Com a palavra mitologia designam-se dois conceitos; o conjunto de mitos e lendas que um povo imaginou e o estudo dos mesmos.
A palavra vem do grego mythos, que significa fábula, e logos, que significa tratado. O conceito de fábula não nos deve induzir a crer que o mito seja uma ficção caprichosa da imaginação. Dentro da narrativa mítica esconde-se um aspecto, um núcleo, que encerra uma verdade. A fábula, pelo contrário, refere-se a acontecimentos realmente imaginados e que não modificam a condição humana como tal.
O mito relata uma estória verdadeira, na medida que toca, profundamente, o homem – ser mortal, organizado em sociedade, obrigado a trabalhar para viver, submetido a acontecimentos e imprevistos que independem de sua vontade. Os primeiros mitos brotam, pois, da projeção imaginativa que o homem faz das máximas funções da vida: nascimento, amor e morte; maternidade e paternidade; virgindade. E sintetizam tudo o que o homem, mediante a inteligência e o sentimento, conseguiu conquistar, em face de uma vida que não solicitou, de uma morte que o amedronta, de um amor que o domina e de uma doença cujos fenômenos o assombram ou o aniquilam.
Presentes em todas as culturas, os Mitos situam-se entre a Razão e a Fé, mas são considerados sagrados. Os principais tipos de mito referem-se à origem dos deuses, do mundo e ao fim das coisas. Distinguem-se mitos que contam o nascimento dos deuses (Teogonia), mitos que contam a criação do mundo (Cosmogonia), mitos que explicam o destino do homem após a morte (Escatologia) e outros.
Segundo alguns especialistas, os mitos encarnam fenómenos fundamentais da vida: o Amor, a Morte, o Tempo, e certos fenômenos, como as Florestas, as Tempestades, têm sempre um mesmo valor simbólico, seja qual for a civilização considerada. Em muitas mitologias, delineiam-se hierarquias de deuses, cada uma com um ou mais deuses supremos. A supremacia pode ser partilhada pelos membros de um casal, ou ser atribuída simultaneamente a dois ou três deuses distintos.