Born To Run – Autobiografia, de Bruce Springsteen
Para quem procura lições de vida neste género de livros talvez encontre aqui uma bastante útil: para onde correr quando tudo nos diz para ficarmos parados. – Bruno Vieira Amaral, crítico literário, tradutor e autor, em Observador
«O livro é como um dos concertos de Bruce Springsteen — longo, arrebatador, fatigante, repleto de picos e vales. A sua voz, na escrita, assemelha-se à sua voz na música. Born to Run é, como as suas melhores canções, detalhado de fio a pavio. A sua história é íntima e pessoal, mas revela o interesse de Springsteen por outras pessoas e um dom para as conhecer.» – The New York Times
LIVRO
Foram poucas as vezes em que um artista contou a sua própria história com tanta força e coragem, equilibrando o lirismo de um músico singular e a sabedoria de um homem que refletiu profundamente acerca das suas experiências de vida. Durante os últimos sete anos, desde uma atuação marcante no Super Bowl com a E Street Band, Bruce Springsteen tem-se dedicado a escrever a história da sua vida, recordando vividamente, com a honestidade, humor e originalidade que se encontram nas suas canções, a sua busca incessante em tornar-se músico.
Assim nasceu Born To Run, a autobiografia que chega às livrarias amanhã, dia 27, editada pela ELSINORE, chancela do Grupo 20l20 (576 páginas + 16 extratexto com fotografias inéditas l 21,98€ l Tradução: Maria do Carmo Figueira e João Reis).
Com uma sinceridade desarmante, Bruce Springsteen conta, pela primeira vez, a história das batalhas pessoais que inspiraram os seus melhores trabalhos. Em Born to Run, ele descreve o seu crescimento e a educação católica em Freehold, Nova Jérsia, rodeado de poesia, perigo e escuridão, que alimentavam a sua criatividade, num crescendo até ao momento fulcral do início da sua carreira, a que ele se refere como o seu «Big Bang»: ver a estreia de Elvis Presley na televisão norte-americana, no Ed Sullivan Show.
Recorda vivamente a sua motivação inabalável para se tornar músico, os primeiros tempos enquanto rei das bandas de bar em Asbury Park, e a formação da E Street Band. Com uma candura desarmante, conta, pela primeira vez, a história das batalhas pessoais que inspiraram os seus melhores trabalhos, e mostra-nos por que motivo a canção «Born to Run» revela mais do que as ideias que percebemos quando a ouvimos.
Born to Run será inspirador para todos quanto gostam de Bruce Springsteen; no entanto, esta obra é muito mais do que as memórias de uma lendária estrela do rock. Este é um livro para os trabalhadores e os sonhadores, para os pais e os filhos, para os amantes e os solitários, para artistas, freaks ou para quem sempre quis ser batizado no rio sagrado do rock and roll. Como muitas das suas canções («Thunder Road», «Badlands», «Darkness on the Edge of Town», «The River», «Born in the USA», «The Rising» e «The Ghost of Tom Joad», para nomear apenas algumas), este livro entrará instantaneamente para a lista dos clássicos intemporais.
PREFÁCIO de BRUCE SPRINGSTEEN
Nasci numa cidade a beira‑mar onde quase tudo é contaminado por uma certa dissimulação. Incluindo eu. Aos 20 anos, sem qualquer espírito de rebeldia materializada em corridas loucas de carros, tocava guitarra nas ruas de Asbury Park e já era um membro de pleno direito do grupo dos que ≪mentem≫ a bem da verdade… artistas, com A pequeno. Mas tinha quatro grandes vantagens: era jovem, tinha quase dez anos de experiência em bandas de bares de má reputação, um bom grupo de músicos meus conterrâneos, habituados ao meu estilo, e uma história para contar.
Este livro é, ao mesmo tempo, uma continuação dessa historia e uma tentativa de descoberta das suas origens. Assumi como parâmetros os acontecimentos da minha vida que acredito terem dado forma a essa história e a minha vida como músico. Uma das perguntas que os fãs me fazem vezes sem conta é: ≪Como é que tocas assim?≫ Nas páginas que se seguem vou tentar explicar como e, mais importante ainda, porquê.
Kit de sobrevivência Rock ’n’ Roll
ADN, habilidade natural, estudo das técnicas, desenvolvimento e devoção a uma filosofia estética, puro desejo de… fama? Amor? Admiração? Atenção? Mulheres? Sexo? Ah, claro, e umas coroas. E depois, caso queiram continuar noite fora, um fogo voraz cá dentro que nunca se apaga, eterno.
Estes são alguns dos elementos que poderão dar jeito quando se esta frente a frente com 80 mil (ou 80) fãs de rock ’n’ roll que estão à espera de que façamos o nosso truque de magia. À espera de que tiremos qualquer coisa de dentro do chapéu, que façamos algo a partir do nada, que lhes ofereçamos algo nunca antes visto, qualquer coisa que, antes de toda a congregação se ter reunido, era apenas um rumor alimentado por uma canção. Estou aqui para apresentar a minha prova de vida perante o «nós», esse conceito fugidio e nem sempre credível. É este o meu truque de magia. E, como todos os bons truques de magia, começa com uma encenação. Assim sendo…