A Vingança do Lobo
Vitor Frazão
Editora: Chiado Editora
Nº de Páginas: 447
Sinopse: No Parque Nacional de Olympic, sobre um crepúsculo enublado, dois campistas são atacados.
Dias depois, em pleno Parque Central de Nova York, três corpos aparecem mutilados, alimentando a imaginação dos media. O que eles não sabem é que ambos os crimes são mais do que aparentam…
Dez anos após ter desertado do seu clã, Lance “Meia-Raça” Fenrison, um lobisomem híbrido, volta à cidade Nova York para se vingar do homem que lhe matou a mulher e a filha. No outro lado do espectro está Isabel Martínez, uma agente da polícia, que ao encontrar-se acidental com Lance é atirada de cabeça para uma realidade que nem sonhara existir, levando-a a duvidar da própria sanidade.
O mero regresso de Lance à Grande Maçã acaba por ter mais repercussões do que este poderia imaginar e, sem dar por isso, o licantropo vê-se alvo não só dos Obliteradores, uma sociedade dedicada ao extermínio de todas as criaturas paranormais, como do seu próprio clã. Vale-lhe uma inesperada e invulgar aliada, Eleanora “Lâmina Sangrenta” Reeve, uma vampira atípica, que tem uma única e ambiciosa missão: unir todas as divergentes espécies de Ocultos, o nome colectivo dados aos seres sobrenaturais, contra os Obliteradores que insistem em caçá-los.
Obliteradores obcecados e inflexíveis; lobisomens belicosos e tribalistas; vampiros inteligentes e intriguistas; feiticeiros poderosos e vulgares humanos que vivem as suas vidas, ignorando que em plena Nova York do século XXI o sobrenatural continua tão forte como em qualquer supersticioso e atrasado canto do mundo medieval.
Opinião: Escrever sobre a leitura deste livro não é uma tarefa fácil. Por razões bastante diferentes, amei ler este livro e por outro lado irritei-me ao longo da sua leitura. Mas já lá vamos.
A Vingança do Lobo, o primeiro livro das Crónicas Obscuras, apresenta-nos Nova Iorque nos dias de hoje, mas com seres sobrenaturais a fazerem parte do quotidiano. Esses seres sobrenaturais, denominados os Ocultos, englobam várias espécies. Vou apresentar-vos de forma breve cada um deles:
– Lincantropos: Os lincantropos são lobisomens. Dentro desta classe dos lincantropos podemos encontrar várias hierarquias e vários tipos de lobisomens. Desde primordias a infectados, até ao geneticamente manipulado meia-raça, Lance. Lance é uma das personagens centrais do livro.
– Vampiros: Sensíveis à luz do dia, só morrem se lhes arrancarem a cabeça, são seres bastante curiosos. Utilizam os humanos como servos, alimentam-se deles e há mesmo humanos que se oferecem para servir de alimento até à morte quando estão prestes a morrer. Aqui, encontramos Eleanora Reeve “Lâmina Sangrenta” que deseja juntar todos os ocultos na luta contra os Obliteradores.
– Fazedores de magia: desde bruxas a feiticeiros. Aqui encontramos Carol, amiga de Isabel, a humana que é atacada no parque central logo no início do livro. Irmã da mulher de Lance.
– Fantasmas, espíritos, etc etc etc.
Para combater estes Ocultos, existe uma organização a que se denominam Obliteradores. O seu objectivo é eliminar todos os ocultos, sejam de que tipo forem, da face da Terra. Para eles, todos os ocultos são nocivos e vis e por isso devem ser erradicados.
Feitas as apresentações, vou falar um pouco da história.
Lance “Meia-Raça” vivia com a sua mulher e filha, ambas humanas, num amor perfeito onde ela o aceitava como ele era. A casa onde eles viviam, continha até uma câmara de transformação para nas noites de Lua Cheia ele poder ficar isolado. Tudo corria bem até que uma equipa de Obliteradores ataca a sua casa e no frenesim de mortes, apenas Lance e Logan (um obliterador) sobrevivem. Quando Lance vê a filha morrer nos seus braços, é como se o matassem por dentro. Dada a crença dos lincantropos, que o entes queridos só descansam em paz depois de serem vingados, Lance jura vingar as suas mortes matando Logan.
