Opinião: O Festim dos Corvos (As Crónicas de Gelo e Fogo #7), de George R.R. Martin

O Festim dos Corvos (As Crónicas de Gelo e Fogo #7)

George R.R. Martin

Editora: Edições Saída de Emergência

Colecção: Bang! 

Sinopse: Continuando a saga mais ambiciosa e imaginativa desde O Senhor dos Anéis, As Crónicas de Gelo e Fogo prosseguem após o violento triunfo dos traidores.Enquanto os senhores do Norte lutam incessantemente uns contra os outros e os Homens de Ferro estão prestes a emergir como uma força implacável, a rainha regente Cersei tenta manter intacta a força dos leões em Porto Real. Os jovens lobos, sedentos por vingança, estão dispersos pela terra, cada um envolvido no perigoso jogo dos tronos.Arya abandonou Westeros rumo a Bravos, Bran desapareceu na vastidão enigmática para além da Muralha, Sansa está nas mãos do ambicioso e maquiavélico Mindinho, Jon Snow foi proclamado comandante da Muralha mas tem que enfrentar a vontade férrea do rei Stannis e, no meio de toda a intriga, começam a surgir histórias do outro lado do mar sobre dragões vivos e fogo… 

Opinião: Manter o ritmo de entusiasmo durante longos capítulos de uma mesma história nem sempre é fácil. George R.R. Martin tem o talento admirável de nos cativar e prender com os seus enredos cheios de conspirações, traições, intrigas e paixões fogosas e fugazes, mas depois de um volume anterior como A Glória dos Traidores, em que levámos chapada atrás de chapada, no bom sentido, muito dificilmente seria possível manter o ritmo alucinante de acontecimentos imprevistos e imprevisíveis. Temos então, em O Festim dos Corvos, uma espécie de ressaca de tudo o que aconteceu até então, sendo esta uma parte da história em que as peças procuram novas roldanas para novos destinos. 

No início da leitura as perguntas são muitas e também grande se torna a impaciência em encontrar as respostas. Vamos devorando capítulo atrás de capítulo, dispersando por vários locais de Westeros com personagens que até agora não tinham muito, ou nenhum, protagonismo, mas as questões só acumulam, sendo que poucas respostas nos servem de consolação. E é esta capacidade de Martin tanto deixar o leitor rendido como quase furioso que acaba por ser um elemento chave em toda a saga d’As Crónicas de Gelo e Fogo. É claro que queremos ler o próximo livro, é claro que queremos voltar a ter na primeira pessoa os mais antigos sobreviventes de todas as chacinas que se têm dado. 

Penso que não será demais afirmar que esta foi uma narrativa virada para as mulheres. Temos Cersei, Sansa, Brienne e Arya, entre outras a assumirem o centro das atenções enquanto também assistimos a uma luta pelo poder das Ilhas de Ferro, precisamente pela herdeira Greyjoy – Asha Greyjoy. Todas lutam por uma espécie de poder, seja pelo seu próprio destino ou pelo domínio a que acham que têm direito. Irá Sansa ceder ao Mindinho? Também não são poucas as novas personagens que entram em cena e mais uma vez o autor obriga-nos a um exercício  de memória revigorante! 

No fundo, este livro termina deixando aquela fome no leitor de querer mais. Existe uma espécie de inconformismo em relação a John Snow, por exemplo. Onde andará Bran, como estará? E o nosso tão querido e estimado anão, Tyrion? Como pode Martin nos ter apartado tanto das visões destes personagens e até de Daenerys? Os rumores dos dragões continuam e o destino do trono de ferro continua a ser uma das maiores curiosidades. Quem é que no fim persistirá? Só posso terminar esta opinião reforçando, uma vez mais, a escrita maravilhosa de George R.R. Martin e também a sua capacidade de projectar emoções naquilo que escreve influenciando sempre o estado de espírito do leitor. Venha O Mar de Ferro

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    Olá a todos, sejam muito bem-vindos! O meu nome é Sofia Teixeira e sou a autora do BranMorrighan, o meu blogue pessoal criado a 13 de Dezembro de 2008.

    O nome tem origens no fantástico e na mitologia celta. Bran, o abençoado, e Morrighan, a deusa da guerra, têm sido os símbolos desta aventura com mais de uma década, ambos representados por um corvo.

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