Boa tarde a todos! Hoje tenho mais um autor para vos apresentar! Miguel Almeida editado pela Esfera do Caos. Mais tarde, lançarei um passatempo para um livro deste autor para quem quiser, ter a oportunidade de ainda ficar a conhecê-lo melhor. Espero que gostem.
Obrigado Miguel pela disponibilidade.
Deixo-vos agora a entrevista do autor:
Sobre Mim:
Chamo-me Miguel Jorge Azevedo de Almeida, nasci em Rãs, uma pequena aldeia do Distrito de Viseu, em 1970, e fiz o Ensino Básico e Secundário nas Escolas Básica e Secundária de Sátão. Sou licenciado em Filosofia (Variante de Filosofia da Ciência) pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde também fiz mestrado em Filosofia da Natureza e do Ambiente. Actualmente exerço funções docentes como Professor do Quadro, na Escola Secundária Cacilhas – Tejo, em Almada. Resido na Costa de Caparica, juntamente com a mulher e um filho, na proximidade poética da família e do mar. A Cirurgia do Prazer – Contos Morais e Sexuais é o segundo livro que publico, depois de Um Planeta Ameaçado – A Ciência perante o Colapso da Biosfera. Neste momento, estou já a preparar um terceiro livro, O Templo da Glória Literária – Versão Poética, a publicar em Julho.
Estilo de Escrita:
Não penso que tenha um estilo próprio de escrita. Talvez ainda ande à procura dele. No entanto, por «vício de formação», gosto de privilegiar a vida, com as suas grandes questões, e o homem, com as suas limitações, quantas vezes não reconhecidas, quantas vezes não assumidas, quantas vezes, por ingenuidade e – ou preguiça, pouco ou nada reflectidas.
Do ponto de vista da minha escrita, procuro sempre deixar abertos os grandes temas, bem como as grandes questões, que escolho para abordar. Procuro, também, tratar sempre tudo como uma dose de irónica sabedoria, essa virtude dialéctica que Platão põe em todos os seus diálogos, explorando-a sempre a partir da pessoa do seu mestre e interlocutor predilecto, que foi Sócrates, o mais sábio de entre os homens, no seu entender, e também um dos mais injustiçados, no meu entender.
Ritmo de Escrita:
Lento ou rápido, consoante o tempo que tenho disponível para escrever. Sou professor. Sou marido e sou pai. O tempo que me resta, o tempo que consigo roubar antes, durante, ou depois de ser tudo isso, é o tempo que tenho para a escrita. Mas a experiência diz-me que a questão do tempo não é só a do tempo que temos. Também é a questão daquilo que conseguimos fazer com o tempo que temos. E assim … Com organização … Com uma boa gestão do tempo …
A experiência também me diz que a escrita tem um ritmo próprio. Pode começar tudo por ser muito confuso e de certa maneira experimental. Mas, depois de algum tempo, as coisas começam a ter sentido e a ocupar o seu lugar. E assim … Com vontade … Com persistência … Com alguma dose de inspiração e muita transpiração …
A Cirurgia do Prazer – Contos Morais e Sexuais, por exemplo, contém 21 contos, que estão situados e devidamente datados no tempo. Do ponto de vista da criação, demorou 4 meses e 3 dias a fazer. Mas depois ainda há que acrescentar o imenso tempo que gasto com os trabalhos de aperfeiçoamento e de correcção dos textos, um trabalho que me custa imenso a fazer, porque também é aquilo que gosto menos de fazer.
Influências:
Não tenho nenhuma influência que considere determinante para o meu processo de escrita. No entanto, há escritores que adoro e considero de referência. Marguerite Yourcenar, no feminino. Somerset Maugham, no masculino. Tolstói e Dostoievski, entre os escritores clássicos russos. Todos eles têm livros que deviam ser lidos. Todos eles têm livros que eu gostaria de ter escrito.
Em A Cirurgia do Prazer – Contos Morais e Sexuais, a minha grande influência foi Truman Capote, com o seu excelente Contos Completos. Mas trata-se de uma influência que assumo apenas quanto ao estilo da escrita. De resto, não estou a ver Truman Capote a escrever sobre sexo e moralidade, não o estou a ver a escrever sobre a Maria das Dores, que recentemente fez uma cirurgia à vagina, sobre O Estranho Caso de Francisco Manso, Um Marido Traído, ou sobre uma qualquer Carolina, que recentemente foi condenada por ter frequentemente orgasmos mal comportados.
