Fotografia João Pereira |
Sexteto post-rock indignu [lat.] com novo disco em Outubro.
Pré-apresentação de Ophelia acontece no festival Bons Sons.
Estávamos em 2013 quando lançaram Odyssea, aclamado disco-livro que a Time Out Porto classificou como “obra de arte”. Composto por sete capítulos e apresentado por um arrepiante videoclipe (para o tema “Capítulo I – Onde As Nuvens Se Cruzam”), Odyssea levou indignu [lat.] a percorrer teatros e salas portuguesas de norte a sul, mas também a passagens por Espanha, França e Bélgica, país onde deixou marca no Dunk!Festival, o maior festival post-rock da Europa. Três anos depois dessa ópera-rock, o coletivo de Barcelos está de regresso aos discos. Ophelia, a nova viagem, terá o primeiro avanço na próxima semana.
O disco tem data de lançamento agendada para 31 de Outubro. No novo trabalho, o sexteto abre o véu para a temática da bipolaridade humana, lembrando ao mesmo tempo que as maiores e mais desconcertantes viagens ocorrem, na maior parte das vezes, dentro de nós. Gravado nos meses de Agosto de 2015 e Fevereiro e Março de 2016, Ophelia foi produzido por Paulo Miranda, conhecido produtor e responsável por trabalhos de The Legendary Tiger Man, peixe : avião, Old Jerusalem, entre outros, no AMP Studios, em Viana do Castelo, e masterizado por Miguel Marques, nos estúdios Sá da Bandeira, Porto, que masterizou também discos de Capitão Fausto, Keep Razors Sharp, Glockenwise e Filho da Mãe. A pré-apresentação do novo disco acontecerá já a 12 de agosto, no festival Bons Sons, em Cem Soldos, Tomar. O sexteto dará a conhecer o novo disco no Palco Tarde ao Sol pelas 18 horas.
indignu [lat.] é formado por Afonso Dorido (guitarra), Graça Carvalho (violino e sintetizadores), Helena Silva (violino), Jimmy Moom (guitarra, metalofone, baixo), Paulo Miranda (bateria) e Mateus Nogueira (baixo, piano, guitarra).
Sobre indignu [lat.] – Ophelia (2016)
Ophelia é como que… bipolar. Existem dois mundos, dois hemisférios no seu cérebro, mas completam-se um ao outro. Nenhum deles faria sentido se o outro não existisse. Quase que se um lado “A/norte/oeste” fosse delicado, planante, emocional, sensorial, clássico, contemplativo e o lado “B/sul/este” fosse agitado, desconcertante, negro, sofrido e excêntrico. Quase como de uma tímida candura e um riacho islandês brotasse um deserto árido ou uma neblina da Sibéria desse lugar a uma ilha deserta na Polinésia. O mundo é só um, mas existem sempre dois lados. Existe sempre o reverso da medalha e Ophelia não é dividida em duas pessoas, mas tem em si dois lados. À partida se olharmos parecem duas pessoas distintas, mas se enxergarmos bem estamos perante o mesmo retrato. A mente humana fica na superficialidade, mas o universo de Ophelia vai para além disso.