Fotografia tirada com o meu telemóvel bem fraquinho em Sintra! |
Bom dia! Tenho andado com tanto para vos contar, mas tão pouca energia para o fazer que só aos poucos é que vou conseguir deixar tudo actualizado e bonitinho. Mas deixem-me começar pelo que me motivou a escrever este post: às 4h30 da manhã deu-se o Equinócio da Primavera. Li no Observador um artigo em que eles explicam tudo de forma bonitinha e relatando que há 120 anos que a Primavera não começava tão cedo. E a chegada desta estação do ano tem imensos significados. O Observador aponta o marco da igreja católica com a chegada da Páscoa, mas nem todos são católicos e daí a minha motivação: voltar às origens deste blogue e falar-vos um poucos dos costumes e tradições antigas, ainda antes de o cristianismo se estabelecer como uma das maiores religiões.
Ostara, é esse o nome que os antigos lhe davam, Alban Eilir, a denominação dos druidas. Em 2010 escrevi um artigo sobre a origem pagã da Páscoa, mas o que é certo é que em todas as celebrações cristãs se conseguem encontrar reminiscências de costumes antigos. Em 2013 voltei a reforçar com um artigo que encontrei sobre as tradições desta altura do ano e também podem ler isso aqui. E agora, em 2016, com uma vida quotidiana que dá comigo em doida, dou por mim a pensar que sinto falta de estar sincronizada com estes ciclos da natureza. Os celtas tinham a denominada Roda do Ano em que através de oito festivais celebravam os vários ciclos de nascimento, maturação e morte. E quando falo em morte, não é propriamente num sentido literal, mas basta pensar nas estações do ano para percebermos o que digo. Na Primavera celebra-se o início de uma época em que a natureza vai começar a florescer, no Verão há um amadurecimento de tudo o que foi plantado e no Outono dá-se o início do recolhimento, sendo que no Inverno a natureza se encontra praticamente despida de cor.
Mas não é só a natureza que tem estes processos. Todos nós os temos, quer tenhamos consciência disso ou não. Seja em termos emocionais ou práticos, todos os momentos da nossa vida atravessam estas fases – as relações com outras pessoas, metas profissionais, o nosso próprio crescimento interior. E a Primavera vem para nos lembrar que existe um equilíbrio entre o dia e a noite, que é possível renascer e crescer. Se hoje o tempo de luz equipara-se ao tempo de escuridão, continuamos a caminhar para o solstício de Verão onde o tempo de luz atingirá o seu auge. Até lá ainda havemos de passar por Beltane, um festival de fertilidade que se comemora no final de Maio.
Gosto da forma como os antigos encaravam e respeitavam os ciclos da natureza e como aplicavam os meus princípios na sua forma de viver. Pode ser que um dia destes volte a partilhar convosco tantas lendas e histórias que no fundo também elas são cíclicas. Os tempos e as tecnologias podem avançar, mas no fundo existirão sempre pontos comuns entre vários pontos dos milénios conhecidos. Tenham um excelente dia e ainda hoje ou amanhã conto-vos mais umas coisas! Brevemente vou ter que me ausentar e o blogue provavelmente vai andar paradinho. Beijos e boa Primavera! Sorriam muito e lembrem-se sempre que depois da tempestade há-de vir a bonança.