Heitor Villa-Lobos – Prelude n.4 interpretado por Manuel Barrueco: Um dos meus compositores preferidos de música para Guitarra Clássica. Não é por acaso que o repertório de Villa-Lobos é um ‘standard’ entre interpretes do género. Tive a oportunidade de assistir a um concerto/masterclass de Manuel Barrueco quando estudava na faculdade, um dos momentos que me marcou muito e considero-o um dos grandes interpretes do instrumento.
Baden Powell – Alcântara: Curiosamente, só descobri este grande músico brasileiro quando vim para Portugal. Vi um documentário sobre ele na TV, na RTP 2 se não me engano, e desde então tem sido uma fonte de inspiração na viola dedilhada.
The Doors – Spanish Caravan: Esta banda faz-me sempre lembrar o meu pai e a minha infância, quando iamos no carro para qualquer lado. Não tinhamos muitos gostos musicais em comum (não me identificava com as cassettes de música popular portuguesa que trazia sempre com ele), mas quando tocavam os Doors na rádio ele metia o volume bem alto e curtiamos o som à brava! A somar a isto, as letras desta música em particular, “take me to Portugal, take me to Spain”, acho que nesse momento começou aquela curiosidade de um dia descobrir as minhas raízes.
Bob Marley & the Wailers – Slave Driver: Este disco marcou-me muito quando o ouvi pela primeira vez. Na altura ainda não ouvia muito Reggae, mas numa viagem à Florida no início dos anos ‘90 um grande amigo mostrou-me “Talkin’ Blues” e fiquei rendido! Contém algumas músicas gravadas ‘ao vivo’ num estúdio de uma rádio em San Francisco. A banda andava em digressão pelos Estados Unidos e estavam bem rodados. Ouve-se a intensidade e determinação do Bob e companheiros ao conquistar os americanos, e os pequenos comentários (retiradas de uma entrevista para a rádio) são demais!
Creation Rebel – The Dope: A par do Rock e World Music, o Reggae e o Dub são dos géneros musicais que mais aprecio. Os Creation Rebel, os músicos de estúdio e o trabalho do produtor Adrian Sherwood, são uma grande escola de Dub. Tiveram uma grande influência em mim e tornaram-se uma referência no meu estilo de tocar guitarra e abordagem à música em geral.
Jimi Hendrix – Little Wing: Não há muito a dizer que ainda não tenha sido dito sobre Jimi. Foi um ‘game changer’ quando apareceu na cena musical em Londres e tinha um estílo único. Esta música é uma das grandes referências para os guitarristas. Quando ouves a guitarra sabes que é o Jimi, e isso diz tudo!
Cream – Sunshine Of Your Love: Cream foi o primeiro ‘supergrupo’ a ter sucesso e influenciaram muitos outros que surgiram mais tarde. Eram conhecidos pelas extensas improvisações ao vivo mas também tiveram alguns singles, como é o caso deste tema que escolhi, que marcaram gerações. “Sunshine” foi das primeiras músicas que aprendi a tocar na guitarra. Jack Bruce (baixista e vocalista), nome incontornável na casa do meu tio onde passava tardes a ouvir música na adolescência, morreu recentemente. Esta escolha é uma pequena homenagem ao grande músico.
The Who – The Real Me; Led Zeppelin – Good Times Bad Times: As duas bandas que mais me inspiraram desde a adolescência. Acho que são das maiores influências de sempre no Rock em geral. Ainda hoje em dia, o som deles está “carimbado” em qualquer tema do género e não só. Afinal, o que seria o hip-hop sem os samples de batidas de John Bonham?!
Black Sabbath – Symptom Of The Universe: O mesmo pode-se dizer dos Black Sabbath em relação à música ‘pesada’. E o Tony Iommi, grande referência nas malhas de guitarra distorcida! Imagina o que era ouvir este som nos anos ‘70 depois da ‘Hippie Generation’ e Woodstock. Impressionante! Acho que foi a melhor forma de chatear os meus pais, e os meus vizinhos… Ainda hoje é! 🙂
Dub Trio – Not For Nothing: Um Dub/Rock Cross-over trio instrumental de Nova Iorque que surgiu em 2004. Será que também foram influenciados pelos Primitive Reason?! Não sei, mas são das bandas novas mais interessantes que tenho ouvido nos últimos anos. Também fazem parte da banda de Matisyahu e o Mike Patton já gravou algumas músicas com eles. Worth checking out!
Fotografia por Sofia Teixeira |
Abel Beja é músico nos Primitive Reason, fazendo parte da banda há quase 15 dos 20 anos de existência da mesma. Para além de ser um dado adquirido que adora guitarras e basquetebol, foi também um grande prazer saber mais sobre as suas origens e as suas memórias dos seus primeiros tempos com Primitive Reason. Sobre todas estas coisas podem ler na entrevista que ele cedeu ao Morrighan, aqui: http://goo.gl/M2HYq9
Só posso agradecer a disponibilidade e simpatia infinita com que o Abel aceitou este meu pequeno desafio. É uma honra ter um mês Primitive Reason (a quinzena passada foi o Guillermo de Llera, fundador dos PR, a fazer as honras da Playlist da Quinzena), quando esta é uma das bandas de maior referência do nosso país. Relembro que podem acompanhar o Abel no seu site oficial: http://abelbeja.com/