O Nuno e o André juntaram-se e fizeram um dos discos mais bonitos que já ouvi. Já conhecia o trabalho do primeiro a título próprio, mas é em Few Fingers que a completude é encontrada. Tenho de confessar, gosto de tudo. Das melodias, das letras, do quão profundamente e emocionalmente se consegue mergulhar neste trabalho. Existe uma simplicidade e uma humildade tão bonitas em cada uma das canções – com composições simples e harmoniosas – que este despretensiosismo evidente é recompensado com um total apego e carinho de quem ouve.
O primeiro single foi From Pale to Red, o segundo vídeo – gravado em Cem Soldos – também já está disponível com a música Our Own Holidays, mas foi em Ignore e Forward March que encontrei os meus pontos altos no disco. Se bem que é um pouco injusto dizer uma coisa destas, já que gostei mesmo do disco todo. Aguardem que brevemente teremos uma edição do Queres é (a) Letra! dedicado exclusivamente a Burning Hands e poderão decorar todas as letras para as saberem na ponta da língua nos concertos! A entrevista também está para breve e por isso vos deixo com a informação oficial do disco, o leitor do Spotify e ainda com os vídeos. Podem agradecer no fim!
PS: Trabalho fantástico no artwork do disco, pelo João Diogo, e os parabéns não só ao Nuno e ao André, mas também ao Hugo Ferreira da Omnichord Records pela dedicação e apostas sempre tão certeiras!
Canções simples e despretenciosas, embaladas pela lap steel guitar, que assumem um legado folk e uma escola indie.
Apesar de já terem pensado muitas vezes em fazer algo juntos, o desafio de criarem um tema para a compilação Leiria Calling foi decisivo para que tenham começado a passar finais de tarde juntos em casa a comporem e a gravarem o que iam fazendo.
Sem pressas nem objectivos e ambições pré-determinados, o conjunto de canções gravadas em casa fez todo o sentido num disco que explora as dificuldades de criar e manter relacionamentos com outras pessoas, numa época em que aparentemente estamos todos ligados.
“Burning Hands” acaba por ser um disco de canções feitas ali naquele lusco-fusco onde conseguimos parar para pensar um bocadinho em como foi o dia e no que podemos fazer até cairmos de cansaço. Acaba por ser também um resultado de uma cumplicidade musical previsível mas ainda não consumada.
Os Few Fingers são Nuno Rancho e André Pereira. Nuno Rancho é músico dos Dapunksport e dos Bússola, colaborou com os Indignu, liderou os Team Maria e, a solo, já lançou três discos e foi Novo Talento Fnac. André Pereira formou-se no Guitar Institute em Londres e tem acompanhado formações como Ultraleve, Team Maria ou Quem é o Bob?.
(Leiria Calling é o disco lançado em 2014 que faz um apanhado da nova música feita em Leiria e onde podemos encontrar nomes ligados à Omnichord Records como First Breath After Coma, Nice Weather For Ducks, André Barros, Les Crazy Coconuts, The Allstar Project, Born A
Lion e Bússola, entre outros)