Entrevista ao Noiserv, Músico Português – 10 Anos Depois, o DVD, as Lembranças e as Diversas Experiências

David Santos é o nome do homem por trás de Noiserv que está prestes a comemorar a primeira década de actuações ao vivo. Em tom de coincidência, decidiu lançar o DVD intitulado “Everything should be perfect even if no one’s there” que tem nove canções, 24 instrumentos e um só músico, ele mesmo, em palco. Com este DVD, Noiserv deixa a questão no ar: O que será que nos move e faz procurar a perfeição? Como extra, o DVD tem ainda o filme “53 minutes and a few seconds”, que regista o processo de montagem de um concerto de noiserv. Foi sobre este trabalho que estive sentada com o David, no antigo e mítico Bar da Bola no Instituto Superior Técnico, faculdade onde o músico tirou o seu curso de engenharia e onde eu própria estou a tirar agora o meu doutoramento.

Fotografia por Vera Marmelo

Sobre o regresso a casa, ao Técnico, e as possíveis saudades, entre risos, David conta-nos que não são assim tantas: «Eu estive realmente muitos anos aqui dentro. Estive no curso, depois no mestrado, ainda tive uma bolsa, foram mesmo muitos anos, mas como sempre morei aqui perto, nunca deu para ficar com muitas saudades, nunca estive muito afastado. (risos).» 

Foi em Março de 2005 que Noiserv deu o seu primeiro concerto ao vivo e uma das minhas curiosidades era sobre o que mais poderia ter mudado no David, enquanto músico, nestes quase dez anos: «Eu acho que em 2005, se calhar, ainda não era músico sequer. Acho que essa é a grande diferença. Há dez anos atrás supostamente ia ser engenheiro e apenas tinha gravado uma maquete de três músicas. Fui ao Festival Termómetro Unplugged tocá-la e esse foi o primeiro concerto. Neste momento consigo viver só da música e ter uma dinâmica completamente diferente sobre a minha vida. Pensando na parte musical, acho que mudou tudo, é uma diferença enorme.»

Em relação ao timing do DVD, este vem no contexto dos dez anos, mas também porque antes não fazia sentido: «Quando tinha só um disco, não fazia sentido porque o DVD ia, provavelmente, ser só das músicas daquele disco; quando foi o EP, no meio, já tinha na ideia na cabeça de fazer outro disco; é claramente com este disco, do ano passado, que a música começou a chegar a mais pessoas e que é mais unânime os concertos estarem todos quase sempre cheios, de preencherem salas de tamanho já considerável. É engraçado sair agora nesta altura dos dez anos, quase como se fosse um marco, mas inicialmente não foi com esse propósito.» A razão de lançar o DVD é também explicada: «Eu acho que enquanto músico, sempre fui uma pessoa que viveu muito de metas, de primeiro querer ter um disco nas lojas, depois um vídeo que as pessoas pudessem ver, ter um segundo disco, poder fazer uma banda sonora e ir tocar ao estrangeiro. Acho que o DVD acabou por ser mais uma dessas metas.»  

Cada uma destas metas já foi atingida pelo David «sim sim! (risos)», mas antes de passar a cada uma delas, optei por explorar um pouco mais o concerto escolhido para constar no DVD. Porquê o Teatro Diogo Bernardes? «Tenho-me apercebido que em Portugal há muitos teatros, quer novos quer antigos, mas mais os antigos porque gosto de coisas antigas, com cerca de 100 a 150 anos, mas muito arranjadinhos, em que a música soa melhor aí do que noutros sítios. Portanto, quando pensei em fazer um DVD ao vivo pensei “Tem que ser num desses teatros.”, tem de ser numa das salas em que quando estou a tocar sou quase tão espectador como as pessoas, mas sou espectador da sala, que é uma coisa bonita de se ver mesmo para quem está a tocar. Ponderando as várias hipóteses achei que este seria o mais fixe e acabou por ser aí.»

