Fotografia Cristina Morais |
“P’Ódio aborda a ansiedade que advém de nos expormos à crítica e escrutínio, e de como deve ser a nossa relação para com quem apenas “fala muito e não faz nada”. É um “vive e deixa viver”, mas algo que se estende para além da música e para o quotidiano e as presentes dinâmicas e interacções sociais.” explica Ben Monteiro.
Dia 12 de Outubro sai o novo disco dos D’Alva, Maus Êxitos. Marcantes pela sua versatilidade, e até imprevisibilidade, os D’Alva têm percorrido um caminho admirável no universo POP. Mantém-se fieis a si mesmos e conseguiram criar uma espécie de família com a simples hashtag #somosdalva. Têm acompanhado a mudança dos tempos, ao mesmo tempo que não se deixam cair nos lugares comuns do deslumbramento. Num interpretação muito própria, depois de Verdade Sem Consequência, P’ÓDIO soa na linha da afirmação pela liberdade de criação, contendo também uma mensagem pelo respeito da individualidade, mas acima de tudo pelo próximo. Tem sido um orgulho acompanhar este percurso e pelo vídeo conseguimos testemunhar tanto a intensidade como a entrega dada a cada concerto. Deixo-vos com informações oficiais, vídeo e letra.
Se para muita gente D’Alva é sinónimo de descontracção e leveza, o videoclipe que acompanha este single revela a intensidade com que Alex D’Alva Teixeira, Ben Monteiro e restantes membros que os acompanham se entregam aos espectáculos e ao público. A realização/produção é mais uma vez totalmente D.I.Y. pela mão de Ben Monteiro, num registo acima de tudo documental, e que mostra uma verdade que em certa medida só os D’Alva verdadeiramente conheciam de si mesmos: bem para além do hype, dos discos, das canções, dos memes, dos likes, das visualizações, os D’Alva são compreendidos ao vivo. Se em estúdio pela mão da produção de Ben Monteiro a elasticidade com que saltam de género é inigualável, o mesmo acontece ao vivo pela mão do front-man puro que é Alex D’Alva Teixeira. É impossível falsear a energia frenética, entrega e maneira como grupo e público se tornam um, seja num coreto, num clube, num auditório ou num palco de festivais de grandes dimensões – o resultado é invariavelmente o mesmo, ninguém fica indiferente como aliás retrata o vídeo.
Os D’Alva querem-se (re)definir pelo que são, com “mais acção e menos conversa”, e P’Ódio é mais um capitulo que nos introduz aos seus MAUS ÊXITOS (clicar aqui para saber mais sobre o disco).
Entrevista de antecipação ao novo disco: http://www.branmorrighan.com/2018/05/entrevista-o-regresso-punk-dos-dalva.html
Não tenho tempo para ódio
Não aspiro a esse pódio
Não sou mais um concorrente
Tenho mais em mente, não jogo ao Monopólio
Não brinco com coisas sérias
‘Tou no hustle, tu de férias
E as tuas frustrações e aspirações não me tocam
Não dou atenção à murmuração
Faz a tua, boy, vive a tua, boy, e deixa viver, boy
Cada situação esconde uma razão
Mas eu não dou atenção…
A gente que fala, fala, fala, fala, fala, fala
Fala muito e não faz nada
Sem saber que é mal amada
Gente que fala, fala, fala, fala, fala, fala
Fala muito e não diz nada
E lá no fundo é recalcada
Não dou p’ra esse peditório
Não tenho culpa no cartório
Mas é sempre a mesma história
Só querem a glória sem o que traz de inglório
Será que falas ou te calas boy,
Se for pra dar o corpo às balas boy,
Se as tuas conclusões e dissertações de nada valem?