Boa noite! Hoje apresento-vos a Joana Miranda. Não é uma escritora do fantástico, mas não deixa de ser uma excelente escritora com uma vasta experiência.
Aqui fica a sua entrevista:
Sou psicóloga, professora universitária, investigadora e escritora. Escrevo romances e livros científicos mas os romances são a essência de tudo, a minha paixão, a minha entrega, a minha terapia. Necessito de paz, de sol, de estar perto da natureza, do som e do cheiro do mar e em contacto com a terra. Nos fins-de-semana faço jardinagem e caminhadas pela floresta. É perto da natureza que ganho energias e me renovo. Mas gosto do bulício de Lisboa, da luz da cidade e das surpresas que sempre reserva aos seus “descobridores” mais atrevidos, dos concertos e das exposições. Adoro viajar pelas ruas de Lisboa e descobrir outros destinos dentro e fora de Portugal. Há momentos em que gosto de estar sozinha e em que mato saudades da solidão de uma infância de filha única, outros em que gosto de estar rodeada dos amigos e de ter a casa cheia de gente e de confusão. Tenho três filhos incríveis com idades bem diferentes que são as minhas obras mais desafiantes e em contínua transformação. Adoro ser mãe! Por princípio acredito nas pessoas. Mas quando me desiludo não há nada a fazer. Sou muito alegre e procuro ser feliz em cada dia e mimar as pessoas de quem gosto.
Estilo e Ritmo de escrita:
Tenho dificuldade em definir o meu estilo e prefiro que sejam outros a fazê-lo. De qualquer forma penso que é uma escrita tranquila, que envolve, que nos conduz ao passado das personagens, às raízes, às origens de tudo o que somos. Fala da natureza poderosa do amor, de amizade, de redenção, de perdão, de descoberta, de encontros e desencontros, de paixões violentas e por vezes destruidoras.São narrativas que transportam os leitores até cidades encantadas,ainda que reais, em que todas as utopias são passíveis de concretização, povoadas de personagens fortes e fascinantes.Existe sempre um toque de suspense que prende e só no final alguns mistérios são desvendados.Falo muito de sentimentos e existe uma caracterização psicológica das personagens a que não será alheia a minha formação em psicologia.O ritmo é muito irregular. Está condicionado pelo tempo livre que consigo ter e que é, de facto, muito pouco. O meu trabalho na universidade é muito exigente e deixa-me poucas energias para escrever. Escrevo mais nos dias de Inverno, frios e de chuva, junto à lareira do que nos de sol em que mais dificilmente me concentro.
Influências:
Duas influências muito diversas e que se traduzem em aspectos diferentes da narrativa: Marguerite Duras e Michael Cunningham.
Qual a maior surpresa que teve desde que se tornou escritora, por parte dos seus leitores:
Um dia a que cheguei a uma Feira do Livro fora de Lisboa e encontrei uma fila de fãs à minha espera. Foi uma excelente surpresa!
Projectos futuros:
Publicar o sétimo romance que espero estará no mercado ainda em 2010. Passa-se entre Nova Iorque, Praga e San Petersburgo e espero que vos surpreenda.
O que aconselha aos nossos jovens que sonham ser escritores:
Nunca devemos desistir dos nossos sonhos. Escrevam, escrevam, escrevam, aperfeiçoem a técnica, sejam criativos, submetam os trabalhos à crítica de amigos impiedosos, leiam estilos diversos e encontrem o vosso, a vossa voz interior, a vossa verdade para além das modas e do mercado. Sejam genuínos, exorcizem os vossos fantasmas, chorem e façam chorar, riam e façam rir, ousem, superem-se, sejam exigentes convosco porque as editoras não vão ser benevolentes. Quando sentirem que é o momento enviem o vosso trabalho para a editora que considerarem ser a certa para vocês. Se tiverem mérito mais cedo ou mais tarde o que sonham concretizar-se-á. Mas o fim não é esse. A publicação será apenas o primeiro momento de uma outra caminhada que terão que estar preparados para enfrentar, povoada de momentos muito bons e de outros francamente maus. Como a vida, aliás.
- No seu site podem encontrar fotos de lançamento e informação detalhada sobre cada um dos seus livros: http://joanamiranda.com/
Ena! A Joana. Conheci-a pessoalmente na Feira do Livro de Lisboa quando lançou o Espelho e a Lua. Literatura simples, com histórias de amor, juntando alguma filosofia oriental. Recomendo o título referido anteriormente e a Outra Metade da Laranja.