[Diário de Bordo] Não há milagres

Olá olá! Eu sei, estou em falta para convosco. Já cheguei de Hamburgo no Domingo e ainda não postei nada. Acontece que mal cheguei tive uma série de problemas para resolver, consultas médicas para ir e não só não tenho conseguido adiantar muito o meu doutoramento como tem sido complicado publicar material original e escrito por mim, como gosto, em vez de serem só divulgações. Peço a vossa compreensão e que se mantenham tão fiéis como até aqui 🙂 

Tenho alguns posts prometidos para mim mesma que quero partilhar convosco. Desde a experiência no Reeperbahn Festival, ao documentário que saiu sobre a Omnichord Records e ainda algumas novidades no que toca à minha actividade na promoção e agenciamento de bandas. Upa upa! Muita coisa a acontecer! 

PS: Uma nota para o sistema nacional de saúde. Ontem estive quase seis horas à espera de uma consulta de urgência. Hoje em dia, quem não tem seguro de saúde, e ainda por cima perdeu o seu médico de família, bem pode morrer num canto porque a forma como o sistema está a funcionar é ridícula. Para se ter uma consulta de urgência no posto a que se compete ir, tem que se ir mil horas antes porque as senhas de urgência começam a ser distribuídas às 19h45 e só existem dez. Eu tenho sorte, o meu pai pôde ir logo às 15h, e já era a segunda pessoa, e eu fui ter com ele pouco depois para só ser atendida às 21h. Reparem que não podem sequer sair do posto de saúde porque perdem a vez. O segurança anota a ordem, mas diz que se sairmos e aparecer alguém à procura de consulta de urgência, quem se ausentou perde o lugar. Ora, eu enquanto bolseira da Universidade de Lisboa, para além de não ter qualquer tipo de subsídio de férias ou do raio que me parta, também não tenho seguro de saúde. E como eu estão centenas, senão milhares de jovens. Chega a dar para rir. Como é que é suposto um jovem na casa dos vinte, com uma bolsa de doutoramento que nem propinas paga (e custam 2750€ anuais), ter vida própria, com casa e posses pessoais? Junta-se o não ter sequer um seguro de saúde e para se conseguir uma consulta normal são precisos meses. De especialidade então, nem se fala. Enquanto joguei no Benfica tive sorte, tinha os médicos de lá e as consultas eram feitas na devida altura. Já passara dois anos. Digo isto porque tenho algumas condições cardíacas que devem ser vigiadas com regularidade. Ora, agora que estou entregue a mim própria com isto tudo, e atenção que não me estou a fazer de coitadinha porque ser bolseira, em vez de estar a ganhar uns milhares numa empresa, foi uma opção minha por a investigação ser a minha paixão, pergunto-me como é que ainda existem situações destas no nosso país. Nem antigamente as coisas eram tão más e complicadas como agora. Nem consigo imaginar como vão sobrevivendo pessoas com problemas mais graves de saúde. 

E é isto. Um pequeno desabafo e uma pequena justificação para o blogue andar mais morte no que toca a intervenções mais pessoais. Não se preocupem, estou bem e vai correr tudo bem! Beijos! 

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  • Sobre

    Olá a todos, sejam muito bem-vindos! O meu nome é Sofia Teixeira e sou a autora do BranMorrighan, o meu blogue pessoal criado a 13 de Dezembro de 2008.

    O nome tem origens no fantástico e na mitologia celta. Bran, o abençoado, e Morrighan, a deusa da guerra, têm sido os símbolos desta aventura com mais de uma década, ambos representados por um corvo.

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