Talvez quem o veja ao vivo não tenha noção, mas em estúdio Noiserv utiliza dezenas de instrumentos que em concerto se reflectem em apenas cerca de treze. Tive de lhe perguntar como é que ele consegue fazer essa passagem sem que essa diferença considerável se note: «Eu costumo pensar que fazer as músicas ao vivo é quase como fazer um novo disco, mas com a ideia de que há umas músicas base que devo seguir. Há um processo, mais ou menos longo, de eu ouvir as cinquenta pistas que cada música tem e perceber, assim à primeira audição, quais é que são aquelas que, mesmo que não saibas que estão lá cinquenta, consegues enumerar facilmente. Se eu claramente oiço algumas, então claramente tenho de tentar colocá-las na música. Depois, dentro da ideia de que estando a tocar sozinho a música tem de ter uma lógica de loops, tentar ali, quase que matematicamente, perceber com os instrumentos que tenho como é que a música pode ficar parecida com a do disco. Algumas ficam parecidas, outras a estrutura fica ligeiramente diferente, mas acho que tenho conseguido sempre ser mais ou menos fiel.»

Ao ouvir a parte do matematicamente, não pude deixar de partilhar uma gargalhada com o David e perguntar-lhe se era aí que a engenharia entrava na música: «Eu acho que é um bocadinho! (risos) Há aquela visão toda muito poética das músicas, que são só o som, mas eu vejo a música muito como algo, não de vectores, mas de tabelas. Ou seja, como se cada instrumento fosse uma das variáveis e todas ao mesmo tempo é que formam a música. E tu consegues fazer a música soar mais ou menos parecida com menos variáveis do que aquelas que ela tem na realidade.»

Fotografia por Vera Marmelo

Também neste lado de engenheiro, Noiserv já conta com a construção de uma caixinha de música, mas a nível de instrumentos apenas construiu um teclado que foi usado com os You Can’t Win, Charlie Brown num concerto tributo aos Velvet Underground, juntamente com um sintetizador construído por ele. Nesta coisa dos instrumentos, o nosso músico declara que gosta de ir às lojas e começar a experimentá-los até encontrar o som que quer: «Eu faço as coisas muito na base do experimentar. Eu tenho de ir a uma loja de instrumentos em segunda mão, ou através do ebay porque a imagem do instrumento é gira e eu já percebi mais ou menos o som que vai sair dele, e tenho de experimentar os instrumentos. Imagina que há quatro ou cinco teclados, experimento todos. Se há uma que acho que o som é fixe e que o vou usar no futuro, compro-o. E isto é tipo bola de neve, o que faz com que ao longo destes dez anos tenha acumulado… Sei lá, cento e tal! (risos)»

E esta parte académica não fica por aqui. Ora leiam como é que ele me explicou a forma como encara os erros de gravações de loops que por vezes acontecem nos concertos: «É quase como se houvesse uma tabela ou um gráfico ao nível do erro. Se o erro for muito mau, eu tenho de parar a música e recomeçar outra vez para não ficar muito esquisito, se não for assim tão mau eu posso conseguir, com os loops que vou colocar a seguir, se os puser mais altos em cima daquela falha, ao fim de dois ou três loops tapar aquela falha. É quase como uma lógica, enquanto estás a tocar, estás a pensar de que forma podes tapar, ou se não podes tapar, parar e recomeçar. É quase como que um jogo diferente dependendo do erro que aconteceu ou não.»

Independentemente do mundo de fórmulas e gráficos que habitam a cabeça de Noiserv enquanto actua, este tem sempre uma presença notável e simpática nos seus concertos. «Eu penso que sou assim mesmo! (risos) Acho que é difícil tocar num palco sozinho. É solitário e assustador estares à frente de quatrocentas pessoas sozinho. A forma que eu arranjo de conseguir fazer isso é sentir que não estou assim tão sozinho, e se estiver a falar com elas como estou a falar contigo num café, por exemplo, à partida já não estou tão sozinho como estaria. Até porque se calhar há coisas que eu vivi no dia que acho que é importante serem ditas. Se as pessoas estão a ouvir as minhas músicas, que acabam por ser as minhas emoções, se houver uma outra emoção que tenha sentido naquele dia, seja qual for a história, se calhar isso ainda é tão ou mais importante do que a música. Juntando isso ao facto de não gostar de me sentir sozinho, acabo por falar bastante, se calhar até demais! (risos)»

Este paralelismo entre a sua música e a sua vida, é algo já admitido pelo próprio David, em que cada um dos seus trabalhos acaba por reflectir alguma parte importante da sua vida. Dado esse peito aberto, questionei-o se alguma vez se sentiu, de alguma forma, demasiado exposto perante o seu público: «Eu acho que exposto estás sempre. A não ser que isto fosse uma personagem qualquer inventada e fosse essa personagem a ser exposta e não eu, o que não é o caso. Para mim, o Noiserv é como eu próprio, não faço essa distinção, por isso automaticamente estou sempre exposto. Tens é sempre a tua vida mais privada que eu acho que essa não deve ser exposta, mas tens tudo o resto que está relacionado com a tua maneira de ver o mundo e as sensações que vais tendo que no fundo são um complemento para a minha música. Acho que quem a ouve tem o direito de saber isso. Nesse sentido, não me assusta muito essa ideia de estar exposto.» 

