Era uma vez em Angola
Guilherme Valadão
Género: Romance
Formato: 15 x 23,5 cm
N.º de páginas: 224
Data de lançamento: 10 de julho
PVP: 15,50€
«A história é real, aconteceu. E é também a história da minha vida, romanceada.»
A história de João Botelho carregada de perigo e aventura, com a história recente de Portugal além-mar como cenário.
LIVRO
Era uma Vez em Angola é o primeiro romance de Guilherme Valadão (nascido em Angola em 1940). Conta a história de um rapaz que foge de casa aos dez anos, escapando a um pai violento. Durante a puberdade e adolescência, João Botelho enfrenta todos os riscos de viver na rua até chegar finalmente ao seu destino. Enfrentando os perigos da selva, seguia o seu sonho de tornar-se homem num ambiente seguro. Uma narrativa herdeira do Mogli de Kipling, que acompanha o crescimento de uma criança em Angola nos anos 50.
EXCERTO
«Ao princípio da madrugada de um dia quente daquele mês de Julho, um rapazito subia, em passada energética, a encosta íngreme de um morro da serra da Kileva, perto da cidade do Lobito, em Angola. Chamava-se João Botelho e tinha dez anos, nesse ano de 1948. Seguindo uma trilha paralela à picada utilizada pelos veículos que saíam da cidade e, direção a outros pontos a norte e a sul do território, parava frequentemente para olhar para trás, escutando se algum ruído, diferente do que ouvia da mata densa que o rodeava, denunciava a aproximação de qualquer veículo ou de alguém no seu encalço.
Perto do alto da picada, parou mais uma vez para retomar o fôlego. Naquele ponto já alto da montanha, desde que iniciara a subida, sentou-se no rebordo de uma rocha que sobressaía da parede de terra vermelha na encosta íngreme. A seus pés estendia-se, até ao mar que a banhava, a cidade do Lobito, pobremente iluminada àquela hora. Vista assim, de longe, parecia maior do que era.»
AUTOR
Nascido em Angola em 1940, por lá fez a sua formação escolar, passando pelo liceu Salvador Corrêa em Luanda e pelo Colégio dos Irmãs Maristas em Silva Porto. Fez a sua vida profissional a partir de Luanda, viajando em trabalho por toso o território e por vários países de África Austral, durante vários anos.
Em 1966 casou com Isabel Valadão, de quem teve duas filhas – Margarida, em 1968 e Teresa, em 1974. Em 1975, pouco antes da Independência daquele território, e na iminência de ser preso pelo MPLA devido à sua proximidade pessoal a Joaquim Pinto de Andrade, refugiou-se na áfrica do Sul onde foi acolhido pela Philips como auditor interno. Em 1977 chegou a Portugal com a família, onde se estabeleceu como mediador de negócios imobiliários. Passados dois anos, encerrou a empresa e foi viver para Macau, durante os dez anos seguintes, estabelecendo-se com negócios ligados a obras públicas, representações e comércio. E nessa atividade viria a conhecer algumas regiões da China, incluindo Hong Kong, Cantão e Xangai, entre outras. Em 1990 regressou definitivamente a Portugal onde vive atualmente no Litoral Oeste, perto da Ericeira.