Chegou o momento da novidade que o noiserv me revelou há uns tempos, mas que deixei para publicar aquando a concretização desta. Depois de o convidar para a Playlist da Quinzena, lembrei-me que já não conversávamos, em concreto aqui para o blogue, sobre o seu trabalho há algum tempo. Quando o último disco saiu, escrevi sobre o mesmo e tive a oportunidade de falar directamente com o David várias vezes sobre ele, pois fomo-nos encontrando na estrada. Mas que adianta eu saber de pequenos pormenores artísticos, se não os partilhar convosco que também gostam de o ouvir? DEZOITO foi o último single/vídeo lançado e o disco 00:00:00 vê agora o seu formato em vinil. Coisas bonitas por parte de alguém que pensa como eu em relação aos objectos físicos. Fiquem com esta pequena conversa e com o vídeo no final.
Estive a remexer nos arquivos do blogue e já não conversávamos desde 2014, enquanto comemoravas os teus 10 anos de “carreira”. Daqui a pouco estás nos 15! Entretanto, depois de A.V.O lançaste um disco, todo ele em piano, o 00:00:00. O que é que levou o homem orquestra mais famoso de Portugal a dedicar-se quase exclusivamente a este instrumento?
Na verdade, fazer um disco em piano era algo que sempre esteve nos meus planos. E quando comecei a trabalhar em músicas novas, senti que era agora o momento para o primeiro. O disco anterior estava ainda muito presente no meu imaginário criativo e senti a necessidade de uma mudança para não me repetir em “formulas”.
Cada música acaba por ter vários pianos e, ainda por cima, sobrepostos. É fácil levar essas músicas para o palco?
Ao vivo acabam por se comportar com as minhas outras músicas, ou seja, com recurso a um loopstation consigo ao vivo “tocá-los” todos ao mm tempo :)!
Que balanço é que fazes deste disco? Que feedback é que tiveste dos teus fãs?
O balanço é muito positivo. Tinha muito receio que as pessoas pudessem não entender a mudança, e pior que isso, não gostar ficando desiludidas. Mas tenho sentido o contrário e isso deixa-me muito feliz.
A tua aposta no merchandising é cada vez mais um sucesso, sendo que normalmente tudo esgota muito rapidamente. O que é que te motiva a desenvolver estas peças?
Vivemos numa época em que corremos o risco de tudo se tornar vertiginosamente digital, as nossas prateleiras ficarão vazias e as salas com computadores novos e antigos. Acredito que a felicidade vem precisamente do contrário, dos objectos que coleccionamos e das cores que escolhemos para as coisas. Sempre que tenho uma ideia/conceito para algo que se relacione com a minha música faz-me todo o sentido que exista, criando uma memória física em quem a queira ter.
Para além do teu projecto noiserv e ainda da banda YCWCB, também chegaste a fazer alguns concertos com os First Breath After Coma. Como é que foi andares na estrada e em palco, agora com uma banda de post-rock?
Foi muito bom, eles são muito bons. É um género musical que me diz muito, talvez daqueles com que mais me identifico. Foi uma óptima experiência que espero que continuemos a repetir.
Todas estas tuas novas experiências significam que poderá vir um próximo disco ainda mais diferente do que o último?
Não te sei responder…ando neste momento a trabalhar em ideias novas, músicas novas mas só o tempo e o amadurecimento dessas ideias me deixarão perceber o que será o próximo disco, ainda é muito cedo.
Que novidades tuas é que os teus fãs poderão ter brevemente?
A próxima novidade é a edição em vinil deste meu último disco 00:00:00:00.