Estão a ver aqueles dias que de certeza vão ficar marcados na vossa mente? Dificilmente vão memorizar o dia da semana, do mês – o mês e o ano talvez – porém existem aqueles dias que – raios nos partam! – nós sabemos que impressão digital vai lá ficar. Dá-se aquele pequeno evento a certa altura do dia, em que o equilíbrio (bom ou mau) se vai, e de repente lembramo-nos de tudo desse dia. O momento em que acordámos, a nossa disposição, os instantes de ignorância (abençoada quando são coisas más). Depois acontece. A expressão é vulgar, mas o “quando menos esperas” é irritantemente certo e serve tanto para as coisas boas como para as coisas más. Nada impede que num instante estejamos calmos, tranquilos, em harmonia com a nossa vida, para um milissegundo depois estarmos a questionar a razão da ordem do universo e dos astros e do sentido da vida. Mas o contrário também é verdade.
Acho que hoje só queria partilhar isto convosco. Não quero que seja um post negativo, a vida é como é, mas hoje é um dia de luto. E há tantas formas de luto. Mas também podia ser a partilha de uma coisa boa, tenho a certeza que muitas estão para acontecer, mas não. E a questão é essa, não é? A vida continua. E nós absorvemos o que há para absorver, deixamos que as emoções se instalem, podemos chorar ou rir, ou como eu costumo fazer os dois ao mesmo tempo, mas mais cedo ou mais tarde é tudo uma lembrança, uma recordação mais ou menos próxima, mais ou menos distante. Até lá? Abdominal apertado, respiração controlada, sorrir e acenar. Sorrir e acenar.