Opinião: O Lar da Senhora Peregrine para Crianças Peculiares, de Ransom Riggs

O Lar da Senhora Peregrine para Crianças Peculiares

Random Riggs

Editora: Contraponto/Bertrand Editora

Sinopse: Uma terrível tragédia familiar leva Jacob, um jovem de 16 anos, a uma ilha remota na costa do País de Gales, onde vai encontrar as ruínas do lar para crianças peculiares, criado pela senhora Peregrine.

Ao explorar os quartos e corredores abandonados, apercebe-se de que as crianças do lar eram mais do que apenas peculiares; podiam também ser perigosas. É possível que tenham sido mantidas enclausuradas numa ilha quase deserta por um bom motivo. E, por incrível que pareça, podem ainda estar vivas…

Um romance arrepiante, ilustrado com fantasmagóricas fotografias vintage, que fará as delícias de adultos, jovens e todos aqueles que apreciam o suspense.

Opinião: Andava com imensa vontade de ler este livro há algum tempo. Desde que saiu que a sua grafia e temática me despertaram o interesse, mas confesso que a saída do segundo livro e o anúncio do filme a realizar pelo Tim Burton foram decisivos na decisão de finalmente pegar nele. E ainda bem que assim foi, pois estava a perder uma bela história que desafia a nossa imaginação e até a nossa realidade. O ambiente está muito bem criado e desenvolvido, as personagens são extremamente cativantes, sendo que a empatia com o nosso protagonista é criado desde o início. Afinal quem é que nunca foi uma criança que em tempos acreditou em histórias extraordinárias, mas que com o crescimento perdeu qualquer crença nessas fantasias? Soa-vos familiar? Acredito que à maioria sim, mas no caso de Jacob ele chega à derradeira conclusão que afinal há coisas que são bem mais reais do que aquilo que alguma vez achou possível serem.

Quer se queira quer não, a parte gráfica de um livro consegue muitas vezes ser tão apaixonante quanto a literatura inserida nele. Ransom Riggs conseguiu aqui um equilíbrio perfeito e complementar no que toca a adornar a sua excelente escrita com imagens que só podiam aumentar ainda mais a curiosidade do leitor. Não faz diferença que estejamos a incorporar a voz de um pequeno adolescente, o adulto que há em nós agradece o descanso e regala-se com a oportunidade de poder voltar a ver o mundo com uma certa inocência, mas também com um alerta renovado, experiente. Podem perguntar-me se este não será um livro mais indicado para crianças/jovens/jovens-adultos, mas na verdade não vos saberei responder com exactidão. Penso que depende do quão receptivo ao desconhecido e ao diferente poderá estar quem pegar neste livro. No meu caso estou sempre disposta a ler algo que possa fugir ao convencional. Mais, se o Tim Burton vai fazer um filme do livro, por alguma razão é! 

Abordando um pouco a história, mas pouco porque acho que a devem descobrir no meio das suas páginas, temos Jacob que cresceu a ouvir as histórias de infância do seu avô, dos seus amigos especiais e da sua tutora, a Senhora Peregrine. Cada um deles tinha uma particularidade muito especial, desde serem invisíveis, a flutuarem, a terem uma força abismal… Havia quase um pouco de tudo, mas o melhor eram as fotografias de aspecto antigo que tornavam tudo tão real, mas que Jacob, no fundo, dizia para si mesmo não passarem de manipulações. Só que não o eram e quando o avô morre e lhe sussurra uma certa mensagem, o pequeno vê-se perdido e sem saber no que acreditar. É então que começa a ir a um psicólogo e este apoia uma viagem à ilha onde o avô cresceu e da qual lhe falou. Essa viagem será um ponto sem retorno na sua vida e todo o caminho é uma incerteza. 

Não é um livro de terror, não daqueles convencionais, mas a narrativa é apaixonada e a violência cresce à medida que esta avança. O fim deixa-nos num certo impasse, num misto de tristeza e apreensão, mas a boa notícia é que Cidade Sem Alma já está nas livrarias e eu já tenho o meu exemplar, pronto a matar a minha sede de saber mais sobre o destino destas crianças peculiares. Entre viagens no tempo, características invulgares e um sentido de humor muito singular, considero que foi uma boa leitura e que vale como um todo pelo artefacto que é – texto e belíssimas fotografias.

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    Olá a todos, sejam muito bem-vindos! O meu nome é Sofia Teixeira e sou a autora do BranMorrighan, o meu blogue pessoal criado a 13 de Dezembro de 2008.

    O nome tem origens no fantástico e na mitologia celta. Bran, o abençoado, e Morrighan, a deusa da guerra, têm sido os símbolos desta aventura com mais de uma década, ambos representados por um corvo.

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