Fotografias Eugénio Ribeiro
Peso Morto é um dos meus discos de 2016 até agora. Desde que o recebi, há já quase dois meses atrás, que o tenho ouvido vezes sem conta. O percurso dos peixe:avião tem sido tudo menos linear e a evolução apraz-me de sobremodo. Gosto do ambiente mais intenso, mais escuro, mais trabalhado. Ao vivo, tendo-os visto já por três ou quatro vezes nos últimos dois anos, o conjunto apresenta-se agora com uma estética mais resguardada, mais íntima, mas não menos entusiasta. Quase em formato estrela (dentro de um quadrado), com o baterista no centro, os peixe:avião têm um espectáculo que cada vez mais fascina pela descoberta da construção das composições. No Lux, podendo estar perto do palco e já conhecendo o disco de uma ponta à outra, fascinou-me aperceber-me de que forma é que cada sonoridade é construída, compreendendo também melhor o que o André Covas tinha explicado na entrevista que deu ao blogue. O público, esse, contrastou com a discrição em palco da banda, manifestando a bons pulmões o entusiasmo com o concerto. Não havendo interacção com o público, e seguindo um alinhamento mais ou menos certo, as características dos concertos de peixe:avião – luzes, projecções, ambiente – tendem a depender um pouco do espaço em que actuam, mas que eles sabem o que fazem, disso não há dúvidas nenhumas e são uma das melhores bandas portuguesas do momento.