Entrevista a Renato Fontinha, Escritor Português

Bom dia a todos. Hoje tenho para vos apresentar Renato Fontinha, autor de um dos mais recentes romances – Jacaré – editado pela Planeta Editora.
Obrigado pela tua disponibilidade e prontidão, Renato. Que tudo te corra pelo melhor =)

Sobre mim:

Quem é Renato Fontinha?… Sou belo, esperto, esbelto… Bem, pelo menos o meu gato assim o acha, apesar da minha esposa, família, amigos e todos os outros discordarem. Nasci em Lisboa, em 1972, onde vivi até há 5 anos atrás, altura em que me mudei para o Porto. Tirei um curso que me ajudou imenso a escrever os livros, o de contabilidade, e trabalho num sítio onde posso dar largas à minha veia literária, nas Finanças. Sim, passo o dia a ver IRS, IRC e IVA. É natural que no fim do dia esteja farto de números.

Estilo e ritmo de escrita

Esta é difícil. Não sei como definiria o meu estilo de escrita, mas sei como gostaria que fosse: linguagem simples e fácil de ler, narrativa sem grandes descrições e acção «non stop». Atendendo que os livros se tratam de romances históricos e que é necessário introduzir factos e descrições, tento «metê-las» na acção. Por exemplo, se é necessário descrever um género de árvore prefiro dizer que o personagem teve de trepar a esta árvore gigantesca, que se agarrou às lianas que envolviam o tronco e saciou a fome com um fruto roxo de sabor adocicado e que mais tarde lhe causou dores de barriga. Nem sempre corre bem…

Influências

Influências… Desde banda desenhada a grandes clássicos, passando por policiais, suspense, fantástico, westerners e ficção científica, já li de tudo. É difícil dizer quais os autores que mais me influenciaram. Mas os que ainda recordo são Philip K. Dick, possuidor de uma imaginação sem limites – conseguiu que um dos seus personagens fosse processado por uma porta; R. A. Salvatore, cujos livros são repletos de acção e onde não há bons nem maus, mas personagens com diferentes motivações; Patrick Suskind, do qual só li «A Pomba», mas que me transportou para dentro da cabeça daquele homem perturbado; Luís Sepúlveda, cuja escrita é magnífica e que nos deu «O Velho que Lia Romances de Amor». Já agora, queria ainda fazer uma referência a Isaac Asimov, Robert Silverberg e Willbur Smith. E não tenho dúvidas que me esqueci de muitos outros…

O que diria a alguém que deseja publicar uma obra?

Se não forem um jogador de futebol, um «serial killer» ou alguém conhecido, não sei que aconselhe. Posso é contar como eu o fiz: escrevi um livro e, quando estava completo a 2/3, enviei para as editoras: li que os americanos faziam assim… Algumas responderam dizendo que só apreciavam obras completas. Então terminei o livro, enviei-o, por email, para cerca de 30 editoras, juntamente com uma carta com um breve resumo. Logo na primeira semana recebi algumas respostas que diziam que tinham tido muito prazer em receber o meu email mas, com muito pesar deles, não o podiam publicar (pelos mais variados motivos). No entanto, passado mês e meio, a Planeta Editora manifestou interesse e cá estamos. Do que me apercebi e em conversa com outras pessoas de um modo ou outro ligados ao ramo, é preciso ser bafejado pela sorte duas vezes: a primeira para que alguém se digne ler o livro, pois parece que a aposta é em escritores já consagrados ou em pessoas conhecidas (o que se compreende, pois trata-se de um negócio e publicar autores desconhecidos é sempre arriscado), e a segunda é que a pessoa que leia o livro goste e o queira publicar. Se não obtivesse sucesso, julgo que o meu próximo passo seria enviá-lo para editoras brasileiras (li num fórum a história de alguém que conseguiu ser publicado assim). Se tudo isto falhasse, teria de socorrer-me da caçadeira do meu avô para convencer os editores hesitantes…

Projectos futuros:

Continuar a escrever, ser publicado no estrangeiro, convencer o Mel Gibson a fazer uns quantos filmes com os meus livros, ganhar o Nobel, comprar um Ferrari, comprar um jacto particular, comprar uma ilha nas Caraíbas e viver feliz para sempre.

