[Queres é (a) Letra!] First Breath After Coma – NU – Heavy

Pintura “Tinder” de Kenne Gregoire

Se nestes 10 anos de blogue BranMorrighan me orgulho de alguma coisa é da decisão que tomei ao sair do nicho da literatura portuguesa para abranger também o nicho da música independente. Quando o fiz, a primeira editora independente que descobri e pela qual imediatamente me apaixonei foi a Omnichord Records. A primeira banda que vi ao vivo foi os First Breath After Coma na FNAC Chiado, em 2013. Cinco anos passados desde o início desta aventura é com um certo abismo, fascínio e admiração que agora olho para estes cinco rapazes. Lembro-me tão bem de, já naquela tarde,  me sentir algo intimidada. Cinco rapazes tão novos e já com uma capacidade de arrepiar única. Entretanto, pois o universo lá se encarrega de nos brindar de vez em quando, quis o destino que me viesse mesmo a juntar à família Omnichord Records, dando-me assim a oportunidade de acompanhar de perto a evolução dos seus artistas. 

Focando-me nos FBAC, pois é sobre eles de que este artigo se trata, a evolução tem sido tão brutal que chega a ser difícil arranjar palavras para descrever o caminho que têm percorrido. Deixaram de ser rapazes acabados de entrar na faculdade para se tornarem homens com um olhar aguçado sobre o mundo físico e emocional. A metamorfose a que temos assistido deixa-nos algo petrificados e deslumbrados. Quem já assistiu a um concerto dos FBAC pode confirmar que eles são muito mais do que os discos que compõem. Crescem em palco, tornam-se avassaladores nas suas abordagens aos instrumentos e às vozes, deixando-nos numa comoção desarmante. Drifter, o segundo disco, foi a confirmação deste quinteto leiriense, tanto a nível nacional como internacional. E quando se tem um disco que parece quase definir o sucesso de uma banda, o que fazer a seguir? Para onde ir a seguir? 

Os FBAC respondem mostrando que para eles não há limites na música. Não existem caixas ou etiquetas que lhes possam colocar. Tal como dois dias nunca são iguais, para eles o universo sonoro parece ter uma infinitude de possibilidades. “Heavy” vem provar isso mesmo. O disco, NU, vem provar isso e muito mais. Como se não bastasse todo o tumulto interior que sentimos ao ouvir as suas músicas, os FBAC decidiram agora confrontar-nos com uma imagética e uma estética que aprofundam ainda mais os temas que abordam. NU, o terceiro disco que irá sair a 1 de Março de 2019, será muito mais do que apenas um disco musical. A acompanhar, haverá um filme que dará imagem a cada um dos temas. Os vídeos dos FBAC, os mais recentes produzidos pela CASOTA Collective que conta com membros da própria banda, têm tido sempre uma forte mensagem conceptual. O que se dirá agora do filme de NU em que tantas barreiras são quebradas? 

Deixo-vos com as informações oficiais sobre o single e com o vídeo e letra. Maravilhem-se. 

Depois da nomeação para melhor álbum independente europeu com “Drifter” (2016), os First Breath After Coma apresentam o single “Heavy”, canção e cena de lançamento do novo disco e filme “NU”, a ser editado a 1 de março de 2019.  “Heavy”, não é o começo nem ponto de partida de “NU”, mas é a primeira e a melhor pista que os First Breath After Coma podem mostrar para introduzir todo o conceito metafórico e labiríntico do universo deste novo disco/filme. “NU” (palavra em portuguesa com uma dicção muito semelhante à palavra inglesa para novo: “new”) é uma peça audiovisual onde os First Breath After Coma e os Casota Collective (um coletivo de produção de vídeo da própria banda) constroem uma história através do som e da imagem, explorando novas formas de tradução de emoções e de experiências, da música para o ecrã. Segundo a banda, “‘NU’ começou como um álbum musical conceptual, mas rapidamente nos apercebermos que o próprio conceito de álbum precisa de uma reinvenção, de ser atualizado”. Ao invés de fazer um soundtrack ou uma banda-sonora para um filme, os First Breath After Coma fizeram o contrário e traduziram as histórias das suas canções e do seu disco em imagens. “NU” é apenas isso. Sem narrador, nem diálogos. O som do filme é o álbum, cada cena é uma canção, e o conjunto das cenas é “NU”. O álbum é um filme de 40 minutos. A duração de um vinil. A duração de uma série televisiva. Lançando 3 vídeos antes da edição do álbum, o filme, que conta com o ator Rui Paixão como protagonista, será visto na sua totalidade em Festivais de Cinema, depois da edição do disco “NU” em março do mesmo ano. “NU” é um disco com a chancela da Omnichord Records e é editado em CD, Vinil e digital a 1 de março de 2019.

What does she do?

To leave me motionless

Blinding me

How can I enclose myself in a bottle?

I cried

The truth to find out how to keep my faith

What does she do?

To leave me passionless

Blinding me

Her bones turn into a fetish

Suddenly ready for me to tear apart

I apologize for everything you hold

Every arm I take

I’ve realized that every shallow moment quickly disappears

I won’t hide

And hope that all has changed

I’ll stay home today

I cried

The truth to find out how to keep my faith

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  • Sobre

    Olá a todos, sejam muito bem-vindos! O meu nome é Sofia Teixeira e sou a autora do BranMorrighan, o meu blogue pessoal criado a 13 de Dezembro de 2008.

    O nome tem origens no fantástico e na mitologia celta. Bran, o abençoado, e Morrighan, a deusa da guerra, têm sido os símbolos desta aventura com mais de uma década, ambos representados por um corvo.

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