Um Corpo Estranho é um projecto de João Mota e Pedro Franco que depois de um EP homónimo, lançado em 2012, viu o seu primeiro LP a ser lançado em Fevereiro de 2014 – De Não Ter Tempo. Para além de tudo o que está escrito na figura, não posso não acrescentar algumas palavras.
Confesso que não conhecia o duo, temos realmente muita gente talentosa a fazer música em Portugal e irá sempre escapar-me alguém, mas ainda bem que agora já sei da sua existência pois fiquei bastante contente com o disco. Existe uma frescura n’Um Corpo Estranho que é muito bem vinda, um ritmo e perspicácia que nos entra pelos ouvidos para nos fazer mexer o corpo e agitar a mente.
Depois de ouvir o disco fui procurar mais sobre o projecto. Descobri então, no seu site – http://umcorpoestranho.com -, que já se conhecem desde os 15 anos, o que talvez justifique a harmonia e cumplicidade que se nota em cada um dos temas. Não faltam referências aos blues e ao oeste, mas é inevitável não fazer a transformação dessas referências para um Portugal imaginário e transformado, em que a lírica é livre, o som independente e o ambiente com o seu tom noir confere a esta concepção uma sensualidade cautelosa. Imagino Fernando Pessoa, ou até mesmo Poe, com toda a sua simbologia, como personagens deste mundo.
Para mim, este projecto acaba por se revelar completo na sua existência – boas letras, boa sonoridade e uma imagética e artwork que funcionam em harmonia. Fica a curiosidade de os ver ao vivo e votos para que o próximo trabalho seja tão bom ou melhor do que este. Potencial não lhes falta.
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Ouvir o disco: