperar que continuem com este ritmo de crescimento. Se o ano passado alguns fizeram ouvidos moucos aos prémios, este ano já muitos despertaram e tenho a certeza que não tarda se tornarão não só num símbolo de reconhecimento como uma marca de qualidade.
Fotografias por Sofia Teixeira. Foto Reportagem completa aqui:
http://www.branmorrighan.com/2014/11/foto-reportagem-portugal-festival.html