Opinião: O Poço da Ascensão (Saga Mistborn – Nascida das Brumas Nº: 2), de Brandon Sanderson

O Poço da Ascenção

Brandon Sanderson

Editora: Edições Saída de Emergência

Colecção: Bang!

Sinopse: Alcançaram o impossível: o mal que governara o mundo pela força do terror foi derrotado. Mas alguns dos heróis que lideraram esse triunfo não sobreviveram, e eis que surge uma nova tarefa de proporções igualmente gigantescas: reconstruir um novo mundo. Vin é agora a mais talentosa na arte e técnica da Alomância e decide reunir forças com os outros membros do bando de Kelsier para ascender das ruínas de um passado vil. 

Venerada ou perseguida, Vin sente-se desconfortável com o peso que carrega sobre os ombros. A cidade de Luthadel não se governa sozinha, e Vin e os outros membros do bando de Kelsier aprendem estratégia e diplomacia política enquanto lidam com invasões iminentes à cidade. 

Enquanto o cerco a Luthadel se torna cada vez mais apertado, uma lenda antiga parece oferecer um brilho de esperança: o Poço da Ascensão. Mas mesmo que exista, ninguém sabe onde se encontra nem o poder que contém… Resta a Vin e aos seus amigos agarrar esta fonte de esperança e conseguir garantir o seu futuro e futuro de Luthadel, cumprindo os seus sonhos e os sonhos de Kelsier.

Opinião: O Império Final, primeiro livro da saga Mistborn lido em Junho de 2014, foi para mim um dos melhores livros do ano. Fiquei verdadeiramente fascinada com a beleza complexa da narrativa, as suas teias tão emaranhadas em crenças, revoltas e lutas que o fim não me podia ter deixado mais… como se alguma coisa de repente tivesse ficado algo vazia. Se Kelsier foi a força motriz desse primeiro capítulo, neste a sua influência é como uma segunda pele em cada um, levando cada uma das personagens já nossas conhecidas a terem sempre em consideração a sua linha de pensamento. Mas é Vin quem agora assume o protagonismo principal e será nas suas mãos e nas de Eland que as decisões cruciais irão pousar.

O Poço da Ascenção começa com o fim do império do Senhor Soberano para agora tentar transitar para uma democracia a comando do idealista Eland. Antes um membro da nobreza, tenta agora conquistar todas as facções em prol de um bem comum – a sobrevivência e a construção de uma nova sociedade. Os perigos estão ao virar da esquina e quando dois outros reis cercam Luthadel, é Vin quem não dorme, quem vagueia pela noite e pelas brumas à caça de potenciais perigos. Agora com um kandra (um ser que tem um contrato de escravatura com alguém superior) por sua conta, algumas das tarefas tornam-se mais ágeis de serem feitas, mas a desconfiança é constante. E como pode Vin proteger quem gosta se não consegue confiar? 

Não será exagero dizer que esta série faz frente à Guerra dos Tronos no que toca à genialidade de enredo e de acção. Numa escala menor em termos de números de personagens e de quadrantes envolvidos, existe uma mesma ansiedade, dúvida, revolta e medo. Este volume baseia-se principalmente no uso do medo para manipular o inimigos. Vin conhece um outro alomante que mostra ser tão ou mais forte que ela. Mais, ele tem átio e ao contrário do que todos pensam Luthadel não tem nenhum. E assim a narrativa vai crescendo em termos de suspense, a tensão vai sendo cada vez maior, qual corda prestes a partir-se ao meio de tanto ser puxada por cada um dos lados. 

Tal como seria de esperar, os protagonistas vão evoluindo e tornando-se mais preponderantes. A evolução que mais me agradou foi, sem dúvida, a de Eland. Consequência, ou não, das desilusões e da disciplina a que foi sendo submetido, Eland reforçou o que já tinha provado no último volume – que é de um carácter e princípios invejáveis. Já Vin tem oscilações. Boa parte do livro acabei por me sentir algo desconfortável com a linha de pensamento dela, ou até com a sua postura, mas quem sabe não foi essa uma das intenções do autor. Também o alomante, inicialmente misterioso, deu todo um outro toque de dualidade tanto no espírito de Vin como ao rumo que vamos pensando que a trama pode tomar.

É um livro de perda, acima de tudo, mas também de esperança. O sentimento final é arrebatador e algo desesperante – como é que num percurso em que só queremos o melhor para os que nos rodeia acabamos por desencadear, potencialmente, um dos maiores horrores? Se a batalha final já tinha deixado moça, as últimas páginas deixam-nos furiosos por mais. Estamos perante uma obra muito bem escrita. As descrições, as interacções entre as personagens e as emoções que provoca em que lê fazem com que o leitor apenas queira mais e mais – mesmo sabendo que o livro tem mais de 700 páginas! Venha o próximo, afinal os braços também precisam de ginástica, não é só a mente! J

PS: A capa não podia estar melhor. Um excelente trabalho, os meus parabéns!

Opinião O Império Finalhttp://www.branmorrighan.com/2014/07/opiniao-o-imperio-final-de-brandon.html

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    Olá a todos, sejam muito bem-vindos! O meu nome é Sofia Teixeira e sou a autora do BranMorrighan, o meu blogue pessoal criado a 13 de Dezembro de 2008.

    O nome tem origens no fantástico e na mitologia celta. Bran, o abençoado, e Morrighan, a deusa da guerra, têm sido os símbolos desta aventura com mais de uma década, ambos representados por um corvo.

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