Ser Como Tu
Miguel Almeida
Editora: Esfera do Caos
Nº de Páginas: 150
Sinopse: Os poemas de Miguel Almeida transportam-nos por anseios e receios, por opções, feitas ou que ficam por fazer, que valem como outras tantas viagens de um Eu, numa busca constante de sentido para si próprio e para o Mundo.
Numa frase célebre, o poeta russo Osip Mandelstam disse que “na poesia é sempre de guerra que se trata”. Num registo diferente, Carl Von Clausewitz diz-nos que “a paz é a continuação da guerra por outros meios”. E esse também se pode dizer que é o ponto de vista assumido em Ser Como Tu. Em guerra incessante consigo próprio, o Eu que está por detrás dos poemas de Miguel Almeida mostra-nos que as piores guerras, as mais constantes e perigosas, não são as que travamos com os outros, mas as que travamos connosco próprios e com as nossas circunstâncias. Mas estas também são as guerras que nos trazem as conquistas mais importantes e decisivas.
Opinião: ‘Ser Como Tu’ é a mais recente obra de Miguel Almeida. Uma colectânea de poemas que viaja até aos confins do ser humano, exorcizando demónios e reconhecendo as bençãos do que nos rodeia.
O autor consegue chegar até nós de forma bastante profunda, intima e quase exibicionista. É fácil reconhecermos parte de nós em cada um dos seus poemas ou até, apenas, lembrarmo-nos de alguém.
O subconsciente do ser humano é algo curioso e misterioso. Nunca sabemos ao certo o que lá está, como influencia o nosso comportamento e, na maioria das vezes, nem os alertas ou mensagens que nos tenta transmitir. O que me leva à parte que mais me fascinou ao longo de ‘Ser Como Tu’, à medida que vamos saboreando cada poema, quase que nos sentimos nus, revelados, expostos. Como se, de repente, parte dos nossos segredos se tornassem de conhecimento público.
É sem dúvida uma obra de qualidade, genuína, realista. Já tinha saudades de deambular por poemas deste género.
Nota: Nos próximos tempos colocarei aqui no blog os poemas que mais gostei, com a devida autorização do autor.
E eu, o que posso dizer, Sofia? Sei lá, talvez agradecer, talvez dizer que só para ouvir/ler palavras tão simpáticas já valeu a pena o trabalho e o sacrifício de ocupar o tempo (algum tempo) a escrever. Bjs para ti e cumprimentos para os muitos seguidores do magnífico Blogue Literário Morrighan.
Miguel