É com muita, muita alegria que vos comunico, já com uns dias de atraso, que esta colectânea tão especial já está à venda no site da Livros de Ontem: http://livrosdeontem.pt/produto/desassossego-da-liberdade-colectanea/
E é especial por imensas razões. Em primeiro lugar porque foi um desafio organizar uma obra literária. O que escolher, quem escolher? Pois bem, esoclhi o que realmente importa – sentir que de alguma maneira esta obra pode marcar pela diferença. Na altura falei com o Luís Miguel Rocha e ele deu-me o empurrão que eu precisava para avançar com a ideia. Contactei autores que me tinham marcado no último ano (afinal esta obra surge como comemoração do 6º aniversário do blogue) e que quis desafiar a saírem da sua zona de conforto e a pensarem sobre este tema.
Afinal o que é o Desassossego da Liberdade? “Ah e tal, faz-me lembrar Fernando Pessoa”, e faz lembrar muito bem. Mas o centro não é a heterogeneidade de Fernando Pessoa nem os seus desassossego, é antes sermos capazes de olhar para nós mesmos e para os que nos rodeiam e ponderar até que ponto somos livres e até que ponto é que sermos ou não nos desassossega (ou não desassossega de todo).
Para além dos cinco autores que convidei – Carla M. Soares, Manuel Jorge Marmelo, Samuel Pimenta, Nuno Nepomuceno e Pedro Medina Ribeiro – também o Luís esteve para participar com um conto, mas devido a nos ter deixado cedo de mais, nunca chegou a terminá-lo. A sua presença, o seu espírito e todo o seu carácter maravilhoso e solidário marcaram o rumo desta colectânea. Foi com ele que discuti a ideia de doarmos os direitos de autor a uma associação sem fins lucrativos, neste caso a Burricadas – Abrigo do Jumento. Já antes uma banda portuguesa, os Nobody’s Bizness tinham feito um disco que revertia em parte para a Burricadas e eu decidi fazer o mesmo. Afinal os burros também são cultura portuguesa!
Como no último ano o blogue também mergulhou com alguma profundidade no meio musical, tive a ideia de convidar pelo menos um músico para participar nesta colectânea e o Guillermo de Llera, com o seu espírito irreverente já conhecido nos Primitive Reason, foi uma escolha imediata. Mas eu tinha outro desejo meio secreto, por gostar tanto do seu trabalho e da forma como mostra ver o mundo – o Noiserv. Calhei de o entrevistar enquanto a colectânea era preparada e falei-lhe dela. Sabia que a sua agenda andava ao rubro e que por isso seria provável que ele não pudesse aceitar, mas para minha grande alegria aceitou e aceitou muito bem. Se do Guillermo já conhecia alguns escritos, do Noiserv foi uma estreia e uma estreia maravilhosa. Espero que o possam descobrir com o mesmo fascínio que eu o fiz, afinal é a sua estreia na literatura!
A sua e não só, vem aí mais uma parte muito gratificante. Não fazia sentido organizar algo deste género se não fosse para dar oportunidade a novos autores, àqueles que provavelmente nunca teriam publicado, e decidi abrir um concurso. A escritora Tânia Ganho foi um anjo ao aceitar ser júri (infelizmente não pôde participar, tenho a certeza que seria esplêndida) e lá surgiram cinco vencedores. Ainda não conheço todos pessoalmente, mas os que tenho visto pelas redes sociais têm-me aquecido o coração com o seu empenho e com a sua felicidade.
A cereja no topo do bolo foi o João Pedro Fonseca, um dos artistas mais maravilhosos que conheço, ter aceite fazer parte deste projecto. A capa está perfeita. Os astros foram bondosos comigo ao permitirem-me conhecer alguém com tanto talento e tão disposto a fazer coisas diferentes, a romper conceitos e a ir mais além. Não podia ter pedido nada nem ninguém melhor, nem mais adequado.
O livro venceu a batalha do crowdfunding por uma margem jeitosa e dia 4 de Julho teremos lançamento. Falta a certar a hora, mas podem já ficar a saber que será no bar O Bom, o Mau e o Vilão e que terá algumas surpresas. Não sei se é só de mim, mas estou cansada do estilo apresentação formal. E quem me conhece sabe que gosto de “agitar” um bocado as coisas. Curiosos? Pois bem, também eu! Ansiosa de poder confirmar tudo, mas vamos ter de esperar mais uns dias. Talvez Segunda a informação completa e oficial possa ser disponibilizada.
Obrigada a todos os que fizeram parte deste processo que, para mim, já começou há cerca de um ano. Ter o objecto físico agora na mão significa tanto! Mas também me relembra uma ausência que ainda pesa, que vai sempre pesar. Ainda assim quero virar isto como uma espécie de comemoração, como algo de bom que surgiu através de ideias e incentivos de pessoas maravilhosas, como todas até agora têm sido, mesmo com dificuldades e imprevistos pelo meio. Sou uma pessoa muito grata e uma pessoa melhor, mais atenta e mais forte depois deste último ano.
Vemo-nos em breve, sim? E obrigada, mais uma vez, por estarem desse lado de forma tão carinhosa!
Quando escrevi a história do Libório Fausto, estava a milhas de imaginar que um capricho do destino fizesse com que a sua vida de esquecimento, solidão e mistério sempre crescentes chegasse a ser publicada.
Por isso, é com profunda emoção que agradeço pela oportunidade que me foi concedida em fazer parte desta magnífica colectânea. Sei que muito dificilmente voltarei a ter alguma coisa editada, ilusão que é ainda maior se for junto de pessoas tão virtuosas. Não sendo um desses contos que se eternizam, estar publicado na companhia de textos tão paradigmáticos ajuda-o a resistir à erosão do tempo.
À Sofia e à Livros d'Ontem, pela alegria singular do momento, e aos restantes autores, que me fazem sentir um deles, o meu muito, muito obrigado.
Eduardo Duarte.
Eduardo, sê muito bem vindo à família! 🙂
Vemo-nos dia 4?
Beijos!
Muito obrigado, Sofia!
Claro que sim. Terei todo o gosto em estar presente. 🙂
Até lá!
Eduardo, o teu conto é só luz. Tu tens o dom! Continua por favor.