A Cidade do Fogo Celestial (Caçadores de Sombras #6)
Cassandra Clare
Editora: Grupo Planeta
Sinopse: Clary e os amigos enfrentam a mais terrível expressão do Mal que alguma vez tiveram de combater: o irmão de Clary. Sebastian Morgenstern está ao ataque e volta Caçador de Sombras contra Caçador de Sombras. Com a ajuda da Taça Infernal, transforma Nefelins em criaturas saídas de um pesadelo, separando famílias e amantes enquanto engrossa as fileiras dos seus Ensombrados.
Acossados, os Caçadores de Sombras refugiam-se em Idris… mas nem os poderes demoníacos de Alicante conseguem manter Sebastian à distância. E com os Nefelins encurralados em Idris, quem protegerá o mundo contra os demónios?
Quando é desmascarada uma das maiores traições de toda a história dos Caçadores de Sombras, Clary, Jace, Isabelle, Simon e Alec são obrigados a fugir – ainda que a sua viagem os leve até ao coração dos reinos demoníacos, onde nunca nenhum Caçador de Sombras fora e de onde nenhum ser humano alguma vez regressara.
Opinião: Existem alturas em que damos conta que o tempo passa depressa, se passa! Quando peguei em A Cidade do Fogo Celestial dei conta que já tinham passado quatro anos desde que tive o primeiro contacto com o mundo dos Caçadores de Sombras e mais, que não só já tinha lido todos desta série como também a trilogia As Origens, que tantas saudades me deixou. Foi então como um baque, o sentimento de que, não havendo previsão de publicação de mais nenhum livro deste universo, iria ser este o fim da jornada.
Por este ser um último volume de uma saga, o tom de balanço é inevitável e engraçado será lembrar que quando li o primeiro livro impliquei com Clare e Jace até mais não. Fui lendo com entusiasmo os volumes seguintes, cada vez melhores, mais complexos e viciantes e, nos entretantos, porque foram sendo publicados alternadamente, fui lendo a outra série, Anjo Mecânico, Príncipe Mecânico e Princesa Mecânica. Tenho para mim que esta trilogia foi das melhores que já li (mais uma vez com um crescendo no gosto de livro para livro), e foi com um grande sorriso nos lábios que vi as duas histórias a convergirem. E é por isso que não continuo esta opinião sem vos aconselhar a lerem aqueles três livros antes de lerem este desfecho. Tudo terá outra beleza!
Ainda assim, esta leitura teve sentimentos mistos. Se por um lado foi bom ver os ciclos convergidos e fechados, apesar de achar que a autora deixou a história suficientemente em aberto para voltar a ela quando quiser, com outras gerações, a verdade é que o livro foi um pouco longo. Dei por mim, algumas vezes, a quase querer saltar páginas. Ansiedade de ver como tudo iria acabar? Sem dúvida, mas penso que houve uma insistência excessiva em por vezes martelar alguns ciclos viciosos, já promovidos nos livros anteriores. Se por um lado as relações são super intensas e existe aquela necessidade sôfrega de que tudo corra bem e que os pares fiquem juntos, a forma como acabam por ser exploradas nem sempre é a mais saudável.
O rumo da trama foi aquele que se podia esperar. Entre altos e baixos, algumas mortes de personagens potencialmente queridas e novas personagens para nos agarrarem a atenção, tudo fica bem quando acaba minimamente bem e é aqui que eu gostava que Cassandra Clare tivesse tomado mais riscos. Não que os nossos protagonistas não passem por perigos de suster a respiração, mas antes porque as apostas em termos de sacrifícios foram seguras. Não me senti particularmente abalada com elas, por não estar muito ligada a essas personagens, e acho que o livro também precisava disso.
Resumindo, Os Instrumentos Mortais, todos os seis livros, trazem até nós um mundo onde as sombras contêm segredos, em que nem tudo o que parece é e em que o sobrenatural é uma realidade. Gostei da parte mitológica, onde todos os universos se cruzam – anjos, vampiros, lobisomens, demónios, fadas, fantasmas, entre outros. Foram muito bem cruzados, com personagens apaixonantes, momentos que ficarão sempre guardados e muitas lições que se podem tirar.
Quero recomendar esta série, mas a quem tenha um espírito aberto, que goste de fantasia e que a veja como entretenimento. Penso que a grande questão quando vamos crescendo e lendo outras coisas é mesmo esta – para se ler e poder apreciar alguns livros é preciso irmos sem estigmas e com uma imaginação que nos leve sem amarras para onde queremos ir. Caçadores de Sombras é uma dessa sagas que só faz sentido ser lida se não houver qualquer tipo de preconceito e se se gostar de sofrer do coração com histórias de amor e lealdade muito intensas.
Outras opiniões:
A Cidade dos Ossos: http://www.branmorrighan.com/2010/08/opiniao-cidade-dos-ossos-os.html
A Cidade das Cinzas: http://www.branmorrighan.com/2012/02/opiniao-cidade-das-cinzas-cacadores-de.html
A Cidade de Vidro: http://www.branmorrighan.com/2012/02/opiniao-cidade-de-vidro-cacadores-de.html
A Cidade dos Anjos Caídos: http://www.branmorrighan.com/2012/04/opiniao-cidade-dos-anjos-caidos.html
A Cidade das Almas Perdidas: http://www.branmorrighan.com/2012/10/opiniao-cidade-das-almas-perdidas.html
A Cidade do Fogo Celestial: http://www.branmorrighan.com/2014/12/opiniao-cidade-do-fogo-celestial.html
Anjo Mecânico: http://www.branmorrighan.com/2013/07/opiniao-anjo-mecanico-cacadores-de.html
Príncipe Mecânico: http://www.branmorrighan.com/2013/09/opiniao-principe-mecanicoclockwork.html
Princesa Mecânica: http://www.branmorrighan.com/2014/01/opiniao-princesa-mecanicaclockwork.html