E basicamente a história anda à volta disto. Lance ataca humanos no central parque para chamar a atenção dos midea e assim encontrar o homem que lhe matou a mulher e a filha. No meio desta demanda, arranja uma aleada inesperada Eleanora Reeve, uma vampira.
O livro é cheio de acção, batalhas curtas, mas intensas, sempre tudo muito prático mas que faz o leitor querer mais e mais. Um livro que me apaixonou muito pela sua história que é bastante envolvente. São muitas as personagens e muitas são as suas histórias e o seu passado. A certa altura, pensei que o autor não ia conseguir colocar tudo de forma organizada, que dadas tantas personagens, alguma iria escapar. Nada. Penso que este é um dos pontos fortes do livro, nenhuma história fica em falta, não acho que tenha ficado algures um buraco. Claro que há histórias que podiam ter sido mais exploradas, mas dado que este é um primeiro volume, acho que ficou bastante bom.
Este livro acelerou-me a pulsação, fez-me rir um pouco, emocionou-me outras tantas vezes, um mix bastante saudável na leitura de um livro deste género.
Agora a parte má que me deixou triste. Mesmo com uma história tão agradável, são inadmissíveis algumas falhas. E a grande falha deste livro é a quantidade de erros ortográficos. A conjugação no pretérito imperfeito está quase sempre mal escrita, não existem virgulas antes da palavra mas, e às vezes troca-se o plurar com o singular, feminino com masculino. Para além de não ter havido um revisor a pegar neste livro, penso que no que toca a erros de português, a falha acaba por ser também do autor. Há coisas que aprendemos desde cedo na escola e que no mínino, num livro destes, devem estar bem escritas.
Confesso também que, caso o autor venha a lançar os próximos livros da saga Crónicas Obscuras, não é por causa destes erros que vou deixar de lê-los. Certa ou errada, eu gostei mesmo de ler o livro e só espero que o autor venha a melhorar estas pequenas coisas que às vezes tornam a leitura um pouco mais dolorosa.
Assim, Vitor, entende isto como uma crítica que só quer que tu melhores porque acredito nos teus livros. Acredito que tens aqui uma história em condições e com bases para teres sucesso, assim não existam aqueles erros.
Resumindo e concluindo, gostei, gostei mesmo, mas há muito trabalho a ser feito pelo autor para melhorar aqueles erros. Nem é a sua escrita, achei o livro super bem estruturado e não mudava nada nesse aspecto. É só mesmo o português… Força Vitor.
Obrigado pela honestidade, Morrighan.
No que diz respeito aos erros ortográfico digo o mesmo que tenho vindo a dizer a quem me faz essa observação, fiz um lista dele e já enviei à editora, por isso, acredito que na próxima edição serão corrigidos.
Não vou arranjar desculpa para ele, até porque isso de nada ainda. Corrigiu-os e agora forço-me a reler com mais atenção aquilo que escrevo, algo que acho que será visível nos volumes seguintes.
🙂
Olá Vitor,
Nada que agradecer. Diz-me, já tens editora para o segundo livro? Já terminaste? Fiquei ansiosa 🙂
"Corrigiu-os e agora forço-me a reler com mais atenção aquilo que escrevo, algo que acho que será visível nos volumes seguintes."
Parece que os erros de português são mesmo parte da personalidade. Agora dizer que são culpa da falta de revisão é de rir. Não estamos perante gralhas, são flagrantes erros de quem não sabe escrever português. Imperdoável.
Olá Anónimo,
Não te custava nada dar a cara. E se leres bem a minha opinião, em linha alguma digo que a culpa é de não haver revisor.
Tem uma boa semana.
"Não te custava nada dar a cara."
Pode ser que não, mas também não ganhava nada.
