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Após mais de dois anos de espera, finalmente temos mais uma edição do conto fantástico. Comparada com a edição conjunta #1 e #2, esta apresenta outro formato, tendo como conteúdo apenas contos. No editorial, Roberto Mendes explica o porquê de toda esta demora e do formato exclusivamente digital. E as boas notícias não ficam por aqui. O editor anunciou o seguinte “Os leitores poderão encontrar três a quatro contos a cada novo número, publicado de dois em dois meses. Seis números anuais!” Não é fantástico? Para nós, viciados neste género literário, é-o certamente e também para os autores que assim se (re)afirmam através destas publicações.
Passando à opinião do Conto Fantástico #3 propriamente dita, começo por dizer que a capa está muito gira! Não estando directamente relacionada com nenhum conto em específico, dá que pensar ao leitor e suscita a curiosidade sobre os contos publicados. De seguida, passarei aos mesmos.
“A Biblioteca”, de Álvaro Holstein, é o primeiro conto com que nos deparamos. Este autor já é bem conhecido pelo público do género fantástico e ficção científica e o seu largo currículo não deixa margem para dúvidas de que é alguém que merece o nosso respeito e admiração. O seu conto está muito original. Temos o personagem principal que de repente se vê numa biblioteca muito estranha! Pessoa, Lovecraft, Borges, metáforas, anjos, entre tantos outros, ganham vida interagindo de forma insólita, deixando o nosso personagem confuso. Quando é obrigado a sair dessa biblioteca, o sentimento de vazio não poderia ser mais. A escrita está interessante e sem dúvida que o próprio conto é todo ele uma grande metáfora.
Fernando Lobo Pimental dá-me a conhecer pela primeira vez um escrito seu através de “O Hospital”. Neste conto somos confrontados com a problemática de indecisão nos seres pensantes, como se tal se tratasse de uma doença. Doença para a qual existe um determinado tratamento no Hospital dos Indecisos. O desenvolvimento do conto está bem estruturado e entretém o leitor até ao seu derradeiro final. Fiquei com vontade de ler mais coisas suas.
“Zona F”, por Marcelina Leandro, foi uma agradável surpresa. O ambiente futurista que a autora cria, projecta automaticamente o cenário nas nossas mentes. Também o universo que parece estar subjacente ao conto é curioso. Sinceramente, no fim do conto fiquei com vontade de saber bem mais sobre aquele mundo, das manipulações genéticas e sobre a personagem principal – Lea. Lea trabalha no centro de Pesquisa Espacial e por qualquer razão é adversa a andróides. Quando lhe aparece um para ela identificar a sua anómalia, fica reticente e quase com receio de se aproximar. A escrita de Marcelina lê-se com gosto.
Por fim, mas não menos importante, temos o conto “Crónicas Obscuras – A Despedida” de Vitor Frazão. O Vitor já não é, de todo, desconhecido nestas andanças. Quando vi que tinha um conto nesta edição, fiquei logo muito curiosa pois já não lia nada seu desde A Vingança do Lobo, o primeiro livro das Crónicas Obscuras. Mantendo-se fiel ao seu registo e ao mundo criado nas Crónicas, foi com bastante agrado que li este conto. A escrita do Vitor evoluiu bastante e o autor consegue manter a chama do mistério até ao fim.
Resumindo e concluindo, esta edição está de parabéns! Quatro contos completamente diferentes uns dos outros, originais e com qualidade.
"já não lia nada seu desde A Vingança do Lobo"
Hmm assim é que se descobre quem está atento… 😉
Oh Vitor,
Não lia nada teu numa publicação oficial. Pelo teu blog e tudo mais vou lendo.
Só implicas tu!
Estou a brincar contigo, pá. 😛