São 21h, estou finalmente a sentar-me para jantar. Sim, ao computador. Porquê? Porque obviamente ainda não conheci o conceito de deixar o trabalho no local de trabalho. Talvez por ter tantos. Seja no INESC, a dar aulas, a andar com a Omnichord por aí, a andar com os artistas por ali quando é por causa do blogue… Era bom que tudo isto desse rendimento financeiro, não era? Mas não falemos de dinheiro que isso só dá chatices. Falemos é dos horários e do esforço que empreendemos nas coisas que gostamos. “Ah e tal, quem corre por gosto não cansa!” O caraças é que não cansa. Cansa pois, apenas continuamos a querer acordar no dia seguinte e fazer ainda mais e melhor. Mas cansa. E a longo prazo, se não tivermos cuidado o cansaço começa-se a transformar numa moinha invisível que quando damos conta já nos vai consumindo. Principalmente a saúde e a paciência. Acho que ainda não estou nesse ponto, mas já começo a sentir aqueles níveis de irritabilidade mais sensíveis, já fervo mais por menos, já dou por mim a bufar de enfado mesmo quando tenho coisas para fazer que gosto!
Há semanas que pura e simplesmente não começam lá muito bem. A cena da Segunda-feira acaba por ter aquele toque mais negro precisamente por causa disso: se não começamos a semana em grande vamo-nos deitar nessa noite com a sensação que a semana vai ser toda uma bela merda. Desculpem-me o palavrão, mas é mesmo assim que pensamos e não que vai ser uma bela caca. Pois é agora que vem a parte positiva! Ahahah, sim, todo este discurso meio negativo da treta, mas a cena é que ao mesmo tempo que o escrevo penso – “porra, oh Sofia, que mariquinhas do caraças, faz-te lá mulher, levanta a cabeça que amanhã é outro dia e vai ser só lindo!” E a cena é que não é só da boca para fora, ou devo dizer dos dedos para a internet?, eu obrigo-me mesmo a acreditar nisso. Como poderia continuar a acordar às 6h da manhã, SIM 6 DA MANHÃ, todo o santo dia, chegar nunca antes das 21h, dar aulas, pensar em papers e conferências de sonho que provavelmente nunca escreverei ou irei, imaginar trinta mil estratégias de não matar este blogue com a minha falta de tempo e ainda ter genica para poder acompanhar as bandas do meu coração aí pela estrada?
Então é isso, venho aqui partilhar convosco que mesmo estando toda podre, bora lá que amanhã é mais um dia e todos nós temos sempre algo ou a alguém à espera que façamos a diferença. Nunca sabemos qual é o dia em que realmente a coisa pode dar para o torto com a nossa ausência, por isso mais vale querer DAR TUDO todos os dias. Tenho de arranjar tempo para partilhar convosco passatempo para bilhetes de cinema, opiniões de livros que ando a ler e depois não escrevo sobre eles, discos que ando a ouvir e depois não consigo escrever sobre eles… Oh well, digam-me como posso congelar o tempo durante um bocadinho, eu faço-o! Não dormir está fora de questão. Umas noites são apenas 6h, noutras são 7h, com sorte um bocadinho mais, mas quem me tira o sono tira-me qualquer hipótese de produtividade. E volto a lembrar, para quem também é viciado em trabalho (sim, tenho de admitir isso, embora não seja nada saudável) que falta de horas de sono, não comer a horas e não fazer exercício (ando a pagar ginásio e tenho ido uma vez por semana…), a longo prazo deixa-nos KOs por tempo indeterminado. Tenham cuidado e cuidem de vós, certamente não querem chegar a este ponto meio alucinado em que ando. Ahahah. Beijos!
PS: A foto é só para vos incentivar a meditar um bocado. Ou a fazerem body balance! Faz milagres.