Quanto aos erros, dizes: "Para além de não ter havido um revisor a pegar neste livro, penso que no que toca a erros de português, a falha acaba por ser também do autor."
Não é *também* do autor. É só do autor. E de quem gaba porcarias deste jaez e ainda pede mais.
É a tua opinião.
Estou curioso, caro Anónimo, o que prefere que faça? Que desista à primeira e não tente melhorar?
Olá, Victor.
Provavelmente o anónimo preferia que tentasses melhorar antes de publicar!
Acho que merecias a ti próprio, e aos leitores, apresentar o melhor produto possível. Esse trabalho faz-se antes da publicação e não depois.
Publicares numa editora que não se preocupa minimamente com o grau de preparação, ou de qualidade, da tua obra, ou fazê-lo por auto-edição, dá-te responsabilidades acrescidas na forma como a obra é colocada à venda. Sob pena de se tratar de um desrespeito para o público pagador…
Cumprimentos,
Rogério
Rogério,
De acordo. É exactamente por isso que mesmo já tendo escrito os dois volumes seguintes há meses ainda não os tentei publicar. Estou a limar arestas.
Morrighan estou esclarecido, embora com reservas :).
Relativamente à tua "análise" a esta obra do Vitor Frazão,apenas um reparo:penso que se uma obra se apresenta com erros ortográficos ou conjugações inadequadas dos tempos verbais, etc, algo de muito mau se passa ou a nivel da escrita ou a nivel da edição.Estamos a falar de algo para mim inadmissivel.
Todos os reparos/correcções/reescrita deveriam ter sido efectuados anteriormente à obra sair e nunca numa fase de pós-leitura, como neste caso.Eu não seria capaz de ler um livro, nestas condições!Admiro a tua coragem, em fazê-lo..
Até porque um bom livro( na minha opinião), para o ser, tem de conter uma uma boa história e ser bem escrito!Podemos adorar até um livro pela forma como está escrito, mesmo que a história seja banal, admito.Já o contrário, será improvável.
E um livro mal escrito dificilmente contará uma boa história.
Lembro-me de um professor que tive, algures no tempo,que nos testes, e tratando-se de uma resposta correta a uma determinada questão colocada, mas detetando um erro ortográfico, considerava de imediato a resposta como errada.E não era um professor de literatura, nem eram testes de português!
Talvez fosse bom que todos nós tivessemos tido muitos professores assim.
E nos "livros",fossem os editores assim.
E, na critica,fossem os criticos assim.
A exigência, quando bem aplicada, serve para aumentar a qualidade.
Concordas?
Concordo j.
Obrigada, Morrighan…é por isso que "gosto de ti" e do teu blog…eheheh…estou a brincar!!….
j. não há nada para agradecer 😉
Mas fico contente por gostares de passar por aqui. As coisas são para ser ditas, quando concordamos ou não.
Mas obviamente que percebo o teu ponto de vista e dou-te razão nele.
Tem um resto de uma boa semana 🙂
«Tem um resto de uma boa semana»???
Não seria: tem um bom resto de semana? Ou continuação de uma boa semana?? Ou que a semana seja boa??
Isso do Frazão pega-se, Morrighan!!!!
Olá Morrighan.
Também gosto bastante de ler as tuas opiniões, mas agora deixaste-me confusionérrima. Queres dizer que há coisas que escreves no teu blogue com que não concordas?
Olá Ana.
Se não concordasse, não escrevia.
Eu escrevo aquilo que penso, não aquilo que os outros querem que eu pense.
E como o Pedro diz,só para implicar, continuação de uma boa semana 🙂
Ola, tenho a dizer que ja li 2 livros da Chiado Editora de 2 autores diferentes, e os 2 tinham erros ortográficos e falta de pontuação (as tais virgulas e alguns pontos finais).
Dessa Editora li
"Tudo isso e mais ainda" de Jorge Rosas de Castro e gostei muitíssimo deste livro (e não tem erros ortográficos, nem erros de pontuação).