Terra Fresca
João Leal
Género: Literatura
N.º de páginas: 264
Data de lançamento: 27 de maio
Capa: Rui Cartaxo Rodrigues
PVP: 16,60
ISBN: 9789897222986
Passado em Sintra, Lisboa, Finlândia e Estados Unidos, Terra Fresca é por vezes melódico, outras vezes repleto de ação. O texto transportanos ao longo de setenta anos através de um grupo de personagens impossíveis de esquecer, sempre sob o espectro da dúvida sobre o que é real ou não, sobre o que acontece sem causa e o que é obra de um desígnio maior. Com uma ligação subtil ao seu primeiro livro, Alçapão, respondendo a algumas questões que tinham ficado em aberto, Terra Fresca confirma João Leal como uma das novas vozes mais originais da literatura portuguesa, capaz de unir a crítica especializada ao favor de um público mais vasto.
LIVRO
Em vésperas de Segunda Guerra Mundial, Francisco Alonso, responsável pela construção do Castelo dos Mouros, em Sintra, faz uma descoberta involuntária que se irá revelar determinante para o
destino de todos os que o rodeiam.
Quando a filha nasce com o braço direito inerte, a família está longe de saber o que se esconde por trás da misteriosa enfermidade. Quando a maldição por fim se revela, a harmonia familiar sofre um golpe quase fatal e todos terão de dar o melhor de si para se adaptar. Setenta anos mais tarde, o neto de Alonso, Jónatas, músico e artista plástico, suicida-se, arrastando consigo a sua irmã Lucinda. A carta que deixam aos melhores amigos desafia-os a seguir o fio narrativo até às causas deste trágico fim. A história terrível e maravilhosa da família: Alonso revela-se assim a David e Sofia, amigos de Jónatas e Lucinda, obrigando também David a enfrentar os seus próprios demónios.
AUTOR
Nasceu em Lisboa, em 1973. Estudou Teologia, curso que deixou incompleto. Foi livreiro. Entre 2003 e 2005 manteve o blogue Bicho Escala Estantes. É casado, tem três filhas, mora na Vila de Sintra. A Quetzal publicou em 2011 o seu primeiro romance, Alçapão.
EXCERTOS
«Vou desfazer-me da caixa de modo a que nunca mais a encontrem. Ficará num local em que não poderá afetar mais ninguém. Vou mergulhar no mundo da minha maldição até ao fim dos meus dias. Punirei a minha presunção desta forma. Sei que sou uma pessoa muito perigosa e, como aconteceu na
lenda de Ezequiel, que cortou a mão para que não pudesse escrever mais, também eu percebi que tenho de amputar a minha razão para que nada mais de mal aconteça.»
«Encostou a porta e foi à janela da sala. O dia começava a despontar. Somente os pombos habitavam a madrugada da avenida. Um bando sobrevoava as árvores e os prédios. As aves pousavam durante alguns segundos, inquietas umas com as outras, e, a um sinal invisível ao entendimento de Amélia, lançavam-se de novo no vazio com uma determinação de ter chegado o momento de partir para algum sítio distante, arrependendo-se logo a seguir e voltando a pousar num outro telhado. Perguntou-se o que os faria decidir o vôo.»
Passado em Sintra, Lisboa, Finlândia e Estados Unidos, um romance sobre o papel de cada um no destino e decisões dos outros. Samuel Úria apresenta o livro na Feira do Livro de Lisboa.
Cinco anos depois de Alçapão, João Leal regressa à publicação e traz a lume Terra Fresca, um romance que parte das vésperas da Segunda Guerra Mundial e ecoa setenta anos depois, nas gerações seguintes, ligando personagens por um misterioso destino.