A Floresta de Mãos e Dentes
Carrie Ryan
Editora: Gailivro
Sinopse: Mary sabe pouco sobre o passado ou sobre o porquê de no mundo existirem dois tipos de pessoas: os que residem na sua vila e os mortos-vivos do lado de fora da cerca, que vivem de devorar a carne dos vivos. As Irmãs protegem a Vila e promovem a continuidade da raça Humana. Depois de a sua mãe ser mordida e se juntar aos amaldiçoados, Mary é enviada às Irmãs para se preparar para o Casamento com o seu amigo Harry. Mas as cercas são quebradas e o mundo que Mary conhece desaparece para sempre. Mary, Harry, Travis, que Mary ama mas que está prometido à sua melhor amiga, o irmão de Mary, a sua mulher e um pequeno órfão partem rumo ao desconhecido em busca de um lugar seguro, respostas às suas perguntas e uma razão para continuar a viver.
Opinião: A Floresta de Mãos e Dentes surpreendeu-me completamente. Quando peguei no livro, e porque na capa dizia que este livro fez pelos zombies o mesmo que o Crepúsculo fez pelos vampiros, pensei que ia ser mais um romance sobrenatural onde a rapariga tem um amor impossível, etc etc etc., e onde no final, algures, as coisas acabam bem. Não podia estar mais enganada.
Um vírus alastrou-se pelo planeta, fazendo com que as pessoas se tornassem mortos-vivos. A “invasão” desse vírus foi tão arrasador que passadas sete gerações, já só resta uma aldeia de pessoas não infectadas, cuja protecção reside numa cerca de metal e em Guardiães encarregues de evitar que essa cerca seja ultrapassada. Toda a verdade que se conhece, é ditada pela Irmandade que se reje pela Escritura e cujas ordens têm sempre como base a vontade de Deus. E quem duvidar desses dogmas, é atirado para a floresta de mãos e dentes. A sobrevivência daquela aldeia depende, assim, de acreditarem no que a irmandade e os guardiães dizem e fazem. Ou assim pensavam todos menos Mary.
A personagem principal deste livro, Mary, quer acreditar que há um mundo para lá da cerca, que é impossível serem o que resta de um planeta inteiro. E quando a sua mãe é infectada e se torna zombie, o irmão rejeita ficar com ela e ela tem de ir viver com a irmandade para a Catedral. Mas com esse acontecimento, tudo muda. Mary revê Travis, o rapaz por quem se julga apaixonada e que está à beira da morte, ouve conversas entre as Irmãs que não devia, segredos que são supostos ninguém saber, e isto tudo conjugado faz com que ela se comece a rebelar sendo de imediato ameaçada pelas irmãs. A tensão começa a crescer de forma inevitável.
Um dia surge Gabrielle, alguém que vem de fora da aldeia e que não está infectado! Como é que isso será possível se, supostamente, só resta aquela aldeia? Mary tenta contactar Gabrielle, mas esta desaparece.
E Mary só sonha com o Mar que a mãe lhe falava quando era criança. Sonha com coisas que todos julgam ser impossíveis e condenam-na por tal. Questiona como é que acontecem o Regresso, o que o provocou. Se não haveram mais como eles do outro lado da cerca.
Um livro com um drama constante, não forçado, mas que traz consigo incríveis ondas perturbadoras . Se nos apegarmos à personagem principal, é inevitável irmos vivendo com ela toda a sua demanda, o seu sofrimento. E neste mundo tão tenso, uma simples imagem do mar ou do oceano acaba por ser uma visão bastante romântica.
E mesmo com todos os dogmas, com todas as limitações arcaicas da aldeia e dos amigos, Mary não se conforma. Mary só pensa em sair da aldeia. Uma personagem principal corajosa, que por vezes tem que tomar decisões que achamos que seriamos incapazes de tomar, mas é isso que a mantém viva e que lhe dá força para continuar.
Um romance apocalíptico que gostei mesmo muito de ler, que “devorei” autenticamente apesar de as lágrimas me terem surgido nos olhos algumas vezes. É uma leitura muito intensa em que temos que estar preparados para o melhor e pior.
Uma excelente aposta da Gailivro! Anseio para que lancem os próximos da trilogia.
Deixo aqui o Book Trailer para os mais curiosos:
Parece-me a clássica história pós-apocalíptica com zombies, misturada com uma boa dose de crítica social.
Boa combinação, pelo que dizes vale a pena experimentar.
Sim, eu pelo menos acho que sim.
Eu li umas 100 páginas do livro e tive que desistir. Achei-o muito, muito mau. E claro, tenho uma opinião contrária à que escreveste.
São opiniões.
Mas gosto muito de visitar o teu blog.
E és sempre bem vindo Rui.
Como tu hão-de haver mais uns quantos que também não gostarão. Eu gostei. Mas é como em tudo, né?
Continua o bom trabalho no BLID, volta e meia também ando sempre lá a cuscar as vossas opiniões.
Eu também adorei o livro! É muito sentimentalista, a parte dos zombies é mais figurativa. Só não gostei do fim. Achei-o muito vago, e dá a entender que haverá continuação da história. Apesar disso, a história prendeu-me definitivamente! Dá-nos uma lição sobre a vida, o modo de a encarar e a moral do amor, que pode ser bastante controversa. Como Cassandra Claire diz, " O mundo de Mary não será facilmente esquecido pelos leitores." Recomendo 🙂
Haver continuação há =P
A ver se é lançada em Portugal o mais cedo possível 🙂
Não sabia :O Sendo assim, estou desejoso pelo lançamento! Quando souberes alguma coisa e se puderes, posta ;P