Opinião: A Primeira Regra dos Feiticeiros – Parte II, de Terry Goodkind

A Primeira Regra dos Feiticeiros – Parte II

Terry Goodkind

Editora: Porto Editora

Sinopse: Esta é a primeira regra dos feiticeiros: as pessoas são estúpidas e acreditam no que querem acreditar.

Richard e Kahlan têm uma missão: encontrar as caixas de Orden e frustrar os planos de Darken Rahl, cuja sede de vingança tem conduzido os seus mundos ao infortúnio e ao mais profundo dos abismos: se o malévolo governante conseguir o que deseja, a vida, tal como é conhecida, extinguir-se-á.

Mas o caminho que conduz à verdade, pavimentado com alianças inesperadas, segredos indescritíveis, traição e dor, não é certamente fácil… Em tempos sombrios, o seeker e a Madre Confessora serão obrigados a lutar contra os seus próprios sentimentos, contra aquilo que julgam conhecer e contra a sua própria natureza por forma a garantirem o futuro da humanidade.

Opinião: Em Setembro, ficámos suspensos na estória de Richard, Zedd e Kahlan quando a Parte I terminou. Eis que agora, com a Parte II, nos é revelada a verdadeira acção e adrenalina da trama. Compreendo a decisão da editora ao dividir esta obra em dois volumes, afinal cada um dos livros ficou com um volume e peso consideráveis, e a própria informação que é fornecida ao leitor acabaria por se tornar deveras densa. Se com o final da primeira parte sentimos que apenas houve espaço para conhecer bem o universo existente e as suas personagens, nesta segunda parte existe um verdadeiro desenvolvimento do enredo e um avanço considerável na concretização das premissas iniciais. 

Retomamos a narrativa com cada um deles em sérias dificuldades. A demanda na luta pela justiça e pela verdade parece cada vez mais assombrada por desafios tenebrosos, que exigem sacrifícios, que os colocam à prova a todo o momento. Conhecemos personagens novas que assumem um protagonismo temporário e que com as suas acções tanto ajudam como demonstram os extremos opostos da capacidade humana – o amar e o odiar de forma cega. 

Temos a pequena Rachel, cujo caminho paralelo só mais tarde se vem a cruzar com o nosso trio, mas que nos conquista o coração desde o início. Alvo dos caprichos de Violeta, filha da rainha Milena que se encontra em posse de uma das caixas de Orden, é obrigada a dormir num baú, a mandar vir com a criados, a dormir ao relento se faz algo que aborreça a princesa… Tudo aquilo que vai contra os princípios da bondade e da compaixão. No extremo oposto, e em destaque, conhecemos Denna, um símbolo das Mord-sith, que não são mais que mulheres escolhidas em crianças, as mais bondosas, quebradas pela via da violência física e psicológica. Quando quebradas, passam elas a infligir essa mesma violência às suas vítimas com um instrumento chamado agiel, que provoca dores atrozes. Os sentimentos em relação a esta, rapidamente se tornaram contraditórios. 

Existe sempre este contraste, da inocência com a crueldade, da entrega voluntária com o retirar forçado. Os personagens são obrigados a superarem-se constantemente, a atingirem limites que nunca antes pensaram. Também na escrita do autor nos vemos perante uma dualidade que nem sempre me agradou – o discurso perto do infantil com cenas de violência explícita que parecem desenquadradas com a restante narrativa. É certo que o nível de violência vai aumentando, mas a forma como vão sendo descritas não nos prepara para a mudança brusca. Não que a mudança seja má, pelo contrário, se toda a obra tivesse este discurso mais agressivo certamente perderia o tom infanto-juvenil que, maioritariamente, o caracteriza, mas neste caso, para o público mais infantil poderá causar impressão. 

Para terminar, o fim deixa-nos a querer saber mais. Tudo o que diz respeito ao Darken Rahl e à sua ligação com Richard ficou num estado suspenso, à espera de ser continuado e desvendado. Também no que toca à nossa Confessora e ao Seeker, ficam algumas perguntas no ar. Várias profecias foram sendo abordadas ao longo do obra que prevêem um possível futuro cinzento, caberá a Zedd desvendá-las? Bem versus Mal, o que é que significa cada um quando colocados sob diferentes perspectivas? Fico à espera do próximo volume de Terry Goodkind, esperando com ele também alguma evolução na sua escrita e no retrato das personagens. Gosto da estrutura da estória e dos temas abordados (mesmo que envoltos na aura fantástica), implico um pouco com a escrita do autor, mas também por isso mesmo estou curiosa com a continuação. 

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    Olá a todos, sejam muito bem-vindos! O meu nome é Sofia Teixeira e sou a autora do BranMorrighan, o meu blogue pessoal criado a 13 de Dezembro de 2008.

    O nome tem origens no fantástico e na mitologia celta. Bran, o abençoado, e Morrighan, a deusa da guerra, têm sido os símbolos desta aventura com mais de uma década, ambos representados por um corvo.

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