Fotografia Vera Marmelo |
Em Março passado fui uma das pessoas presentes no Lisboa Style Out Loud que teve o privilégio de ver uma primeira actuação ao vivo de um novo tema dos D’Alva. Era o Verdade sem Consequência” e deu logo para perceber que o regresso da banda seria em grande. São vários os cunhos POP que lhes têm atribuído, mas o que mais admiro neles, sendo que ouço muito pouca música pop, é que dificilmente se prendem a uma única fórmula musical. Prova disso mesmo é que têm conseguido contagiar todo o género de público e não foram poucos os concertos memoráveis que deram desde o seu disco de estreia, e único até agora. Verdade sem Consequência traz-nos então o aperitivo para o novo disco que sairá em Outubro que em conjunto com uma batida forte e inebriante, tem também uma letra com a qual é fácil nos identificarmos, sentindo assim na pele uma energia irreverente e de auto-afirmação. Bem-vindos de volta, D’Alva!
D’Alva regressam com novo single
Verdade Sem Consequência
Segundo álbum chegará às lojas a 12 de Outubro
“Não há verdade sem consequência, mas há uma diferença entre não saber e não querer saber” é a primeira frase da primeira canção a ser composta para o segundo longa-duração dos D’Alva, marinado num pós-guerra de pós-verdade, pós-factos alternativos e dissonâncias afins.
Neste single “não-single”, sem filtro, sem recurso a fórmulas seguras, de algum modo incómodo e contrastante com a ideia dos D’Alva a que nos habituámos, o refrão orelhudo não ficou esquecido. Sonicamente é a fusão entre um soul punk e o inescapável novo rock n’ roll — o hip-hop —, algures entre Jack White e Kendrick Lamar.
Desengane-se quem pensa que esta canção revela o tom do disco que será editado este ano. Trata-se apenas de uma pequena parte do todo, e poderemos descobrir outras partes no primeiro dia do festival NOS Alive, onde a banda irá revelar algumas das novas canções, entre outras surpresas.
Para a concepção da capa deste lançamento, foi concedida total liberdade criativa a Bráulio Amado, designer e ilustrador português residente em Nova Iorque, responsável por capas de discos de artistas como Beck, Róisín Murphy e Frank Ocean e de publicações como a New York Times Magazine.
O videoclipe (mais uma vez D.I.Y.) é colorido mas no entanto deslavado, desfocado e desfasado, e continua a narrativa deste glitch cultural e existencial em que nos encontramos. Não tece preceitos ou juízos, não faz afirmações, e, mais do que colocar questões, abre as caixas onde as guardamos. Abre-as e expõe-nas.