Fotografias Sofia Teixeira
É sabido que tenho um fraquinho muito especial pelo Sascha Ring. Tudo começou com o seu projecto Apparat, que mais tarde me fez descobrir Modeselektor e consequentemente Moderat. A verdade é que Moderat acaba por ser um ponto alto dos dois mundos. Separados são bons, muito bons, mas há uma energia quando estão os três em palco que não se faz sentir de outra maneira. Apparat já vi ao vivo no SBSR de há uns anos atrás, 2012 penso, e Moderat tinha visto pela primeira vez este ano no Primavera Sound Porto. Na altura fiquei surpreendida por, num palco de festival tão grande, terem dado um espectáculo digno de ficar registado. Mas todos sabemos que os locais onde este tipo de som se dá melhor é em clubes, sítios mais fechados onde o som não disperse, mas antes se impregne nos corpos. O LxFactory foi o palco escolhido com essas características para o regresso da banda a Portugal. É claro que o facto de o concerto ter atrasado mais de uma hora, sem qualquer tipo de explicação, não estava a abonar nada a favor da organização. O facto de o bar ser minúsculo e de quase ninguém conseguir sequer um pouco de hidratação, ajudava à impaciência e ao desânimo.
Eis que um pouco depois das 22h30 o trio sobe ao palco e, felizmente, nos faz esquecer essas coisas todas com um concerto magnífico. Fui fotografar para o bodyspace.net com o querido Paulo André Cecílio no comando do texto, mas não podia não deixar aqui registado um dos melhores concertos a que assisti este ano. Eu sei, que sortuda do caraças, ainda a semana passada vi 65daysofstatic, outro concerto que me deixou tremendamente abalada. Moderat é um estilo bem diferente, mas há algo na sua mensagem (anti) política, na postura, nas letras tão românticas como despersonalizadas, que definem uma personalidade que os destaca dos demais. Há que admirar todo o trabalho estético, não só através das imagens como também do jogo de luzes que toma dimensões 3D. A nível sonoro, tanto temos músicas em formato canção como músicas ricas em texturas diversas, em que a maquinaria constrói autênticos universos paralelos que acabam por convergir numa energia electrizante e extasiante.
Confesso que ao início fiquei um pouco em pânico. O concerto não teve quase luz nenhuma e eu tenho apenas uma Canon Rebel XSI em que o ISO máximo da máquina é 1600. Bem, para quem posso ter alguma familiaridade com isso consegue ter noção que é um pequeno pesadelo. Por norma com ISO a 800 as fotografias já ficam cheias de grão, com o ISO no máximo não é difícil adivinhar que só poderia sair dali desastre. Só tivemos duas músicas para fotografar perto do palco e com o jogo de luzes baseado em flashs… Deuses! 🙂 Mas pronto, como podem ver algumas safaram-se. Tirei bem mais, mas só filtrei estas. Um dia que tenha mais tempo faço nova passagem na foto e partilho convosco o link do Flickr. Honestamente, e aqui entra a parte da fã babada, o facto de o Sascha ter olhado e sorrido para mim no final da última música que pudemos fotografar, e há testemunhas de outros fotógrafos!, compensou tudo. Ahahah. Que querem? Não comecei este post a dizer que tinha um fraquinho pelo homem? Foi um longo dia, esgotante, mas foi excelente voltar a pegar na máquina, não o fazia para concertos há meses, e melhor ainda por ser com uma banda que gosto tanto e que ainda por cima tem um dos membros que tem família portuguesa!
Deixo-vos o link para o concerto deles em Nantes. Não foi bem igual, em Lisboa o concerto foi de duas horas, mas podem ficar com uma noção: http://www.dailymotion.com/video/x48j0bm_moderat-full-concert-live-stereolux-de-nantes_music
E pronto, cá fica mais um concerto na memória! Brevemente sairá no Música em DX a reportagem do concerto de Piers Facciini ao qual assisti na passada Terça-feira, no Misty Fest! Beijos e bom fim-de-semana!