Fotografia por Sofia Teixeira

O próprio disco, Almost Visible Orchestra, abreviado – A.V.O. – acaba por reflectir um pouco desse espelho entre si e os seus discos, sendo que este trabalho também funcionou como homenagem à sua avó que tinha falecido há pouco tempo. No sentido desta reconstrução pessoal, o David partilha connosco: «Eu acho que os próprios discos são momentos da vida que vais tendo. Mesmo em relação a este disco, todos temos avós. Eu fiz isto, em concreto, para a minha avó, mas no fundo para quem estiver a ouvir pode ser para a avó dessa pessoa. Tirando alguns casos em que se calhar isso não acontece, o elemento avó é algo transversal a todos. Todos tivemos uma altura em que a nossa avó foi quase mais mãe do que a nossa própria mãe. E em vez de ver isso como “estou a expor aquele momento”, estou é a usar aquele momento como inspiração para mim, para uma coisa que acho que é transversal a toda a gente. Depois também acho que só se vive uma vez e podes mudar amanhã. Porque é que hei-de estar preocupado com daqui a dez anos – “há dez anos atrás disse isto ou aquilo”? Não sei, tento não pensar muito nisso. No fundo, tudo o que eu mostro, partilha algo com a música, separando completamente isso da minha vida pessoal que não está relacionada com a música.»

Para quem leu a entrevista anterior e tem estado atento a esta, já reparou que para além do projecto Noiserv, David Santos faz também parte de uma banda – os You Can’t Win, Charlie Brown. Em tom de balanço, após um Verão de inúmeros concertos, muitos deles em festivais, perguntei-lhe como é que ele fazia a gestão dos dois projectos com dias em que tem de tocar pelos dois na mesma noite: «Tocar no mesmo dia é, naturalmente, mais complicado. Não é só o ser cansativo, é porque emocionalmente são duas coisas diferentes. Tocar sozinho é uma coisa, tocar com amigos é outra coisa. Parece que tenho de estar em dois sítios diferentes, na cabeça, para conseguir tocar pelos dois. (risos)» Em termos de público e de fãs, mesmo com Noiserv a ter um número mais expressivo de seguidores, na sua opinião ambos os projectos acabam por ganhar com esta sinergia pois «há fãs de Noiserv que vão ver You Can’t Win, Charlie Brown e ficam a gostar, mas também há aqueles que só depois de nos verem como banda é que descobrem que eu tenho o projecto a solo. É bom para os dois.»

Pegando um pouco nesta febre dos festivais de Verão e do número cada vez maior dos mesmos, quis saber a sua opinião sobre os mesmos e se haverá assim tanta oferta para tantos festivais: «Hoje em dia tens esta coisa pela Europa toda que é cada país ter três a quatro festivais de grande dimensão, o que não é novidade. O que se passa cá em Portugal é que começas a ter cada vez mais festivais dedicados à música portuguesa. Mas isso deve-se ao facto de haver cada vez mais bandas e de o público português estar mais interessado nas bandas portuguesas. Há dez anos atrás uma banda portuguesa era vista como “ah, isto não presta”. Hoje não é assim, quando sai um nome novo existe uma curiosidade imediata em ver o que é que este faz. Portanto, se o público está mais interessado, há mais público para os festivais e quem os organiza apercebe-se disso. Hoje em dia consegues ter um cartaz, facilmente, com quarenta bandas portuguesas.» Entre festivais ou concertos a solo, o resumo acaba por ser bastante simples: «É importante estar nesses festivais e que a música faça sentido neles, mas é a diferença entre veres um ou quatro filmes ao mesmo tempo. Eu acho que é sempre melhor, para quem está a ver e para quem está a tocar, estar só dedicado a esse momento. Mas os festivais também são importantes, em que o desafio é conquistares novos públicos.»

