Uma das maiores alegrias que acho que podemos ter é ver crescer e prosperar aqueles de que mais gostamos e admiramos. Conheci a Surma e os Whales há uns bons aninhos, juntos eram os Blackwater and the Screaming Fantasy. Eu ainda não tinha qualquer ligação à Omnichord Records e tinha começado a falar de música no blogue há muito pouco tempo. Estes anos depois, vê-los com os seus projectos, agora diferentes, a vingar na música portuguesa (e até internacional), é um dos maiores orgulhos que trago comigo. Apesar de andar com muitas responsabilidades e trabalho (daqui a uma semana já estou na Finlândia durante uns dias para apresentar outro trabalho científico), não pude não tirar esta Sexta-feira para ir com a Surma e os Whales ao Bons Sons. Já não estava com eles, nem os via tocar, há uns meses, e foi como bálsamo para alma! Pelas fotografias (desculpem a qualidade, mas foram todas tiradas com o telemóvel), acho que conseguem perceber o ambiente brutal, tal como o espírito de família e amizade que existe entre todos. Também o ambiente do Festival Bons Sons é do mais familiar que já vivi. Há dois anos estive lá a viver a aldeia em pleno, acampei e tudo, e, mais uma vez, é engraçado testemunhar o festival do outro lado, do lado da equipa do artista. O público foi sempre maravilhoso. Mesmo com os Whales a tocarem em plena torra, começaram às 16h45 e faziam quase 40º, o pessoal não deixou de aclamar e dançar e houve mesmo quem dissesse que foi um dos concertos preferidos daquele dia. A Surma começou mais tarde, pelas 19h15, mas muito tempo antes já o corredor do público se encontrava cheio. Bastou a Surma subir ao palco para as ovações de admiração começarem e foi lindo! Não é despropositado todo o carinho que se vive à volta da Surma. Sei que sou suspeita. Costumo dizer que conheci a Débora quando ela ainda tinha cabelão comprido aos caracóis escuros, portanto já é há um bom tempo. Algo que se manteve constante desde então é o seu coração enorme e a sua gratidão. Tudo nela é tão genuíno que não me admira nada a quantidade considerável de fãs tão fiéis que já tem consigo. Houve espaço para sorrisos, saltos, lágrimas, mosh, tudo sempre de coração alto. Repito, foi mesmo muito bonito!
Aquela última fotografia, bem, alguns de vocês poderão reconhecer aquelas caras de anos anteriores. São quatro rapazes com quem já vivi imensas aventuras em festivais, desde há quase meia dúzia de anos atrás. Entretanto, acabámos os cursos, começámos a trabalhar e há já uns anitos que não estávamos todos juntos. Foi mesmo muito bom revê-los e claro que queria deixar esse momento aqui registado, no belo Intermachê de Cem Soldos, da dona Guida. Ovos Cozidos e Vinho no Bons Sons é ali! Eheheheh
E é isto. Este diário é mais um registo da minha vida pessoal que vai ser bom relembrar mais tarde. Num ano um pouco esgotante a vários níveis, é sempre um mimo para a alma poder viver estes momentos com quem mais se gosta. Como disse numa outra rede social,
Às vezes é duro pensar que este ano tenho abdicado de imensas coisas por causa do doutoramento, principalmente agora este mês, mas depois tenho de me lembrar que em menos de ano e meio já estive em França, Inglaterra (duas vezes), Alemanha, Japão, Croácia, estou prestes a voar para a Finlândia e, com sorte, ainda volto a França este ano. Tudo em missão, mas sempre em missões académicas ou musicais que só me enriqueceram enquanto pessoa, académica e melómana. E pronto, era só este pequeno desabafo de gratidão, que não podemos andar sempre a chorar. Muahahahah 💙 Obrigada doutoramento e Omnichord, a minha vida não seria a mesma sem vocês 💙
E apesar de só mencionar este último ano, que tem sido mesmo absurdo, num bom sentido, em termos de viagens e experiências, acho que resume bem os meus últimos três anos. Com sorte daqui a um ano já defendi a minha tese de doutoramento e há toda uma vida por descobrir. Só posso desejar que todas as pessoas tenham gente querida convosco, com quem possam partilhar momentos que vos encham o coração, principalmente nas alturas mais difíceis. Bom Domingo! 🙂