Deusa Tríplice
“Cada vez que oramos para a Deusa, para mais perto de nós a trazemos, e quanto mais ela se aproxima, mais descobrimos que, na verdade, ela nunca esteve em outro lugar.“
A Deusa em mim habita nas suas três diferentes formas:
Quando a Lua cresce no céu, sou Elaine dos bosques. Sou a virgem e a pureza.
Procuro os caminhos virgens e neles concentro e manifesto a minha força em cada ramo, galho e folha. Sou Elaine quando anseio por novos rumos, repudio limites e não tenho medo. Sou Elaine quando me lanço sem pensar sobre um cume afiado que tenta, inutilmente, bloquear todos os meus actos deliciosamente insanos. Assim sou Elaine.
Quando no céu a Lua é cheia, sou Danu de coração e olhos. Procuro o amor imensurável e ofereço aquele que habita no meu infinito ser. Sou Danu quando procuro os meus filhos em cada ser, quando quero ser o seu ninho e a sua protecção. Sou Danu quando o meu regaço se torna um porto e suplica dolorosamente, pelo lançar das âncoras de todas as embarcações. Assim sou Danu.
Quando a Lua mingua, sou Morrighan de toda a escuridão.
Procuro a linguagem da alma e descubro ser eu mesmo tudo aquilo que me ameaça. Sou Morrighan quando a solidão aporta e quando o fim chega. Sou Morrighan quando penso na morte e encontro o que sou antes de me tornar outra. Sou a sabedoria ancestral, sou tudo e nada.
Assim sou Morrighan.
E assim a Deusa habita em mim,
nas suas três diferentes formas.