Um dos marcos que o David conquistou, foi tocar no estrangeiro. Inglaterra, Alemanha, Áustria e França foram alguns dos países sortudos com a sua presença e ele conta-nos um pouco dessas experiências: «Como já toco em Portugal há muito anos, cá há automaticamente muito mais público e muito mais adrenalina. Lá fora é como se fosse há dez anos atrás por cá. Como o princípio foi aqui. Mas o público em si, tem sido muito parecido com o de cá. Se calhar em Inglaterra não tanto, mas lá há tanta oferta que a diferença é quase como Lisboa e o norte, em que no norte as pessoas vão muito mais facilmente aos concertos. De resto, nos outros países, o público é assim quente como no nosso país.» Já um país que nunca foi, mas que gostava de ir: «A Islândia! Nunca fui tocar nem assistir. É o país da Björk e dos Sigur Rós, dessa malta toda, deve ser um país com uma energia diferente!» Qualquer dia recebes um convite para ir abrir Sigur Rós, disse-lhe eu: «(risos) Ah! Isso era bom, isso era bom!»

Fotografia por Vera Marmelo

Também o teatro já teve a colaboração deste nosso músico versátil, com a sua música a acompanhar as peças. «Qualquer coisa que me desafie, relacionada com a música, acho sempre interessante e gosto, eu mesmo, de me sentir na corda bomba e pensar como é que posso fazer isso. É um estado em que gosto de estar, e gosto de estar porque felizmente, no fim, tem corrido tudo bem. Se calhar há um dia que não corre e deixo de gostar. (risos) Ainda por cima eu tenho aquela coisa de estar fechado num estúdio a fazer as minhas músicas e de repente estou perante um elenco de quinze pessoas, em que a música é importante, mas não é o mais importante. É algo que te faz crescer enquanto músico e compositor.»

Nem a sétima arte escapou a Noiserv, sendo este o protagonista da banda sonora do filme «José e Pilar». Foi a primeira vez, e única até hoje, que compôs em português, com o tema Palco do Tempo, e também esse foi um ponto importante da sua vida. Ainda para mais sendo Saramago, e a própria Pilar, um ícon literário intemporal: «Para mim é mesmo um marco grande, principalmente por isso tudo que acabaste de dizer. Ao princípio o convite do Miguel era apenas usar algumas músicas minhas, do primeiro disco, num documentário do José Saramago. De repente, com o passar das coisas, acabei por fazer grande parte das músicas da banda sonora, onde fiz então essa música em português que se tornou na música de apresentação do filme; o filme ao longo dos anos tornou-se a homenagem ao Saramago e a última coisa dele em vida que existia. Uma música que ao princípio era só um tema de apresentação acabou por tornar-se uma homenagem à vida de José Saramago. E isto tudo numa altura em que nem sabia se ia ser músico, se era bom ou não enquanto tal, e o que saísse dali ia ficar para sempre como algo ligado ao Saramago. Acho que isso é uma coisa que nunca se esquece. E isto tanto como músico como enquanto pessoa. O que o Noiserv ganha enquanto músico, eu também ganho enquanto pessoa. É um orgulho o Saramago ter achado que a minha música merecia representar a sua vida. Para mim é mesmo um prazer muito grande, acima de tudo porque quando fazes os teus discos, fazes a banda sonora da tua vida, mas quando fazes a banda sonora de um filme, a música tem de ser boa o suficiente para a vida daquelas pessoas parecer bem aos olhos dos outros. Um filme que as pessoas gostaram muito, podiam não ter gostado tanto se não gostassem da música. Foi como ajudar a imortalizar o Saramago, uma grande responsabilidade, mas muito fixe.»