Projectos Futuros:
Em Julho vou publicar O Templo da Glória Literária – Versão Poética, o meu primeiro livro de poesia. Mas não se pode dizer que se trata de um projecto futuro. Aliás, para mim, a poesia não é um projecto futuro. Foi por aí que comecei a escrever. Foi por aí que comecei a gostar de escrever. E ainda é por aí que continuo e continuarei a gostar de escrever. No fundo, penso que a poesia faz parte do ADN da minha escrita. Normalmente, faço poesia ao sabor da água que bebo e do ar que respiro. Tenho várias obras entre mãos. Mas, como se sabe, publicar poesia é difícil. No entanto, agora surgiu a hipótese de publicar O Templo da Glória Literária – Versão Poética …
Quanto à prosa de ficção, tenho um romance, A Morte do Senhor Saramago, que tem estado parado há já algum tempo, seja-me perdoada a redundância, por questões de falta de tempo. No entanto, para o ano que vem talvez haja um novo romance, que abordará os mesmos vectores de A Cirurgia do Prazer – Contos Morais e Sexuais, isto é, a sexualidade, com os tabus relativos às suas situações, e a moralidade, com os seus motivos para grandes e – ou pequenas reflexões. A diferença é que será um livro com uma única história e não um conjunto de várias histórias, como acontece em A Cirurgia do Prazer – Contos Morais e Sexuais.
O Autor tem as seguintes obras editadas pela Esfera do Caos:
A literatura com conteúdo sexual e erótico faz sentir, mas também pode fazer pensar!
Se a sexualidade e a moralidade, a realidade e a ficção, a descrição e a reflexão, forem exploradas em cada personagem, em cada atmosfera e em cada situação, o resultado pode ser uma viagem sensual, e ao mesmo tempo inspiradora, ao centro da comédia humana. Que dá gosto ler. E que nos convoca para a tarefa do entendimento.
Eis o desafio que Miguel Almeida assumiu com esta obra surpreendente: escrever sobre sexo, citando Nietzsche, interpelando António Quadros e discorrendo sobre o significado de um orgasmo mal comportado.
Diz-se que “em Portugal escrevemos pouco sobre sexo e nem sempre sai grande coisa”. E acrescenta-se: “Não é fácil encontrar na literatura portuguesa bons nacos de prosa ou passagens poéticas com conteúdo sexual, talvez porque as palavras do nosso português não ajudam”. Pois bem, este livro dá uma resposta estrondosa a estas lamentações. É um exemplo luminoso de boa literatura com conteúdo sexual e erótico ― usando a nossa língua: aquela que nos ensinaram na escola primária! Se os brasileiros conseguem, há portugueses que também lá chegam…
O aquecimento global e as alterações climáticas, assim como a redução da biodiversidade e outras ameaças que pairam sobre os frágeis equilíbrios ecológicos que afinal suportam a perenidade da vida no nosso planeta, são fenómenos que não podem mais ser ignorados e que constituem um portentoso desafio para o qual a ciência, os decisores políticos, as empresas e os cidadãos, num prazo relativamente curto, terão de encontrar respostas eficazes.
Esta obra diagnostica e denuncia, com rigor, propõe tarefas e abre janelas de esperança, com realismo, devendo então ser encarada como uma valiosa ferramenta de apoio à tomada de consciência, à identificação das causas do descalabro a que todos assistimos e à reflexão em torno das soluções.
Excerto do Prefácio:
“Se fosse necessário encontrar uma definição condensada da presente obra que Miguel Almeida oferece aos leitores, diria que se trata de um notável fresco de uma das mais importantes facetas do mais gigantesco drama alguma vez ocorrido na história humana. Um drama em que nos encontramos todos mergulhados e de que somos, quer o queiramos ou não, actores urgentemente convocados… Este é um livro que nos convida a entrar no seio da crise contemporânea, explicando-nos as razões que nos devem levar a considerar o ambiente como o ponto nodal, ontológico, onde se jogam os futuros possíveis.”
VIRIATO SOROMENHO-MARQUES
Uma obra que nos alerta para a necessidade imperiosa de repensarmos o mundo em que vivemos. As ameaças ambientais e ecológicas de carácter global têm de ser combatidas com medidas urgentes, concertadas e corajosas, já que afectam o funcionamento do ecossistema planetário, pondo assim em causa a própria sobrevivência da civilização.
Deve a ciência assumir-se como um instrumento privilegiado para a superação dos problemas associados à crise social e global do ambiente?
Como criar os alicerces de uma ética não emotiva nem poética, que sirva de suporte a um contrato social onde se reconheça o princípio de que os interesses do Homem estão domiciliados na Natureza?
Quais os caminhos a trilhar para que o desenvolvimento sustentável se imponha perante as actuais tendências para o colapso?
Links úteis:
http://www.esferadocaos.pt/catalogo_detalhe_esfera_contemp105.html
http://www.esferadocaos.pt/catalogo_detalhe_novos_rumos28.html
A partir da meia noite, vou lançar um passatempo para o livro A Cirurgia do Prazer deste autor. Vou ter três exemplares para oferecer a quem responder acertadamente às 3 perguntas que irão ser colocadas. Fiquem atentos!!
Mais uma vez, extraordinário trabalho de divulgação.
Não conhecia o autor, mas fiquei curiosa na sua obra.
Obrigada.
Olá Ana,
De nada 🙂
Espero continuar a contribuir para alargar os vossos horizontes quanto a escritores nacionais 😉
Beijinhos