Religião Eslava
São conhecidos poucos registos escritos relacionados com os Eslavos dos séculos antes do cristianismo. Entre outras fontes é costume dizer-se que o controverso Livro de Veles é um texto sagrado dessa religião. O Saxo Grammaticus é outra fonte de autenticidade disputada. O Chronicon Slavorum por Helmold é em geral aceite como uma fonte genuína, tratando da cultura Eslava do primeiro milénio depois de Cristo, mas dele só se tem poucos fragmentos. Apesar disso, não se sabe quem detinha o poder sacerdotal na religião eslava, ou mesmo a cosmologia desse povo.
Outras fontes usadas são os épicos dos povos eslavos (bogatyrs) preservados aquando do cristianismo com a transformação dos seus protagonistas em virtuosos heróis cristãos, mas sem retirar dos épicos a existência de mágica ou de certas entidades fantásticas.
A grande fonte da antiga religião eslava é, portanto, o imaginário e o folclore desse povo, como retratou magistralmente Bran Stoker no seu célebre Drácula: Vampiros, Lobisomens, bruxas e espíritos. Esses conceitos subsistiram mesmo depois da conversão dos Eslavos ao cristianismo na sua cultura. Uma outra maneira de estudar a mitologia eslava é observar os grandes arquétipos herdados por eles por parte da sua herança indo-européia.
Assim é, com o deus do céu e com a existência de Deuses pares, um representando o bem e o outro o mal.
Panteão
Os Deuses Principais: Deuses que eram cultuados por todos os povos Eslavos:
Svarog: Deus do céu, possivelmente de inspiração indo-europeia, era considerado o criador do mundo, era o pai de todos os Deuses, o criador dos mortais e o doador de todas as artes aos homens.
Mati-Syra-Zemlya: a deusa da terra, seu nome significa “húmida mãe terra”. Era muito cultuada, com os seus fiéis pedindo constantemente por boas colheitas, por fertilidade entre outras coisas. A maneira de cultuá-la, era cavando um buraco e falando nele, para a partir dos sons emitidos descobrir se seriam boas ou não as colheitas.
Baba Yaga: Deusa da morte, era famosa pelo seu olhar mortal, costumava emboscar os homens de mau coração, matá-los e levá-los para a sua casa, onde os devolvia à vida e os comia. Guardava os seus ossos, com os quais construía a sua casa, e os dentes eram usados para a fechadura. Era famosa também por montar num almofariz, e usar um pilão para impulsioná-lo. Tinha uma vassoura, que usava para apagar o rastro de sua casa.
Koshchei, o sem morte: seu nome significa velho ossudo. Como Baba Yaga, de quem era a face masculina, era um génio do mal, famoso por viajar pelas aldeias, matando as pessoas que encontrava no seu caminho. Era imortal, guardando a sua vida num ovo, dentro de um pato, dentro de uma lebre, dentro de uma cuba, escondida debaixo de um carvalho. Quem o matou, foi o príncipe bogatyr (herói) Ivan, que alvejou com uma seta o pato, quebrando o ovo, depois de achar a cuba e matar uma lebre, para impedir Koshchei de matar os aldeões de uma pequena vila.
Perun: deus do trovão e dos raios, Perun era o responsável por fertilizar a terra. Era um Deus temperamental, associado aos carvalhos. Tinha outro papel como divindade da guerra, ocasião na qual cavalgava pelos céus numa carruagem puxada por um bode gigantesco. Era representado com uma estátua de carvalho, com cabeça de prata e bigode de ouro. Outro símbolo que era usado para Perun era o dragão.
Yarilo: Deus da fertilidade e do sexo, era representado como um jovem de grande beleza. Era adorado especialmente na primavera, depois da colheita, quando uma das virgens era coroada como sua rainha, na esperança de que ele abençoasse as sementes recém plantadas.
Por Daniel Silva em Templo do Conhecimento, adapatado e modificado por mim.
Muito interessante 🙂 Desconhecia os deuses da Mitologia Eslava, certamente como muitas pessoas.
Se gostares de saber mais sobre algum panteão ou deus, diz 🙂
Obrigado pela tua atenção 🙂 Koshchei foi o que me mais me cativou. Gostaria de saber algo mais sobre ele, se não for pedir demais 😉