A aventura começou na Quinta-feira com os You Can’t Win, Charlie Brown a abrirem a temporada com o primeiro álbum Chromatic. Foi uma excelente noite em que recebemos um miminho do que estava para acontecer no dia seguinte e que nos deixou ansiosos que chegasse a meia-noite de Sexta-feira.
Quando esse momento chegou, nem mesmo a chuva impediu que os fãs saíssem de casa para assistirem à promessa da banda em tocar o álbum Diffraction/Refraction na íntegra, do princípio ao fim, sem qualquer contorno ou invenção. A banda voltou a apresentar-se com grande estado de espírito e excelente disposição. As interacções, já tão típicas do Salvador ou do Afonso, colocavam o público sempre a rir e tudo corria bem até que, de repente, deixamos de ouvir parte dos instrumentos e vozes. A electricidade tinha falhado e o espectáculo teve de ser interrompido, mas não sem antes a banda dar um valente show, em formato acústico, com duas das suas músicas.
Entre a brincadeira e algum nervosismo, foi notória a preocupação da banda. Foi a primeira vez que o Musicbox recebeu alguém em modo residência durante um intervalo de tempo e tanto a banda como o público ficaram sem saber bem como reagir. A electricidade tinha falhado e o espectáculo teve de ser interrompido, não sem antes a banda dar um valente show em forma acústica com duas das suas músicas. Entre a brincadeira e algum nervosismo, foi notória a preocupação da banda. Foi a primeira vez que o Musicbox recebeu alguém em modo residência durante um intervalo de tempo, e tanto a banda como o público ficaram sem saber bem como reagir.
Após uma hora de espera, os fãs foram informados que o espectáculo estava cancelado, mas que quem tivesse bilhete iria ser reembolsado ou então transferido para o dia seguinte. Da minha parte, fiquei com pena que este episódio tivesse acontecido e, acredito, que não fui – de todo – a única. O primeiro dia foi muito bom, o último excelente, ficou a faltar (para quem foi os três dias) o bom-bom de Sexta-feira.
Veio Sábado e com ele trouxe um concerto muito especial. Não só estávamos na expectativa sobre o que a banda iria tocar, como era o último dia da temporada e já alguma saudade se começava a apoderar do meu estado de espírito.
Posso dizer, com bastante certeza, que na noite de Sábado o Musicbox encheu. A promessa de algumas surpresas e de ainda misturar músicas de todos os discos lançados até agora, incluindo o EP, fez com que a espera que a banda entrasse em palco se tornasse um pouco dolorosa. Com alguns minutos de atraso e um público e fotógrafos ansiosos, lá invadiram o palco, apoderaram-se dos seus instrumentos, ajustaram o que tinham a ajustar, deram as boas noites e contaram um pouco do que iam fazer, para depois se iniciar aquele que viria a ser um concerto memorável em vários aspectos.
A entrega foi automática. Se ao início poderíamos sentir algum nervoso miudinho dado o que se tinha passado no dia anterior, o que é certo é que rapidamente nos esquecemos disso para mergulhar no ambiente de energia intensa que estes seis rapazes tão bem sabem criar. Eles passaram pelo EP homónimo, pelo Chromatic, pelo Diffraction/Refraction e, para além do empenho em tornar cada música especial, ainda nos brindaram com duas interpretações dos Velvet Underground. O público reagiu de imediato. A cantar com a banda, a dançar, foram poucos os que conseguiram ficar estáticos durante o concerto inteiro.
Quando damos por nós a banda já está a anunciar o fim do espectáculo e embora todos saibam que a banda irá voltar ao palco, é com surpresa que nos apercebemos que nem demos pelo tempo passar. O regresso dá-se com o Luís na guitarra e o Afonso na voz, para na música seguinte regressar a banda em peso e acabarem em grande.
Gosto da forma genuína como olham o público nos olhos, como sorriem, como admitem sem rodeios alguns receios ou assumem os percalços de forma tão descontraída. Mesmo entre um ou outro episódio inesperado, foi essa essência tão própria, tão sem presunções e tão verdadeira que fez com que tudo parecesse banal, que dentro desse pequeno caos no fim tudo ficasse bem e seguissem em frente.
Esta temporada foi especial para mim por várias razões. A primeira deve-se ao facto de admirar imenso a banda, as músicas, as letras, a postura. A segunda porque foi a primeira vez que, em que por ser bloguer, me deram a oportunidade de acompanhar uma banda durante uma temporada em que para além de ter o prazer de os ver e ouvir, ainda me aventurei na fotografia. É uma experiência bem diferente da de se estar apenas a usufruir e têm-se mesmo que fazer pausas, saber quando já chega, para se poder desfrutar só do espectáculo. Foi uma novidade para mim, todas as fotografias deste post e dos links que colocarei de seguida são da minha autoria e espero que no meio da carolice e da inexperiência gostem delas – deu-me muito gozo apanhar algumas expressões e emoções. Nota-se que são uma banda que gosta do que faz, que se diverte a fazê-lo e que bebe do carinho do público.
Mais do que uma promessa, os You Can’t Win, Charlie Brown tornaram-se numa certeza. Todos os elementos são extremamente talentosos e não duvido que, com tempo e experiência, venham a crescer cada vez mais, tornando-se ainda maiores em palco e fazendo a sua música transbordar para os vários cantos do mundo.
Fotos do dia 2:
https://www.facebook.com/media/set/?set=a.10152059058973262.530543261&type=3F
Fotos do dia 3:
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Reportagem do dia 1: http://www.branmorrighan.com/2014/03/reportagem-temporada-you-cant-win.html
Entrevista à Banda: http://www.branmorrighan.com/2014/01/entrevista-aos-you-cant-win-charlie.html