Jacaré
Sinopse: Numa época de superstições, André, dominado pelo Diabo, parte dos Açores para São Tomé, e daqui numa viagem ao Novo Mundo em busca de um novo espírito entre os índios Tupi. Por Bula Papal de 1537, o papa Paulo III vem reconhecer que, afinal, os índios também são seres humanos e não devem ser privados da sua liberdade ou dos seus pertences, mesmo que vivam à margem da fé Cristã.

JACARÉ proporciona uma viagem do Velho Mundo, numa época de superstições e medos, ao Novo Mundo e às descobertas do Século XVI, derrubando ídolos, velhos ídolos, e salvando almas. André vivia isolado nas montanhas de São Miguel, Açores. Transportava um fardo terrível, um segredo que o poderia lançar nas garras da Inquisição: estava possuído por um Demónio. A sua vida muda quando é acusado de homícidio e condenado, ao degredo, em São Tomé. Aqui, o seu segredo é finalmente descoberto e vê-se obrigado a fugir dos que o querem condenar à fogueira. Numa perseguição que se estende das florestas tropicais do Brasil, habitadas por ferozes índios canibais, às imensas cordilheiras dos Andes, onde a avançada civilização Inca trava uma luta sem quartel contra os conquistadores espanhóis liderados por Francisco Pizarro, até ao ajuste de contas final, em Macchu Pichu, uma cidade perdida nas montanhas, que guarda um fabuloso tesouro e onde Demónio, Cristãos e Incas se enfrentarão numa contenda sem misericórdia.

Chichen Itza

Sinopse: Era uma época de intenso fervor religioso e superstições. Abundavam mitos e histórias fantásticas: gigantes, monstros marinhos, ilhas magnéticas, canibais, água que fervia no Equador. E, claro, a fonte da juventude. No século XVI a fonte da juventude não era um mito. Era uma realidade. Beber das suas águas faria recuperar os anos há muito idos, moribundos escapariam miraculosamente às garras da morte, doenças terríveis seriam curadas imediatamente. Era a promessa de vida eterna, de viver para sempre jovem. Sábios escreviam sobre as suas propriedades, o povo acreditava na sua existência e aventureiros, como Ponce de León, corriam para o Novo Mundo em sua busca. Exploradores espanhóis vasculharam cada rio, regato, lagoa e fonte ao longo da costa, sem sucesso. O facto não os desanimava.
Era somente uma questão de tempo até alguém a encontrar…

Quando quatro amigos, marginais num dos bairros mais pobres e violentos de Sevilha, matam um nobre e são obrigados a fugir da cidade, a sua vida muda para sempre. É o início de uma aventura épica que os levará de Sevilha à península do Iucatão, passando pela costa africana e pelas Caraíbas. Desde grumetes a bordo de uma caravela esclavagista a soldados ao serviço de Hernan Cortés, enfrentarão os temíveis Aztecas numa guerra sem quartel, sucumbirão ao poder avassalador de um furacão e serão acossados impiedosamente por um inimigo invisível na densa selva do Iucatão. Uma história de obsessão, vingança e traição, em busca da mítica cidade de Chichen Itza, recentemente eleita uma das sete maravilhas do mundo, onde o maior prémio de todos os aguarda. A vida eterna.

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  • Sobre

    Olá a todos, sejam muito bem-vindos! O meu nome é Sofia Teixeira e sou a autora do BranMorrighan, o meu blogue pessoal criado a 13 de Dezembro de 2008.

    O nome tem origens no fantástico e na mitologia celta. Bran, o abençoado, e Morrighan, a deusa da guerra, têm sido os símbolos desta aventura com mais de uma década, ambos representados por um corvo.

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