São várias as vezes que o confrontam com o cantar em português e em que ele mostra sempre vontade de o fazer. Com estes dez anos de estrada e uma única música em português, perguntei-lhe em que estado é que essa questão estava neste momento: «Se pensares bem eu fiz trinta músicas em inglês, uma música em português e a versão de outra música em português. Portanto, são trinta contra uma e meia, já que a meia não era uma música minha. Acho que, automaticamente, se pegar numa guitarra e fazer um “Lalala”, esse “Lalala” vai sair em inglês. Sempre (risos). Eu tenho de forçar o ser em português, mas também é giro. Tal como disse, quando falámos do teatro, se calhar o cantar em português é uma cena não tão segura o que torna giro fazê-lo. Mas neste momento, como a promoção deste disco, em termos de concertos, tem sido muito activa, não tive tempo para fazer novas músicas, nem em português nem em inglês. Quem sabe se o próximo não será em português? (risos)»

Como se todas estas experiências não bastassem, recentemente o CCB teve um “Quarto do Noiserv”! «Isso veio no contexto de um festival de música para crianças. Eles todos os anos têm este conceito do quarto dos músicos em que tens duas ou três salinhas, em género de reuniões, em que te dizem “tens esta salinha de reuniões, e tens quinze minutos para fazeres o que quiseres, em tom de perfomance, como se isto fosse o quarto do Noiserv”, e o público tem entre os três e os nove anos. Acabou por ser um concerto de quinze minutos, mas em que não houve paragens. Não é suposto serem três músicas, mas algo contínuo. Foi uma experiência muito gira.»

Em contraste com este registo alegre e juvenil, lê-se, pela imprensa, muitos registos de opinião em que a música de Noiserv é classificada como melancólica: «Pode ser melancólica, mas na parte feliz que a melancolia tem. Acho que a melancolia tem estas duas partes – a parte mais feliz e a parte mais triste. Quando é muito triste já nem é melancolia é tristeza profunda. A melancolia acho que é puxar a tristeza mais para parte de esperança e acho que os miúdos têm muito isso. É o público ideal para perceber que a minha música não é triste, mas é optimista. Eles não saem de lá a chorar, houve pequenitos que me disseram “foi muito bonito mesmo” com os olhos a brilhar e não de chorar de tristeza! (risos)» 

Para terminar, e em tom de resumo, tendo passado um pouco por cada marco que o David teve enquanto músico, perguntei-lhe o que é que ele achava que ainda lhe faltava “conquistar”, para além de abrir para Sigur Rós, claro (risos): «Acho que falta sempre tudo… Quer dizer, acho que acima de tudo há um objectivo transversal que é conseguires com que a tua música chegue ao maior número de pessoas possível, e as pessoas são quase infinitas, por isso é como se a tua tarefa nunca estivesse feita porque nunca chegaste a toda a gente. E não fazendo isso de forma obsessiva, na ideia de conquistar novas pessoas sem nunca desiludir quem conquistas antes, acho que é uma tarefa que nunca terá fim, a não ser que sinta que não tenho capacidade de fazer mais música. Por exemplo, o “falta-me tocar ali”, eu não tenho muito dessas coisas… Claro que gostava de tocar num Coliseu. Desde muito pequeno, desde os meus doze anos, que vou ao Coliseu de Lisboa e sempre me perguntei como seria tocar ali. Claro que seria um marco importante, mas o mais importante é como cheguei ali porque o concerto em si seria tão importante como outro em que tivesse tocado para apenas duas pessoas num sítio qualquer. As metas que traço estão mais relacionadas com o enquanto eu fizer música não desiludir as pessoas com ela. E espero que isso nunca mude.»

Por último, mas não menos importante, aproveito este momento para divulgar algo que me deixou super lisonjeada: o David aceitou fazer parte da colectânea que estou a organizarO Desassossego da Liberdade. Contribuirá com um conto e é, sem dúvida, um grande nome a juntar a outros da Literatura como Manuel Jorge Marmelo, Samuel Pimenta, Carla M. Soares, entre outros, e ainda outra surpresa de peso que será anunciada brevemente. Parece que o nosso Noiserv, para além do teatro e do cinema, se vai agora estrear na escrita! Fiquem atentos e obrigada pela vossa visita.

Apoiar o projecto aqui: http://ppl.com.pt/pt/livros-de-ontem/desassossego-da-liberdade

Site Oficial:

www.noiserv.net

Facebook:

www.facebook.com/noiserv

Bandcamp:

https://noiserv.bandcamp.com/

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    Olá a todos, sejam muito bem-vindos! O meu nome é Sofia Teixeira e sou a autora do BranMorrighan, o meu blogue pessoal criado a 13 de Dezembro de 2008.

    O nome tem origens no fantástico e na mitologia celta. Bran, o abençoado, e Morrighan, a deusa da guerra, têm sido os símbolos desta aventura com mais de uma década, ambos representados por um corvo.

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