Mais cedo ou mais tarde isto tinha que acontecer – um post sobre a Débora. A Débora é das miúdas mais fixes que conheço. Tem um coração gigante, uma simpatia e bondade tão genuínas que o primeiro impulso quando a vejo é abraçá-la e certificar-me que nada disso se perdeu. É raro, nos dias de hoje, manter uma certa inocência pueril quando se iniciam caminhos que muitas vezes tentam a que se mude ou até que provoquem obrigatoriamente essas mudanças na visão do mundo. Já estou a divagar, mas o que quero dizer com isto é que enquanto for possível, espero que a Débora possa continuar a crescer desta maneira, sustentada, consciente, mas sempre com aquele brilho nos olhos da descoberta apaixonada.
E hoje é um dia muito especial porque saiu o seu primeiro single oficial – Maasai. Estreou em exclusivo pela Antena 3 e já anda aí, qual epidemia das boas, em que todos queremos ficar de quarentena a ouvi-la em loop.
Conheci a Débora quando ela fazia parte dos extintos Backwater and the Screaming Fantasy. O tempo passa tão depressa que já devem estar a fazer dois anos desde que tal aconteceu. Quando se separaram e a Débora me disse que ia começar algo a solo, fiquei logo curiosa. E é engraçado que mal Surma surgiu foi amor à primeira vista. Vai fazer um ano em Junho que a coloquei a tocar no Musicbox, a sua estreia naquela sala, e o seu set devia ter pouco mais de 20m. Munida de guitarra, baixo, pedais, teclas e sintetizadores, mas sempre muito tímida, encantou logo quem lá estava presente. Nos dias que correm, vê-la a tocar ao vivo é quase como imaginar uma orquestra, mas em que apenas uma pessoa toca. O material que traz consigo e as suas construções ao vivo contrastam com o seu estilo simplista, sempre descalça e de sorriso no rosto. Tem sido um verdadeiro orgulho acompanhar o percurso da Débora nestes últimos anos e tenho a certeza que o futuro só pode ser ainda mais promissor. Enche-me o coração ver a forma como este projecto tem sido acarinhado pelas mais diversas pessoas e como estas têm demonstrado o seu apoio.
No fundo sou só uma amiga/fã super babada, que por acaso tem um blogue e aproveita-se disso para tentar fazê-la chegar a ainda mais pessoas. Obrigada, Debs! Conhecer-te é um privilégio! Fiquem com o vídeo lindíssimo, filmado pelo Eduardo Brito, produzido pelo Hugo Ferreira, e ainda com as informações oficiais sobre o mesmo:
Débora Umbelino tem 21 anos e chega de Leiria, mas o que nos traz vem de locais bem mais exóticos. SURMA é o seu projecto one-woman-band, onde domina teclas, samplers, cordas, vozes e loop stations em sonoridades que fogem do jazz para o post-rock, da electrónica para o noise e nos levam para paragens mais ou menos incertas, com paisagens desconhecidas e muito prazer na viagem. Os últimos quatro anos foram passados entre módulos de voz e contrabaixo no Hot Clube de Portugal e o início do curso de pós-produção audiovisual. Os últimos quatro meses foram passados na estrada em mais de trinta concertos a solo, entre Portugal e Espanha, com um curto interregno para registar este seu primeiro tema, Maasai, onde conta com a produção de Emanuel Botelho (ex-Sensible Soccers) e mistura e masterização de Paulo Mouta Pereira (produtor dos Les Crazy Coconuts e músico de David Fonseca).
O vídeo, concebido e filmado por Eduardo Brito (que já havia realizado “Shoes For Man With No Feet” dos First Breath After Coma) conduz-nos numa viagem de procura e desencontro na cidade fantasma de Doel.
Surma é um dos mais recentes nomes da Omnichord Records e o seu primeiro disco sairá no próximo inverno.
Muito obrigada por nos dar a conhecer mais um pouco desta MARAVILHOSA artista. A primeira vez que ouvi foi na Antena 3 e tudo o que estava a acontecer à minha volta deixou de existir… entrou-me pelas veias direto ao coração….
Olá Nita*
Esse comentário não me podia ter deixado um sorriso maior no rosto. Vou passá-lo à Débora 🙂
Ela é uma miúda de um talento único, sem dúvida alguma.
Beijinho e obrigada pela visita!