Implacável
Sherrilyn Kenyon
Editora: Edições Saída de Emergência
Sinopse: Vive rapidamente, luta ferozmente e, se morreres, leva contigo o maior número de inimigos que conseguires. É de acordo com este lema das Amazonas que Samia vive e pelo qual morreria. Na Nova Orleães contemporânea, a imortal Amazona está prestes a conhecer um mal pior do que tudo o que já encontrou e que está a chegar para massacrar a Humanidade.
O transmorfo Dev Peltier guardou o Santuário durante praticamente duzentos anos e nesse período viu de tudo. Ou assim pensou. Agora, os seus inimigos descobriram uma nova fonte de poder – uma que torna tudo o que enfrentaram até agora uma brincadeira.
A guerra começa, e Dev e Sam estão no centro dos acontecimentos. Mas, para vencerem, eles terão de quebrar a mais importante de todas as regras e esperar que isso não destrua o universo como o conhecem.
OPINIÃO: Ler Sherrilyn Kenyon é sempre um bálsamo para a alma. Cada vez que pego num livro desta autora tenho praticamente a certeza de que só o irei largar quando o terminar. Sendo o décimo oitavo livro que leio deste universo, não deixo de me admirar com o facto de não me cansar, de todo, com ele. Claro que há sempre uns mais viciantes que outros, mas como só tenho lido um por ano (acho que é mais ou menos a esse ritmo que têm saído cá em Portugal), acabo sempre por me derreter um pouco com cada história, com cada casal que nos vai sendo apresentado. Mesmo não tendo sido o livro que mais me fascinou (confesso que o estado em que o história global está pareceu-me meio desequilibrado), Implacável traz-nos Dev e Sam, dois seres que não é suposto conviverem, que não é suposto sequer envolverem-se, mas que foram divertidos de acompanhar.
Penso que as leitoras de SK concordarão comigo quando digo que sinto diferença entre os livros pré e pós Acheron e que isso tem tido um pouco de influência na forma como vivemos as histórias seguintes. Enquanto no pré Acheron havia sempre um mistério enorme no núcleo central deste universo, agora a autora parece construir uma espécie de mistério semelhante à volta de Nick, mas não é a mesma coisa. E isto, na minha opinião, acaba por tirar um pouco de protagonismo aos casais centrais. Sempre tive muita curiosidade com Dev e a Sam é daquelas protagonistas “cá das minhas”, mas houve alturas em que achei que a fragilidade estrutural do rumo da trama central teve demasiado impacto na intensidade com que costumamos viver o romance principal.
Dev e Sam têm ambos histórias sofridas, é nisso que Sherrilyn Kenyon é mestre. A escritora consegue criar sempre circunstâncias em que existem um sofrimento e uma solidão enormes que só se equiparam depois à paixão que surge e que parece consumir tudo à volta dos envolvidos, tal como também consome o/a leitor/a. Neste caso em específico, o dom de Sam (que é basicamente ler a mente e reviver memórias de pessoas e objectos em que toca) foi um catalisador para acelerar o envolvimento entre os dois, não por ela conseguir ler o Dev, mas precisamente pelo oposto. Não vou revelar mais, até porque se nunca leram nada desta série, este não é um bom livro para começarem, e se estão a ler esta série, mas ainda não leram este livro, também não vos quero estragar o imaginário por antecipação. Só posso esperar pelo próximo, desejando que a autora traga um pouco mais de sentido e coesão à trama principal.